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quinta-feira, 21 de junho de 2018

PEDRO MACEDO»» Frustrado por não estar no activo


Treinador mostra-se disponível para abraçar novos projectos...

"OS TREINADORES DE FUTEBOL PRECISAM DE DOIS FACTORES ESSENCIAIS, A JANELA DA OPORTUNIDADE E A SORTE"

Pedro Macedo, treinador de futebol, de 41 anos, é reconhecido publicamente pela qualidade do trabalho que desenvolve no exercício das suas funções mas nesta altura está um pouco descontente com alguns agentes do futebol que se têm esquecido de si.

Pedro Macedo, que se considera um apaixonado pelo futebol, iniciou a sua carreira de treinador no GD Sesimbra passando pelos juvenis, juniores e seniores [na antiga 3.ª Divisão], depois esteve nos juniores do Almada e na época seguinte foi para o Desportivo Fabril onde orientou também a equipa de juniores e posteriormente a equipa sénior [na parte final da época de 2016 /2017] que lutava pela manutenção no Campeonato de Portugal.

Na época que agora terminou continuou a desenvolver o seu trabalho na equipa de juniores de onde saiu em Dezembro de 2017.

De então para cá tem sido sondado por alguns clubes mas a grande verdade é que continua inactivo e com muita vontade de regressar ao trabalho para colocar em prática as suas ideias de jogo.

O nosso jornal, conhecedor da situação, resolveu falar com Pedro Macedo para ele nos contar de viva voz, como se está a sentir…



Os clubes estão a ultimar os preparativos para a nova temporada. No seu caso pessoal não tem recebido convites?
Antes de mais, numa altura em que os colegas que se encontram no activo, estão a fazer um rescaldo das suas épocas, e num momento em que estou sem clube, achei importante ter sido contactado para divulgar a minha situação actual, felicitando o Jornal Desporto pelo sucedido.

Após a minha dispensa do GD Fabril, no passado dia 18/12/2017, nessa mesma semana recebi um convite, que recusei. Estava ainda “combalido” com a decisão que o meu ex-clube tomou e tendo em conta que era um convite para uma equipa de formação, decidi não aceitar. Mais tarde, voltei a ter umas abordagens, sendo que, concretamente, recebi telefonema do Sr. Presidente da AD Quinta do Conde que me convidou para liderar a equipa de juniores. Foi um contacto que me satisfez, mas tive o cuidado de justificar ao presidente, qual era a minha pretensão futura, pelo que voltei a declinar esta hipótese. No entanto, aproveito a oportunidade para a agradecer o seu contacto e convite.

Ainda acredita na possibilidade de regressar ao activo, esta época?
Nós treinadores, quando nos encontramos nesta situação (sem clube), estamos sempre esperançados que nos contactem “oferecendo” uma nova possibilidade de continuarmos a exercer esta apaixonante actividade. Na realidade, sou apaixonado pelo treino. Enquanto treinador de futebol, ambiciono regressar ao activo o mais breve possível, assim como ambiciono manter o sucesso que tenho obtido em todos os difíceis projectos em que estive envolvido, no entanto, e estando a par dos últimos acontecimentos ao nível da formação das equipas, infelizmente, não acredito que regresse ao activo. 

Sinto-me desacreditado e frustrado com alguns agentes do futebol, desapontado por estar com esta intuição, até porque sei que tenho sido apontado a alguns clubes mas sei também que continuo a ser 2ª escolha!


Ultimamente tem treinado nos escalões de juniores, mas também já treinou seniores. Qual a sua preferência nesta altura?
Disse á minha equipa técnica, no último projecto, que a minha preferência, será regressar ao futebol sénior ou entrar numa equipa de formação que esteja a competir nos campeonatos nacionais. Sabe que a diferença entre equipas juniores e seniores, é muito grande. Digo isto porque a minha experiência nos últimos 4/5 anos, altura em que representei o Almada AC e o GD Fabril, assim o demonstra. Acompanhei o trabalho das equipas seniores dos clubes em causa, nomeadamente, dos treinadores Filipe Celikkaya (que faz parte da equipa do Mister Luís Castro – Vitória Guimarães) no Almada, Manuel Correia, José Carvalho e Flávio Santos no Fabril e a diferença existente no que respeita ao apoio dado, às condições fornecidas ao acompanhamento e importância atribuídas, é muito grande. Entre outros e por tudo isto, depois de 11 anos enquanto treinador, no qual passei por quase todas as equipas de competição, tenho como objectivo regressar ao futebol sénior, não escondendo que estava confiante que o fazia no GD Fabril, isto porque concluí a época 2016/2017 a liderar a equipa sénior do clube, aquando da saída do Mister Manuel Correia ao qual recebi feedbacks muito positivos, de toda a estrutura, com as prestações da equipa.

Contudo, enquanto treinador de futebol, não posso dizer, antecipadamente, que recusarei qualquer convite, de um qualquer clube, que não seja de uma equipa sénior. Estarei disposto a conversar, caso exista demonstração de interesse.


Quer acrescentar mais alguma coisa que ache importante?
Pode parecer contraditório, mas tenho um sentimento de desacreditação para com o futebol, independentemente de manter a ambição natural de ser bem-sucedido. Ultimamente tenho frequentado diversas formações por todo o país e apesar de sentir que a classe de treinador está em alta, essencialmente pela qualidade do trabalho, também tenho sentido a dificuldade dos colegas em encontrar projectos credíveis.

Sabe que os treinadores de futebol precisam de 2 factores essenciais. A janela de oportunidade e a sorte. Tenho esta consideração porque a minha experiência apresentou-me sempre projectos muito difíceis, com condições únicas e pouco sólidas, algumas delas aceitei sem ter qualquer apoio financeiro. Mesmo assim consegui obter resultados muito satisfatórios, em todas as equipas que liderei, em alguns casos obtive as melhores classificações dos últimos anos dos clubes que representava, ao invés, não consegui manter o GD Sesimbra na antiga 3ª divisão, apenas por 1 golo de diferença, com uma equipa que embora estivesse num campeonato nacional, não recebia qualquer subsídio, e esse foi o meu único lamento enquanto treinador.

Busco um projecto diferente, solidificado em que apenas pense em realizar as funções de treinador nas suas mais variadas vertentes. Por outro lado, não posso deixar de dizer que saí sempre de consciência tranquila de tudo ter feito em prol das equipas que liderei e essa é a minha maior conquista e pelo qual muito me orgulho.

Neste momento possuo os créditos necessários para renovação do meu título de treinador de futebol, por mais 5 anos, situação que me permite, legalmente estar completamente disponível para abraçar novas propostas.

Por último parabenizar o Sr. Pina pela continuação do excelente trabalho que tem desenvolvido ao longo de todos estes anos, não só pela oportunidade que dá a que muitos conheçam os nossos desempenhos, como também na actualização de notícias de todos os clubes do distrito, especialmente o desporto amador.