Treinador desiludido com o Oriental
Dragon…
“PEDIRAM-ME A SUBIDA DE DIVISÃO MAS
NEM CHEGUEI A COMEÇAR O CAMPEONATO”
Ricardo Estrelado
foi o treinador da equipa que venceu na época passada a Taça AF Setúbal e nesse
mesmo dia foi abordado pelo Oriental Dragon para ser o seu treinador, nesta
época desportiva de 2019/2020.
Começou a
preparar a equipa para disputar a primeira eliminatória da Taça de Portugal mas
não chegou a participar nela porque a equipa foi afastada por questões de ordem
burocrática. Seguiu-se a Taça AF Setúbal perdendo o primeiro jogo em Sines, depois
venceu o Charneca de Caparica e o FC Setúbal mas voltou a perder com o Moitense.
E, foi exactamente após esta derrota que a administração da SAD resolveu
prescindir dos seus serviços, na semana que antecedeu o campeonato, que nem
chegou a começar.
A situação
gerou alguma estranheza porque a equipa até tinha garantido a sua passagem à
segunda fase da taça associativa.
Neste
sentido, o nosso jornal falou com o treinador para saber concretamente o que se
passou.
“Adorava
responder a essa pergunta, mas não consigo. Só pode ter sido por uma questão
pessoal, não encontro outra razão. Tinham-me dito que o mais importante era o
campeonato e nem sequer o cheguei a começar. Por muitas dúvidas que tivessem em
relação ao meu trabalho teriam sempre de me dar a oportunidade de começar o
campeonato, para comprovar ou não o meu valor. O único objectivo que me foi
pedido foi precisamente a subida de divisão”, começou por dizer ao nosso jornal
Ricardo Estrelado.
Decisão precipitada
O técnico
prosseguiu o seu discurso adiantando que “quando aconteceu a derrota com o Moitense
tinham-me dito que a taça era treino e que o campeonato é que seria o mais
importante e dois dias depois mandaram-me embora. Quem manda é que decide, mas
em minha opinião foi uma decisão precipitada porque a equipa estava a jogar bem.
Não ganhou os jogos todos é certo mas ultrapassou a fase de grupos da Taça AF
Setúbal. E, para além disso, importa também dizer que o jogo com o Moitense foi
completamente atípico porque acabámos com nove jogadores. Quem percebe minimamente
de futebol tem que entender que não poderia num jogo, mesmo que fosse menos bem
conseguido, fazer a avaliação do trabalho da equipa técnica que vinha
trabalhando com um grupo de 22 novos jogadores, que chegaram de clubes diferentes.
É natural que o processo leve mais tempo. Como se costuma dizer, queriam fazer omeletes
sem ovos. Ou melhor, não queriam deixar os pintos crescer, queriam fazer logo deles,
frango assado”.
Desilusão
Ricardo
Estrelado confessou ao nosso jornal que ficou completamente desiludido. “Se sentisse
que não tinha condições para alcançar o objectivo seria o primeiro a colocar o
meu lugar à disposição mas depois do trabalho desenvolvido e de sentir que a
equipa até tinha processos consolidados e passava grande parte dos jogos com
mais posse de bola no meio campo contrário, acho que esta decisão não foi a
melhor, daí a minha desilusão. Para fazerem isto, valia mais não me terem
contratado. O que considero mais positivo desta minha passagem pelo Oriental
Dragon são os jogadores que trabalharam sempre como autênticos profissionais e
sempre quiseram trabalhar para evoluir”.
Futuro
Em relação
ao futuro o técnico diz que vai ficar à espera que o telefone toque. “Estou
obviamente disponível para abraçar outro projecto desde que valha a pena, que
tenha pessoas honestas e frontais que digam verdadeiramente o que querem, ao
contrário do que aconteceu no Oriental Dragon”.