PALMELENSE»» Clube contesta afirmações do presidente da APAF - JORNAL DE DESPORTO

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

PALMELENSE»» Clube contesta afirmações do presidente da APAF


No final do jogo da Taça AF Setúbal com o C. Piedade…

ÁRBITRO ACUSA TREINADOR ADJUNTO DE UMA AGRESSÃO QUE NINGUÉM VIU

No final do encontro o juiz da partida apresentou queixa à GNR mas foi incapaz de identificar quem o agrediu. Tratando-se de um jogo com policiamento, tal ocorrência daria lugar à detenção do alegado agressor, facto que não aconteceu.

O Palmelense foi afastado da Taça AF Setúbal pelo Cova da Piedade B ao ser derrotado em casa (1-2) num jogo que terminou com os ânimos exaltados em virtude do golo que ditou a derrota ter sido obtido através de uma grande penalidade que só o árbitro viu. A equipa técnica foi expulsa e no final gerou-se alguma confusão com o árbitro a dizer que tinha sido agredido.

No dia seguinte surge Luciano Gonçalves, presidente da APAF, na sua página do facebook a falar em dois casos de agressões a árbitros em jogos dos campeonatos distritais, sendo um deles precisamente o Palmelense - Cova da Piedade B.

No sentido esclarecer a situação o nosso jornal falou com o presidente do clube, João Paulo Santos que se mostrou insatisfeito pela forma como o assunto foi abordado por Luciano Gonçalves. 

“Da APAF não vi qualquer comunicado ou comentário, vi e li, o que foi escrito pelo Sr. Presidente da APAF no seu facebook pessoal, o que naturalmente não é uma posição institucional. Diz o mesmo, que o árbitro do Palmelense FC - Cova da Piedade do passado domingo terá sido agredido pelo nosso treinador adjunto, o que a ser verdade é lamentável e em nada dignifica o clube e o futebol. Como cidadão e dirigente desportivo lamento todas as formas de violência no desporto e sublinho que as mesmas não dignificam os clubes nem o futebol”, começou por referir.


Ninguém viu qualquer agressão

“Como Presidente do clube e um dos delegados ao jogo, logo após a expulsão dos dois treinadores ouvi o Sr. árbitro Daniel Carvalho dizer que tinha sido agredido por um dos treinadores adjuntos, sendo contudo incapaz de identificar por qual deles. Sei também que no final do jogo terá apresentado queixa na GNR. Mas, nestes dois dias tenho inquirido várias pessoas que assistiram ao jogo e ainda não consegui que alguém dissesse que viu agressão alguma, pelo que tenho dificuldade em perceber a afirmação do Sr. Luciano Gonçalves, sem ter estado presente. A ter acontecido como afirma, e tratando-se de um jogo com policiamento, tal ocorrência daria lugar à detenção do nosso treinador, facto que não aconteceu”, adianta João Paulo Santos.

A falta de educação dos árbitros

“Percebo o impulso corporativista da afirmação não comprovada, numa saga contra o público e outros agentes desportivos como afirma logo nas primeiras palavras do seu texto. Lamento apenas que o tenha afirmado sem primeiro observar o que aconteceu e em que contexto, que não desculpando excessos de uns e outros, também aos árbitros se deve a obrigação da boa educação e a não inflamação dos acontecimentos. Será que o árbitro auxiliar Sr. Diogo Gonçalves deve responder ao público retorquindo-lhes os mesmos impropérios a respeito das mães? Será que deve o mesmo Sr. árbitro auxiliar chamar "palhaços" aos treinadores? Será que deve o Sr. árbitro expulsar os treinadores rindo-se na cara dos mesmos quando estes lhes manifestam a sua tristeza e frustração por uma arbitragem de muito pouca qualidade? É mesmo este o futebol que queremos”, interroga o presidente do Palmelense.  
“Acredito naturalmente que a afirmação apenas tenha sido proferida por não estar na posse de todos os dados e que não seja conhecedor desta equipa de arbitragem, embora os dados estatísticos sobre a arbitragem das equipas do distrito sejam públicos. Percebo as palavras há uns dias do Sr. Presidente do Charneca de Caparica quando afirma que não comenta mais arbitragens. Contudo, se queremos melhorar temos que ser capazes de perceber o que se passa e tentar aprender com os erros. Estatisticamente os dois casos lamentáveis, um no Distrito de Leiria e outro no Distrito de Setúbal no meio dos milhares de jogos que aconteceram no domingo provavelmente deveriam, em vez de nos apelidar de tristes, frustrados, imbecis, cobardes, fracos, parvos, infelizes e selvagens, pensar no que, como em todas as profissões, andam a fazer de mal”, realça o dirigente ao mesmo tempo que levanta mais algumas questões.  


Em causa as nomeações

“Não deveria ser importante para o Sr. Luciano Gonçalves perceber por que esta equipa de arbitragem foi nomeada para um jogo do Palmelense FC quando poucas semanas antes havia cometido um erro grave de apreciação, sonegando três pontos a este clube, em Alcochete, quando invalidou um golo quando todos já estavam preparados para reiniciar o jogo. Por coincidência foi o mesmo árbitro auxiliar. Este domingo teria sido fácil escolher outros árbitros e nomear observadores (não se percebe porque não aconteceu) porque havia apenas cinco jogos em vez dos habituais oito. Percebo a expressão de ficarmos todos com as mãos manchadas, felizmente houve um jogo do Benfica que levou à rápida desmobilização do público e permitiu o acalmar da situação. A segurança dos agentes desportivos compete-nos a todos e a competência de cada um de nós nas respectivas tarefas é a forma de a garantir”.

E a finalizar, João Paulo Santos, fez questão de frisar: “Resta-me agradecer o vosso interesse em ouvir as partes em prol de um código de ética profissional que deveria ser aplicado por todos quantos informam, ao invés dos diversos jornais nacionais e regionais que se limitaram a replicar as palavras do Sr. Presidente da APAF no seu facebook pessoal, sem sequer se terem preocupado com o contraditório”.

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