Só quer que não lhe peçam para correr o mesmo que miúdos
de 20 anos…
“SE A BOLA SURGIR NA ÁREA NINGUÉM ESTARÁ MAIS
CAPACITADO PARA FAZER GOLOS QUE EU”
Como o nosso jornal divulgou
recentemente, Paulo Catarino comprometeu-se com o Águas de Moura, clube que vai
representar nesta época de 2019 /2020, sendo um dos seus objectivos atingir a
marca dos 300 golos [tem presentemente 296] para cumprir a “promessa” que havia
feito à sua mãe, que era a sua fã número um.
Na conversa que manteve connosco,
Paulo Catarino mostrou-se confiante e adianta que a idade não é obstáculo
porque a experiência ensinou-o a criar atalhos para poupar esforços. O jogador está
muito agradecido ao Águas de Moura pela oportunidade que lhe deu mas não garante
que este seja o último clube da sua carreira de jogador.
Actualmente com 47 anos de
idade, Paulo Catarino representou clubes em todas as regiões do país, incluindo
a Madeira. A única excepção é os Açores, como se pode constatar: SC Figueirense (Setúbal),1.º Maio
(Setúbal), Quintajense, Quimigal, Comércio Indústria, Atlético do Cacém,
Montijo, Alcanenense, Nacional, Imortal, V. Setúbal, Leça, Olhanense, Atlético,
Olivais e Moscavide, Pinhalnovense, Mafra, Santana, Amarante, U. Montemor,
Torreense, Atlético da Malveira, Aljustrelense, Alcochetense, Desportivo
Fabril, U. Santiago, Paio Pires, Quinta do Conde, Palmelense, Valenças e Águas
de Moura.
A
“promessa” é para cumprir
Por
que razão quer atingir a meta dos 300 golos?
Já tive oportunidade de
confidenciar publicamente. A minha mãe era a minha fã número um, vivia
intensamente tudo o que se passava na minha carreira. A partir do momento que
senti que podia chegar a uma marca tão bonita antes de terminar a carreira
resolvi que tinha que chegar aos 300 para lhe dedicar. Infelizmente faleceu mas
prometi-lhe uns dias antes de isso acontecer que ia conseguir...
Acredita
que é desta vez que vai conseguir?
Não tenho dúvidas nenhumas,
a não ser que algo me impeça de jogar como aconteceu nos últimos 3 anos em que
fui treinador adjunto no Torrense e poucas vezes pude ter os domingos livres
para jogar.
Sente-se
com capacidade física para continuar a jogar ao lado de malta mais nova?
A experiência de muitos anos
ensinou-me a ir por atalhos dentro de campo e dessa forma poupar-me a esforços
desnecessários. Naturalmente, não me peçam para correr o mesmo que miúdos de 20
anos, nem para treinar a alta intensidade. Peçam-me apenas para fazer golos e
se a bola surgir na área ninguém estará mais capacitado que eu para os fazer.
O
que o levou a escolher o Águas de Moura?
Aos 47 anos ainda receber
convites para jogar de mais do que um clube é um orgulho para mim. Optei pelo Águas
de Moura porque as pessoas que me convidaram mostraram confiança em mim, sentem
que posso ser útil no grupo e tiveram também a sensibilidade de me quererem
ajudar neste objectivo pessoal. Por isso estou-lhes também agradecido.
Este
poderá ser o último clube da sua carreira como jogador?
Sinceramente não sei, depende
de muita coisa. Para já só penso em jogar e fazer golos, como sempre fiz.