No final do jogo da Taça AF Setúbal com o C. Piedade…
ÁRBITRO
ACUSA TREINADOR ADJUNTO DE UMA AGRESSÃO QUE NINGUÉM VIU
No final do encontro o juiz da partida apresentou queixa à GNR mas foi incapaz de identificar quem o agrediu. Tratando-se de um jogo com policiamento, tal ocorrência daria lugar à detenção do alegado agressor, facto que não aconteceu.
O Palmelense foi afastado da
Taça AF Setúbal pelo Cova da Piedade B ao ser derrotado em casa (1-2) num jogo
que terminou com os ânimos exaltados em virtude do golo que ditou a derrota ter
sido obtido através de uma grande penalidade que só o árbitro viu. A equipa
técnica foi expulsa e no final gerou-se alguma confusão com o árbitro a dizer
que tinha sido agredido.
No dia seguinte surge
Luciano Gonçalves, presidente da APAF, na sua página do facebook a falar em dois
casos de agressões a árbitros em jogos dos campeonatos distritais, sendo um
deles precisamente o Palmelense - Cova da Piedade B.
No sentido esclarecer a
situação o nosso jornal falou com o presidente do clube, João Paulo Santos que
se mostrou insatisfeito pela forma como o assunto foi abordado por Luciano
Gonçalves.
“Da APAF não vi qualquer comunicado
ou comentário, vi e li, o que foi escrito pelo Sr. Presidente da APAF no seu
facebook pessoal, o que naturalmente não é uma posição institucional. Diz o
mesmo, que o árbitro do Palmelense FC - Cova da Piedade do passado domingo terá
sido agredido pelo nosso treinador adjunto, o que a ser verdade é lamentável e
em nada dignifica o clube e o futebol. Como cidadão e dirigente desportivo
lamento todas as formas de violência no desporto e sublinho que as mesmas não
dignificam os clubes nem o futebol”, começou por referir.
Ninguém
viu qualquer agressão
“Como Presidente do clube e
um dos delegados ao jogo, logo após a expulsão dos dois treinadores ouvi o Sr.
árbitro Daniel Carvalho dizer que tinha sido agredido por um dos treinadores
adjuntos, sendo contudo incapaz de identificar por qual deles. Sei também que
no final do jogo terá apresentado queixa na GNR. Mas, nestes dois dias tenho
inquirido várias pessoas que assistiram ao jogo e ainda não consegui que alguém
dissesse que viu agressão alguma, pelo que tenho dificuldade em perceber a
afirmação do Sr. Luciano Gonçalves, sem ter estado presente. A ter acontecido
como afirma, e tratando-se de um jogo com policiamento, tal ocorrência daria
lugar à detenção do nosso treinador, facto que não aconteceu”, adianta João
Paulo Santos.
A
falta de educação dos árbitros
“Percebo o impulso
corporativista da afirmação não comprovada, numa saga contra o público e outros
agentes desportivos como afirma logo nas primeiras palavras do seu texto.
Lamento apenas que o tenha afirmado sem primeiro observar o que aconteceu e em
que contexto, que não desculpando excessos de uns e outros, também aos árbitros
se deve a obrigação da boa educação e a não inflamação dos acontecimentos. Será
que o árbitro auxiliar Sr. Diogo Gonçalves deve responder ao público
retorquindo-lhes os mesmos impropérios a respeito das mães? Será que deve o
mesmo Sr. árbitro auxiliar chamar "palhaços" aos treinadores? Será
que deve o Sr. árbitro expulsar os treinadores rindo-se na cara dos mesmos
quando estes lhes manifestam a sua tristeza e frustração por uma arbitragem de
muito pouca qualidade? É mesmo este o futebol que queremos”, interroga o
presidente do Palmelense.
“Acredito naturalmente que a
afirmação apenas tenha sido proferida por não estar na posse de todos os dados
e que não seja conhecedor desta equipa de arbitragem, embora os dados
estatísticos sobre a arbitragem das equipas do distrito sejam públicos. Percebo
as palavras há uns dias do Sr. Presidente do Charneca de Caparica quando afirma
que não comenta mais arbitragens. Contudo, se queremos melhorar temos que ser
capazes de perceber o que se passa e tentar aprender com os erros.
Estatisticamente os dois casos lamentáveis, um no Distrito de Leiria e outro no
Distrito de Setúbal no meio dos milhares de jogos que aconteceram no domingo
provavelmente deveriam, em vez de nos apelidar de tristes, frustrados, imbecis,
cobardes, fracos, parvos, infelizes e selvagens, pensar no que, como em todas
as profissões, andam a fazer de mal”, realça o dirigente ao mesmo tempo que
levanta mais algumas questões.
Em
causa as nomeações
“Não deveria ser importante
para o Sr. Luciano Gonçalves perceber por que esta equipa de arbitragem foi
nomeada para um jogo do Palmelense FC quando poucas semanas antes havia
cometido um erro grave de apreciação, sonegando três pontos a este clube, em
Alcochete, quando invalidou um golo quando todos já estavam preparados para
reiniciar o jogo. Por coincidência foi o mesmo árbitro auxiliar. Este domingo
teria sido fácil escolher outros árbitros e nomear observadores (não se percebe
porque não aconteceu) porque havia apenas cinco jogos em vez dos habituais
oito. Percebo a expressão de ficarmos todos com as mãos manchadas, felizmente
houve um jogo do Benfica que levou à rápida desmobilização do público e
permitiu o acalmar da situação. A segurança dos agentes desportivos compete-nos
a todos e a competência de cada um de nós nas respectivas tarefas é a forma de
a garantir”.
E a finalizar, João Paulo
Santos, fez questão de frisar: “Resta-me agradecer o vosso interesse em ouvir
as partes em prol de um código de ética profissional que deveria ser aplicado
por todos quantos informam, ao invés dos diversos jornais nacionais e regionais
que se limitaram a replicar as palavras do Sr. Presidente da APAF no seu
facebook pessoal, sem sequer se terem preocupado com o contraditório”.