Treinador mostra-se
disponível para abraçar novos projectos...
"OS
TREINADORES DE FUTEBOL PRECISAM DE DOIS FACTORES ESSENCIAIS, A JANELA DA
OPORTUNIDADE E A SORTE"
Pedro Macedo, que se considera um apaixonado
pelo futebol, iniciou a sua carreira de treinador no GD Sesimbra passando pelos
juvenis, juniores e seniores [na antiga 3.ª Divisão], depois esteve nos
juniores do Almada e na época seguinte foi para o Desportivo Fabril onde
orientou também a equipa de juniores e posteriormente a equipa sénior [na parte
final da época de 2016 /2017] que lutava pela manutenção no Campeonato de
Portugal.
De então para cá tem sido sondado por alguns
clubes mas a grande verdade é que continua inactivo e com muita vontade de
regressar ao trabalho para colocar em prática as suas ideias de jogo.
O nosso jornal, conhecedor da situação, resolveu
falar com Pedro Macedo para ele nos contar de viva voz, como se está a sentir…
Os clubes estão a ultimar os preparativos para
a nova temporada. No seu caso pessoal não tem recebido convites?
Antes de mais, numa altura
em que os colegas que se encontram no activo, estão a fazer um rescaldo das
suas épocas, e num momento em que estou sem clube, achei importante ter sido contactado
para divulgar a minha situação actual, felicitando o Jornal Desporto pelo
sucedido.
Após a minha dispensa do GD
Fabril, no passado dia 18/12/2017, nessa mesma semana recebi um convite, que recusei.
Estava ainda “combalido” com a decisão que o meu ex-clube tomou e tendo em
conta que era um convite para uma equipa de formação, decidi não aceitar. Mais
tarde, voltei a ter umas abordagens, sendo que, concretamente, recebi
telefonema do Sr. Presidente da AD Quinta do Conde que me convidou para liderar
a equipa de juniores. Foi um contacto que me satisfez, mas tive o cuidado de
justificar ao presidente, qual era a minha pretensão futura, pelo que voltei a
declinar esta hipótese. No entanto, aproveito a oportunidade para a agradecer o
seu contacto e convite.
Ainda acredita na possibilidade de regressar ao
activo, esta época?
Nós treinadores, quando nos
encontramos nesta situação (sem clube), estamos sempre esperançados que nos contactem
“oferecendo” uma nova possibilidade de continuarmos a exercer esta apaixonante
actividade. Na realidade, sou apaixonado pelo treino. Enquanto treinador de
futebol, ambiciono regressar ao activo o mais breve possível, assim como
ambiciono manter o sucesso que tenho obtido em todos os difíceis projectos em
que estive envolvido, no entanto, e estando a par dos últimos acontecimentos ao
nível da formação das equipas, infelizmente, não acredito que regresse ao activo.
Ultimamente tem treinado nos escalões de juniores,
mas também já treinou seniores. Qual a sua preferência nesta altura?
Disse á minha equipa
técnica, no último projecto, que a minha preferência, será regressar ao futebol
sénior ou entrar numa equipa de formação que esteja a competir nos campeonatos nacionais.
Sabe que a diferença entre equipas juniores e seniores, é muito grande. Digo
isto porque a minha experiência nos últimos 4/5 anos, altura em que representei
o Almada AC e o GD Fabril, assim o demonstra. Acompanhei o trabalho das equipas
seniores dos clubes em causa, nomeadamente, dos treinadores Filipe Celikkaya
(que faz parte da equipa do Mister Luís Castro – Vitória Guimarães) no Almada,
Manuel Correia, José Carvalho e Flávio Santos no Fabril e a diferença existente
no que respeita ao apoio dado, às condições fornecidas ao acompanhamento e
importância atribuídas, é muito grande. Entre outros e por tudo isto, depois de
11 anos enquanto treinador, no qual passei por quase todas as equipas de
competição, tenho como objectivo regressar ao futebol sénior, não escondendo
que estava confiante que o fazia no GD Fabril, isto porque concluí a época
2016/2017 a liderar a equipa sénior do clube, aquando da saída do Mister Manuel
Correia ao qual recebi feedbacks muito positivos, de toda a estrutura, com as prestações
da equipa.
Contudo, enquanto treinador
de futebol, não posso dizer, antecipadamente, que recusarei qualquer convite,
de um qualquer clube, que não seja de uma equipa sénior. Estarei disposto a
conversar, caso exista demonstração de interesse.
Pode parecer contraditório,
mas tenho um sentimento de desacreditação para com o futebol, independentemente
de manter a ambição natural de ser bem-sucedido. Ultimamente tenho frequentado
diversas formações por todo o país e apesar de sentir que a classe de treinador
está em alta, essencialmente pela qualidade do trabalho, também tenho sentido a
dificuldade dos colegas em encontrar projectos credíveis.
Sabe que os treinadores de
futebol precisam de 2 factores essenciais. A janela de oportunidade e a sorte.
Tenho esta consideração porque a minha experiência apresentou-me sempre
projectos muito difíceis, com condições únicas e pouco sólidas, algumas delas
aceitei sem ter qualquer apoio financeiro. Mesmo assim consegui obter
resultados muito satisfatórios, em todas as equipas que liderei, em alguns
casos obtive as melhores classificações dos últimos anos dos clubes que
representava, ao invés, não consegui manter o GD Sesimbra na antiga 3ª divisão,
apenas por 1 golo de diferença, com uma equipa que embora estivesse num
campeonato nacional, não recebia qualquer subsídio, e esse foi o meu único
lamento enquanto treinador.
Busco um projecto diferente,
solidificado em que apenas pense em realizar as funções de treinador nas suas
mais variadas vertentes. Por outro lado, não posso deixar de dizer que saí
sempre de consciência tranquila de tudo ter feito em prol das equipas que
liderei e essa é a minha maior conquista e pelo qual muito me orgulho.
Por último parabenizar o Sr.
Pina pela continuação do excelente trabalho que tem desenvolvido ao longo de
todos estes anos, não só pela oportunidade que dá a que muitos conheçam os
nossos desempenhos, como também na actualização de notícias de todos os clubes
do distrito, especialmente o desporto amador.