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terça-feira, 4 de junho de 2019

PAULO CORREIA»» Do Leão Altivo e Amora à China

Treinador fala da sua aventura em terras do Oriente…
PROJECTO ESTÁ A SER DESENVOLVIDO NA MAIOR ACADEMIA DO MUNDO

Paulo Correia deixou o seu Leão Altivo e a equipa de juniores do Amora para fazer uma longa até à China, onde juntamente com a sua equipa técnica, vai trabalhando na Academia Tagaou Shoulin, a maior Academia de Kun-fu do Mundo.
Como é que está a decorrer o trabalho e como está a viver esta nova experiência, foi isso que procurámos saber na conversa que tivemos.

Como tem sido a adaptação?
- Eu diria como uma montanha russa. Por um lado é uma experiência nova, onde estamos ávidos de ensinar e eles ávidos de aprender, com pressa de chegar a algo que bem sabemos que precisa de tempo. E, por outro lado, ao mesmo tempo com saudades da família, porque estamos a viver dentro de uma cultura muito diferente da cultura ocidental.
Deixar o seu Amora e o seu Leão Altivo, não deve ter sido fácil?
- Sim, é verdade. Quando falo em família (filhos, esposa, pais, irmãos, cunhados, sobrinhos, primos) também me referido a deixar a minha família do desporto, que eram os meus meninos do Amora e do Leão Altivo. Principalmente, os juniores porque estávamos numa altura crucial da época.

Acabaram por ser vice-campeões nacionais. Se tivesse ficado ate ao fim acredita que poderiam ter conquistado o título?
- As coisas não se colocar nesses termos. Quando iniciei este projecto há 10 anos atrás, tinha como ideia sair com o projecto terminado. Isto é, chegar com estes jovens aos seniores e nos seniores atingir patamares mais elevados, mas as circunstâncias não permitiram. Só me resta agradecer aos atletas que tudo deram pelo título, bem como aos treinadores que ficam no meu lugar. Fizeram história e isso é que interessa.

Nos seus horizontes está o seu regresso a Portugal?
- Obviamente, a minha vida está em Portugal. Espero regressar a Portugal, espero regressar ao Amora, espero regressar ao Leão Altivo e espero regressar com estes atletas fabulosos no futebol sénior. Na China o que vale é apenas um contracto (não sei bem até quando) de ensino e aprendizagem. Tenho contrato até final de Dezembro, no entanto eles estão a gostar do trabalho e até já estamos a falar na possibilidade de prolongar o contrato, se forem verificadas condições para que o projecto possa crescer. De qualquer modo, será sempre um trabalho de meses ou de poucos anos e depois, regresso a Portugal para junto dos meus.
Em relação à China, conte-nos mais sobre o projecto?
- A nossa academia de futebol funciona dentro de uma escola (onde funciona a maior Academia de Kun-fu do Mundo) com 9000 alunos, sendo que desses aproximadamente temos 1000 a jogar futebol. Depois esses 1000 estão divididos em equipas de formação e de competição; temos 9 equipas de competição sendo duas delas de futebol feminino, onde as idades varam entre os 9 e os 16 anos.Neste momento estamos a formar jogares e treinadores chineses, ajudando os mesmos a perceber bem este jogo; pois os mesmos até revelam skills interessantes, mas com níveis no jogo reduzidos. Porque têm dificuldade em entender o jogo. Eu sou eu o Coordenador, depois tenho comigo o João Canal, Pedro Mendes, Hugo Belchior com treinadores, o Francisco Mané como preparador físico e o Gonçalo Tristão como treinador de guarda-redes. Paralelamente existe uma equipa de 20 treinadores chineses para nos ajudarem e ao mesmo tempo aprenderem, bem como uma equipa de tradutores para ajudar na comunicação porque aqui só falamos inglês.

E como está o futebol profissional na China?
- Esse, é outro mundo porque existe muito dinheiro, mas eu ainda domino muito pouco). Quem sabe aqui na Academia se um dia podemos ter futebol de Sub 17, Sub 15 e Seniores.