Na sequência da expulsão de Filipe Barros que fazia a sua estreia...
JOGOU MAIS DE MEIA HORA COM UM JOGADOR DE
CAMPO NA BALIZA
A 16.ª jornada do Campeonato
Distrital da 1.ª Divisão ficou marcada por um facto pouco comum no futebol.
Estamos a falar do Barreirense – Banheirense que terminou com a vitória da
equipa da casa (5-2) num jogo em que foi obrigada a jogar com um jogador de
campo [Daniel Lourenço] na baliza, durante mais de meia hora, em virtude da
expulsão do seu guarda-redes, numa altura em que já tinha esgotado as
substituições.
Insatisfeito com o resultado
que se registava, Rui Fonseca resolveu fazer as três substituições de uma só
vez (52 minutos). Pouco depois, o Banheirense beneficia de um penalti que o
guarda-redes, Barros, em dia de estreia, defende. Por ter sido detectada alguma
irregularidade o árbitro, por indicação do assistente manda repetir.
Entretanto, o guarda-redes adversário vai ter com o outro assistente dizendo
que tinha que ser mostrado cartão amarelo, este transmitiu essa indicação ao
árbitro que admoestou o jogador que viu assim o segundo amarelo e o consequente
vermelho. Como alguém tinha que ir para a baliza a escolha recaiu em Daniel
Lourenço que não conseguiu evitar o golo.
O Banheirense ficou a ganhar
por 2-1 e jogava em superioridade numérica mas isso não constituiu obstáculo
para o Barreirense que acabou por dar a volta à situação fruto do grande
empenho e aplicação dos jogadores que, feridos no seu orgulho, deram tudo o que
tinham e marcaram mais quatro golos sem resposta.
Daniel
Lourenço, calçou as luvas
Em declarações ao
nosso jornal, Daniel Lourenço disse que “depois da expulsão
(que considero injusta) do nosso guarda-redes, Filipe Barros, ofereci-me para o
substituir visto estarem esgotadas as nossas substituições. Como temos um
grande grupo de homens outros também se ofereceram (por exemplo o Bailão) mas
acabámos por decidir, em concordância com a equipa técnica, de que seria eu a
calçar as luvas”.
Foi uma experiência
diferente mas extremamente gratificante adiantou o jogador porque “ali sente-se
a responsabilidade e, no meu caso, o nervosismo constante de ser o último
jogador que pode impedir que a equipa adversária marque. Os meus colegas foram
enormes no apoio e na motivação que me deram. Curiosamente já tinha passado por
uma experiência semelhante nas camadas jovens do Barreirense”, realçou.
Focados
em fazer uma grande segunda volta
Daniel Lourenço considera que
o que se passou não é normal e fez questão de salientar apenas uma grande
equipa consegue fazer o que fez. Dar a volta ao resultado de forma categórica,
a jogar com menos um jogador, com um jogador adaptado a guarda-redes e a perder
por 1-2.
“Fomos atrás daquilo que
queríamos que era a vitória e fizemo-lo da única forma possível. Correu-se,
trabalhou-se e lutou-se um pouco mais, exibindo assim todo o nosso carácter. Os
resultados não têm sido os esperados mas não são estes que mostram o que
realmente somos, enquanto pessoas, colegas e jogadores. É sim a resposta às
adversidades que nos têm aparecido”.
Em relação ao resto do
campeonato, Daniel Lourenço diz que “Estamos
completamente focados em fazer uma grande segunda volta, melhorar face aos
resultados da primeira metade do campeonato e desfrutar do nosso futebol.
Começámos da melhor maneira vingando um empate obtido no primeiro jogo do
campeonato. Como nota final, uma palavra de apoio ao nosso colega Filipe Barros
que teve uma estreia no campeonato que certamente não desejaria mas estará
feliz com a vitória da equipa”.