O renascer de um clube que esteve à beira da falência...
“PRETENDEMOS SER UM CLUBE DE
GRANDE DIMENSÃO, UM CLUBE DA LIGA PROFISSIONAL”
Carlos Henriques, presidente da direcção, é o grande responsável pelo crescimento do clube que chegou a estar à beira da falência por má gestão anterior e agora, seis anos depois, já pensa em chegar à alta-roda do futebol nacional.
O Amora Futebol Clube já
viveu momentos de glória e também já andou pelas ruas da amargura mas agora
parece estar no caminho certo, rumo a um futuro que se perspectiva risonho.
Carlos Henriques, que
assumiu os destinos do clube quando ele estava à beira da falência, foi,
juntamente com os restantes elementos que o têm acompanhado, o grande
responsável pela reviravolta operada no clube que se apresenta neste momento
como aquele que mais cresceu nos últimos tempos em todo o distrito de Setúbal.
“Na época de 2012/2013 o
clube estava em pleno declínio, praticamente sem formação, com o futebol
juvenil quase extinto, com campos pelados, com dívidas que o estrangulavam
completamente e com todas a receitas penhoradas por dívidas às finanças e
segurança social. Esta situação iria levar rapidamente o clube à falência mas
em 2013 consegui alguma disponibilidade para assumir a gestão do clube e felizmente
as coisas têm corrido bem”, conta Carlos Henriques.
Recusa
em mudar nome do clube
O Amora tinha também dívidas
à AF Setúbal e à FPF, por força do Totonegócio, estava impedido de obter
receitas e tinha descido ao distrital. A situação era tão delicada que em
reuniões tidas nestas duas instituições foi sugerido que o clube mudasse de
nome para poder começar a partir do zero. “Isso comigo não vai acontecer com
certeza”, foi a resposta dada por Carlos Henriques que conseguiu resolver o
problema através de um acordo estabelecido.
“A dívida à FPF era de 700
mil euros mas nos dias de hoje o Amora já recebe tudo o que tem direito porque
está a cumprir de forma faseada as suas obrigações”, esclareceu o presidente do
clube que falou também de dívidas a jogadores que levaram a algumas penhoras, a
fornecedores e outras que foram apresentadas por pessoas que se diziam
amorenses mas não prescindiram da sua cobrança.
Mas como foi possível
ultrapassar todos estes obstáculos. Carlos Henriques diz que foi de duas formas.
“Com muito trabalho e muita organização por parte da direcção e em especial do
Departamento Administrativo e Financeiro que foi essencial assim como o apoio
do Rui Belchior e do Paulo Silva no que respeita a processos que o Amora tinha
pendentes. Mas outro factor importante foi a venda do estádio. O Amora perdeu o
estádio assim que entrámos mas o valor, embora não sendo grande acabou por
pagar algumas dívidas que nos permitiu reorganizar aquilo que eram as nossas
possibilidades de sobreviver com clube”.
Crescimento
a olhos vistos
De então para cá o Amora tem
crescido em todos os sentidos. Aumentou o número de atletas e equipas no
futebol de formação, introduziu o futebol feminino e a nível de
infra-estruturas os pelados de futebol de 11 e futebol de 7 deram lugar a
campos de relva sintética, foi recuperado o relvado do Estádio da Medideira e
construído [com financiamento da CM Seixal] o Centro de Treinos do Serrado que
ficará com 1200 lugares, balneários diferentes do que é normal, posto médico,
ginásio e auditório. Projectado está também o Estádio Municipal da Medideira
que será construído de acordo com aquilo que é exigido pela FPF e Liga Portugal.
“O estádio vai dotar o clube de uma grande capacidade de mobilização de massa
adepta e trazer de volta uma onda que já existiu. Pretendemos ser um clube de
grande dimensão, um clube da Liga Profissional e é para isso que estamos a
trabalhar. Temos uma estrutura directiva que está capacitada para acompanhar a
evolução do clube. O Amora quer ser um clube de topo, um clube de referência de
acordo com a sua história, mas só se vai tornar grande se conseguir mobilizar a
cidade. Se não conseguirmos nunca passaremos de um clubezinho”.
Centro de treinos
“O centro de treinos é uma
ideia da SAD que, tendo fundos moçambicanos, quer canalizar jogadores de
Moçambique para os rentabilizar no Campeonato Nacional de Juniores da 1.ª
Divisão. O Amora tem quatro ou cinco casas alugadas para ter jogadores que vêm
de outros lados. O centro de treinos vai-se acabar por pagar a ele próprio com
o dinheiro que se gasta nessas rendas. Foi pedido à CM Seixal que nos cedesse
um terreno para fazer o tal centro de treinos com dois campos, alojamento,
refeitório e balneários para ali poderem treinar as equipas da SAD e não só. Na
primeira fase a ideia passa por fazer um campo relvado e outro possivelmente
sintético para a formação, à noite. É uma coisa que está pensada, vamos ver
como vai correr. O Arq.º José Pequeno está a trabalhar no projecto para que o
possamos apresentar à Câmara. Ficará localizado no Casal do Marco nas
imediações do clube desportivo daquela localidade”.