ALCACERENSE»» Olívio Cordeiro analisa época desportiva - JORNAL DE DESPORTO

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quarta-feira, 26 de junho de 2019

ALCACERENSE»» Olívio Cordeiro analisa época desportiva

Desilusão e melancolia…

"FIZEMOS UMA GRANDE ÉPOCA MAS NÃO SUBIMOS DE DIVISÃO"


Treinador realça o excelente trabalho desenvolvido pelos seus jogadores que tiveram o mérito de construir um balneário top e salienta a forma competitiva como o campeonato decorreu mas confessa também que ficou algo desiludido e melancólico por não ter subido de divisão.

Quando se fica apenas a um ponto da subida de divisão há sempre algum sentimento de desilusão. É o que se passa consigo, nesta altura?
Claro que quando não se sobe por um ponto fica alguma desilusão, mas eu diria que neste momento estou mais melancólico porque merecíamos ter subido de divisão, mas temos que aceitar as coisas como são. A verdade é que fizemos uma grande época e não subimos. Não fizemos um ponto em seis quando precisávamos e o Costa fez 6 em 6, quando os teve de fazer. Parabéns aos Pescadores e ao UFCI pela subida de divisão.


Houve algum factor que tenha impedido a equipa de subir de divisão?
A semana da penúltima jornada foi a mais atípica da nossa época com tudo e mais alguma coisa a acontecer. Não foi qualquer problema de equipa mas casos pessoais difíceis a nível emocional. Nesse fim-de-semana perdemos em Almada por 1-0 naquele que foi o nosso pior jogo da fase final. Essa semana anormal foi para mim o maior factor que contribuiu para não termos subido de divisão.

Que opinião tem sobre a forma como foi disputado o campeonato e em especial a fase final?
Esta fase final foi brilhante, talvez a melhor dos últimos anos na AF Setúbal, com resultados curtos e jogos sempre bem disputados. Para mim estiveram na fase final as melhores equipas com trabalho notório dos respectivos treinadores, todos com capacidades e potencial para treinar divisões acima.

Qual a análise global que faz ao desempenho da equipa ao longo da época?
Numa análise global considero um trabalho excepcional de toda a equipa. Viemos provar que as equipas da Série A não eram tão “League” como diziam, tal como as da Série B não eram tão “Champions”. Disputámos o campeonato e a fase final com 3 jogadores com idade de júnior, 5 atletas que não jogavam futebol há mais de 3 anos e 2 jogadores seniores de primeiro ano. Num plantel de 21 jogadores o que dizer mais do que excepcional. Trabalhámos sempre com intensidade alta, com disciplina e rigor e os atletas, que corresponderam em treino, tiveram o mérito de fazer um balneário top, com amizades que perdurarão no tempo.


Esta foi a sua primeira época ao serviço do Atlético Alcacerense, ficou satisfeito com o trabalho desenvolvido?
Começámos a época a 25 de Agosto com 12 jogadores e longe de ter plantel fechado. Utilizámos a taça para efectuar a pré época e a 14 de Novembro tivemos uma reunião com todo o grupo sabendo que não tínhamos margem de erro e a nossa segunda volta do campeonato começava ainda antes da primeira acabar. Foi tudo no limite, até a passagem à fase final foi sofrida, a 20 minutos do fim do último jogo estávamos eliminados. Na fase final como todos sabem foi também ela discutida até ao último minuto. Claro que fico satisfeito com o trabalho desenvolvido.

E o seu futuro como treinador passa pela continuidade em Alcácer do Sal?
Na próxima semana irei ter uma reunião com a direcção, só aí ficará tudo definido, mas as coisas estão encaminhadas para tal.

Há algo mais que queira acrescentar ao que foi dito?
Aproveito para falar dos árbitros. A época acabou e confesso que existem um ou dois que quando arbitram os meus jogos, fico mais apreensivo. Mas tenho visto muitos árbitros do distrito com um futuro promissor no panorama nacional e se nós podermos ajudar, ganhamos todos. Os jogadores falham, as direcções falham, nós treinadores falhamos, por isso é óbvio que eles também erram. Já me senti beneficiado e prejudicado, mas acredito que nenhum o tivesse feito propositadamente.

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