Desilusão e melancolia…
"FIZEMOS UMA GRANDE ÉPOCA MAS NÃO SUBIMOS DE DIVISÃO"
Treinador realça o excelente trabalho desenvolvido pelos seus jogadores que tiveram o mérito de construir um balneário top e salienta a forma competitiva como o campeonato decorreu mas confessa também que ficou algo desiludido e melancólico por não ter subido de divisão.
Quando
se fica apenas a um ponto da subida de divisão há sempre algum sentimento de
desilusão. É o que se passa consigo, nesta altura?
Claro que quando não se sobe
por um ponto fica alguma desilusão, mas eu diria que neste momento estou mais
melancólico porque merecíamos ter subido de divisão, mas temos que aceitar as
coisas como são. A verdade é que fizemos uma grande época e não subimos. Não
fizemos um ponto em seis quando precisávamos e o Costa fez 6 em 6, quando os
teve de fazer. Parabéns aos Pescadores e ao UFCI pela subida de divisão.
Houve
algum factor que tenha impedido a equipa de subir de divisão?
A semana da penúltima
jornada foi a mais atípica da nossa época com tudo e mais alguma coisa a acontecer.
Não foi qualquer problema de equipa mas casos pessoais difíceis a nível
emocional. Nesse fim-de-semana perdemos em Almada por 1-0 naquele que foi o
nosso pior jogo da fase final. Essa semana anormal foi para mim o maior factor que
contribuiu para não termos subido de divisão.
Que
opinião tem sobre a forma como foi disputado o campeonato e em especial a fase
final?
Esta fase final foi
brilhante, talvez a melhor dos últimos anos na AF Setúbal, com resultados
curtos e jogos sempre bem disputados. Para mim estiveram na fase final as
melhores equipas com trabalho notório dos respectivos treinadores, todos com
capacidades e potencial para treinar divisões acima.
Qual
a análise global que faz ao desempenho da equipa ao longo da época?
Numa análise global
considero um trabalho excepcional de toda a equipa. Viemos provar que as
equipas da Série A não eram tão “League” como diziam, tal como as da Série B
não eram tão “Champions”. Disputámos o campeonato e a fase final com 3
jogadores com idade de júnior, 5 atletas que não jogavam futebol há mais de 3
anos e 2 jogadores seniores de primeiro ano. Num plantel de 21 jogadores o que
dizer mais do que excepcional. Trabalhámos sempre com intensidade alta, com
disciplina e rigor e os atletas, que corresponderam em treino, tiveram o mérito
de fazer um balneário top, com amizades que perdurarão no tempo.
Esta
foi a sua primeira época ao serviço do Atlético Alcacerense, ficou satisfeito
com o trabalho desenvolvido?
Começámos a época a 25 de
Agosto com 12 jogadores e longe de ter plantel fechado. Utilizámos a taça para
efectuar a pré época e a 14 de Novembro tivemos uma reunião com todo o grupo
sabendo que não tínhamos margem de erro e a nossa segunda volta do campeonato
começava ainda antes da primeira acabar. Foi tudo no limite, até a passagem à
fase final foi sofrida, a 20 minutos do fim do último jogo estávamos
eliminados. Na fase final como todos sabem foi também ela discutida até ao
último minuto. Claro que fico satisfeito com o trabalho desenvolvido.
E
o seu futuro como treinador passa pela continuidade em Alcácer do Sal?
Na próxima semana irei ter
uma reunião com a direcção, só aí ficará tudo definido, mas as coisas estão
encaminhadas para tal.
Há
algo mais que queira acrescentar ao que foi dito?
Aproveito para falar dos
árbitros. A época acabou e confesso que existem um ou dois que quando arbitram
os meus jogos, fico mais apreensivo. Mas tenho visto muitos árbitros do
distrito com um futuro promissor no panorama nacional e se nós podermos ajudar,
ganhamos todos. Os jogadores falham, as direcções falham, nós treinadores
falhamos, por isso é óbvio que eles também erram. Já me senti beneficiado e
prejudicado, mas acredito que nenhum o tivesse feito propositadamente.