Por dificuldades de ordem económica…
EQUIPA TÉCNICA JÁ SE DEMITIU MAS HÁ UM GRUPO DE PESSOAS
QUE ESTÁ A TENTAR CRIAR CONDIÇÕES PARA FAZER A INSCRIÇÃO
As contas do exercício de 2017 não foram aprovadas e da
Assembleia Geral que deveria ser eleitoral acabou por sair uma comissão de gestão
que se viu confrontada com graves problemas de ordem económica para as dimensões
de um clube como o Paio Pires.
Do resultado da tomada de posse saiu a decisão que, nas
condições financeiras atuais, não será possível manter a equipa de seniores.
Pelo que o nosso jornal conseguiu apurar há um grupo de
pessoas que está a tentar manter a equipa e que vai tentar angariar o dinheiro
suficiente para inscrever a equipa no campeonato. Mas, mesmo que isto aconteça,
a participação na Taça AF Setúbal parece estar fora de hipótese porque a equipa
técnica que vinha preparando a época [Sérgio Alegria e Ricardo Matos] demitiu-se.
Falta
de condições para continuar
“A comissão de gestão considera que o clube não atravessa
o nível de estabilidade financeira desejado para fazer face às despesas da
próxima época de futebol. E, nesse sentido, comunicou que não era certo que
houvesse uma equipa de futebol sénior para competir no campeonato distrital da
2.ª divisão”, começou por dizer ao nosso jornal Sérgio Alegria.
“Nós compreendemos a posição da comissão, porque estão a
tomar as decisões adequadas à situação que encontraram, mas para nós representa
o fim de um ciclo porque entendemos não ter mais condições para continuar o
nosso trabalho. Penso que o que se revela errado no meio disto é o momento em
que é realizada a transição directiva do clube, a 15 dias do arranque da época”.
Dois meses a preparar uma época que não vai acontecer
E, continuando complementou: “Este acto eleitoral, que se
converteu numa comissão de gestão devia ter acontecido até final de Maio, para
que houvesse tempo suficiente para se preparar a época seguinte e para que as
pessoas pudessem seguir o seu caminho livremente, de acordo com as propostas
apresentadas”.
“Estivemos os últimos dois meses a preparar uma época que
não irá acontecer, quando chegámos a recusar propostas para outros projectos
porque estávamos dedicados a este. Até o trabalho de coordenação que havíamos
iniciado, não foi levado em conta. Não é inédito assistirmos a estas situações
no futebol, onde tudo muda de repente e o que hoje era, amanhã já não é. Os
clubes, independentemente da sua dimensão, devem assegurar a continuidade dos projectos
e dos seus recursos humanos. Agora, vamos finalmente de férias e aguardar que
surjam novos desafios que poderão chegar só em Novembro ou Dezembro”, referiu
Sérgio Alegria.
“Não saio com mágoa, porque compreendo o papel da
comissão no meio disto tudo mas a conclusão que se tira deste processo é que
aconteceu fora de tempo. O mundo do futebol está cheio de situações em que os
treinadores vêem tudo à sua volta mudar radicalmente e muito depressa. Esta é
apenas mais uma dessas situações e nós cá continuaremos para trabalhar, não
neste mas em projectos futuros”, rematou.