Árbitro dá o jogo terminado aos 87 minutos e depois decide
retomá-lo com os jogadores já no banho …
“ASSISTI A UM DOS MOMENTOS MAIS TRISTES NO MEU PERCURSO
PELO FUTEBOL”
Nuno Ferreira, treinador dos Pescadores não tem dúvidas.
O que se passou no Estádio do Bravo, no Seixal é, no mínimo, caricato. O
árbitro dá o jogo por concluído aos 87 minutos por alegadamente ter sido
atingido por uma pedra, que afinal era uma pastilha. Os jogadores foram para o
banho e o árbitro volta com a palavra atrás dizendo que se ia jogar o tempo que
faltava.
O treinador dos Pescadores conta que o seu capitão de
equipa pediu para não jogar porque não se sentia bem devido ao frio que sentia
causado pelos efeitos do mau tempo. Os dois treinadores acordaram então em
recomeçar o jogo mas decidiram que ele tinha terminado ali, assumindo o
resultado, as equipas trocaram a bola entre si durante mais três ou quatro
minutos mas na verdade não houve mais jogo.
Fantástico
jogo de futebol
"Foi um fantástico jogo de futebol o que aconteceu
na tarde de domingo, no Estádio do Bravo. Começo por elogiar as condições do
clube, com um relvado extraordinário que, mesmo com a imensa chuva que caiu, se
manteve em condições perfeitas ao longo dos 90’. Quando assim é, todos saímos a
ganhar.
Na primeira parte houve um claro ascendente da nossa
equipa, sobre um Seixal extremamente bem organizado que partia, sempre que
possível, em situações de ataque rápido, procurando contrariar a nossa melhor
primeira parte até ao momento, onde conseguimos chegar ao golo com grande
superioridade no jogo.
O início da segunda parte, fica marcada pela expulsão de
um jogador adversário, que acabaria por trazer uma maior agressividade do
Seixal no último terço. Não fomos capazes de contrariar o crescimento do nosso
adversário, principalmente depois da expulsão de um jogador nosso (é falta sem
dúvida, mas a gravidade foi tão pequena que no momento da expulsão eu estou de
costas a conversar com os meus colegas de equipa técnica), que chega ao golo do
empate, num lance que deixa algumas dúvidas, mas que, de onde estou, não tenho
a aptidão suficiente para garantir se é ou não penalti.
A partir do golo do empate verificou-se um equilíbrio que
até então não havia existido ao longo de todo o jogo. Bem perto do final,
conseguimos ganhar um penalti numa falta precipitada de um adversário, mas que
não conseguimos converter em golo, atirando a bola à barra.
Surge
o impensável
Quando na semana passada li no Jornal de Desporto que um
jogo havia sido dado por terminado e que, já com jogadores no banho, foi tomada
a decisão de retomar a partida, pensei que fosse mentira! Que isso não poderia
existir, fosse em que registo fosse, mesmo numa 2.ª Divisão Distrital. Mas
afinal é mesmo verdade! Aconteceu também connosco.
Num jogo bonito, abrilhantado por todos os
intervenientes, o árbitro dá por terminada a partida aos 87’ por, alegadamente,
ter levado com uma pedra atirada pelo público, mas, afinal, foi apenas uma
pastilha.
Encaminho a maioria dos meus jogadores para o banho
devido à forte intempérie que se fez sentir ao longo de todo o jogo e de
repente, o árbitro volta atrás e decide que vai jogar os últimos minutos!
Jogadores
assumiram o empate
Peço aos meus jogadores para regressar (e o Tiago fez o
mesmo). Nisto tenho o meu capitão a implorar para não jogar, pois não se sentia
bem com o frio. Nem pensei duas vezes e pedi-lhe que fosse embora. Rapidamente
me juntei ao Tiago e juntos decidimos que a falta de respeito terminava ali.
Os nossos jogadores assumiram o empate no momento em que
o árbitro termina o jogo (pela primeira vez). Jogaram-se mais 3/4’ mas as
equipas trocaram a bola entre si. Não se jogou mais! Um dos momentos mais
tristes no meu percurso pelo futebol.
Termino a dar os parabéns ao adversário, pois
proporcionámos uma óptima tarde de futebol, mas, sem dúvida, uma vénia aos meus
jogadores pelo que fizeram, principalmente na primeira parte. Havemos de ouvir
falar de muitos dos jogadores dos Pescadores nos próximos anos".