Apesar de algumas condicionantes…
ÁRBITROS DE ALMADA E SEIXAL TÊM FORTES RAZÕES PARA
ACREDITAREM NO FUTURO
O Núcleo de Árbitros de Almada e Seixal, o mais antigo do
país, assinalou a passagem do seu 59.º aniversário num jantar que reuniu
algumas dezenas de associados e representantes de algumas instituições ligadas
ao fenómeno desportivo e autárquico.
Francisco Cardoso, presidente da direcção da Associação
de Futebol de Setúbal; José Manuel Esteves, presidente do Conselho de
Arbitragem da AF Setúbal; João Ferreira, vice-presidente do Conselho de
Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol; Joaquim Tavares, vereador da
Câmara Municipal do Seixal e representantes da Câmara Municipal de Almada, dos
outros núcleos do distrito e APAF, foram alguns dos convidados de honra.
Aproximação,
inovação e desenvolvimento
O presidente do NAFAS, Bruno Esteves, começou por
agradecer a presença de todos, saudou os seus antecessores e falou das linhas
mestras do seu programa de acção que assentam em três pontos essenciais:
aproximação, inovação e desenvolvimento.
Na sua intervenção, Bruno Esteves realçou a importância
da aproximação que dá a possibilidade dos “mais jovens árbitros se aproximarem
dos antigos com o objectivo de aqui ou ali, perceberem a importância que a
experiência traz ao seu dia a dia e ao seu fim-de-semana desportivo”.
Bruno Esteves deu conta também do resultado de uma
parceria estabelecida com a CM Seixal que permitiu a realização, em duas
escolas do concelho, de um recrutamento eficaz para o curso de candidatos a
árbitros de futebol. “Conseguimos recrutar 18 candidatos, garantindo 16 a teste
final teórico e encontrando-se na segunda fase do curso, 14 com registo a apto,
diferença significativa em relação ao ano anterior onde tivemos apenas cinco
árbitros em curso”.
O presidente do NAFAS chamou ainda a necessidade dos
jovens aderirem mais ao associativismo e agradeceu o apoio que CM Seixal, CM
Almada e Junta de Freguesia têm dado ao longo dos tempos.
Quem
trabalha é compensado
José Manuel Esteves, lamentou o facto dos árbitros que
estão agora a ser formados não terem equipamento porque a FPF cancelou o
protocolo que tinha a empresa que o fornecia e destacou o empenho do presidente
da Direcção, Francisco Cardoso, no apoio que dá aos árbitros. “É um homem que
tem dado tudo por nós”.
O responsável máximo pela arbitragem setubalense pediu aos
árbitros para terem confiança no Conselho de Arbitragem porque para si “são
todos iguais independentemente do Núcleo a que pertencem” e finalizou falando
de emails.
“Vocês não sabem a quantidade de emails que recebemos
contra o vosso trabalho mas sabem qual é o destino, o arquivo. Não merecem
sequer resposta. Trabalhem muito porque quem trabalha geralmente é compensado, têm
aqui um bom exemplo, o João Marques”.
Investimento
na arbitragem
Francisco Cardoso recordou que “a AF Setúbal chegou a ter
cinco árbitros na 1.ª Divisão Nacional e é neste caminho que estamos a
trabalhar. Estamos a fazer um investimento na arbitragem para que daqui a oito
anos possamos ter novamente quatro a cinco árbitros ao mais alto nível, mas
este não é um trabalho fácil. Para que tenham uma ideia daquilo que é gasto com
a arbitragem direi que 65% do nosso orçamento é gasto precisamente com os
árbitros. Pagamos pouco mas pagamos a tempo e horas”, fez questão de salientar.
O presidente da AF Setúbal informou também que neste momento estão a decorre negociações
com uma marca de equipamentos para que todos possam vestir de igual.
Um
núcleo com a grandiosidade dos seus 59 anos
João Ferreira enalteceu o apoio que as autarquias têm
dado aos árbitros não só do distrito mas também dos outros a nível nacional e
falou do trabalho desenvolvido pelo NAFAS que “tem dado à arbitragem grandes
referências não só como árbitros mas também como dirigentes do Conselho de
Arbitragem da Liga e da Federação, é um núcleo com a grandiosidade dos seus 59
anos”.
A referência feita à falta de equipamentos para os
árbitros também não passou despercebida ao dirigente federativo. “Quando se
queixam que FPF não dá equipamentos têm toda a razão mas nós já explicámos o
motivo por que isso acontece. No meu tempo, eu nunca treinei na relva e quando
fazia férias treinava na praia de Melides. Vocês hoje têm relvados para
treinar, preparadores para cuidar da parte física, testes on line e um conjunto
de condições que nós não tínhamos. Portanto, que não seja por falta de
equipamentos que deixem de ser árbitros”.