Nuno Chagas vai passar o testemunho a Nuno Couto…
“A PARTIR DO MOMENTO EM QUE COMEÇÁMOS A JOGAR NO NOSSO CAMPO
TUDO SE MODIFICOU”
A equipa
de futebol do Grupo Desportivo de Lagameças não teve uma época nada fácil mas no
fim acabou por ser uma agradável surpresa no Torneio Complementar de Seniores.
As
obras relativas à colocação do piso sintético no Campo Adelino Cais Esteves [que
hoje é uma realidade] obrigaram a equipa a fazer praticamente todos os jogos da
primeira fase do campeonato fora de casa facto que pesou bastante no rendimento
dos jogadores e como se isto não bastasse há ainda a registar a particularidade
da equipa ter tido três treinadores ao longo da época; Hugo Mira que saiu ainda
antes de a época começar para abraçar outro projecto na AF Évora; João Nicolau,
que foi convidado para ingressar no V. Setúbal; e, por fim, Nuno Chagas que vai
passar o testemunho a Nuno Couto [seu adjunto] em virtude de ter colocado um
ponto final na sua carreira de treinador por razões de ordem pessoal.
Ponto final em 18 anos de carreira
“A este nível não ganhamos dinheiro para fazer
da vida a carreira de treinador e como a minha família vai crescer fico sem
condições para continuar. Quatro vezes por semana no clube é muito. Não posso
ser pai em part-time”, disse Nuno Chagas ao nosso jornal no final do jogo que a
sua equipa disputou no Estádio do Bravo, com o Seixal.
“Comecei muito cedo, aos 18 anos, aos 19 já
tinha o curso de treinador e, depois, ainda tirei mais dois. Foi uma carreira
de 18 anos que agora chegou ao fim. Como tenho dois filhos vou andar agora
atrás deles e acompanhá-los nas suas equipas. Ou seja, vou viver o futebol de
outra forma e também como adepto. Irei ver os jogos do Lagameças, serei mais um
adepto ferrenho”, salientou.
Em
relação à época que agora terminou, Nuno Chagas é peremptório: “o balanço é
muito positivo. Quando começámos, faltavam duas semanas para o início do campeonato,
metade da equipa foi-se embora com o treinador. Tivemos que construir um
plantel novo em duas semanas, adiar o primeiro jogo na AF Setúbal para
conseguirmos ter jogadores e aproveitámos todos aqueles que apareceram. Jogámos
a primeira fase do campeonato sempre fora de casa porque não tínhamos campo
para jogar”, recordou Nuno Chagas.
“Chegámos ao último jogo a discutir o
primeiro lugar”
“Eu
entrei em Janeiro, estávamos em último lugar no campeonato e foi nele que ficámos
mas na altura eu disse aos jogadores que não vinha só para cumprir calendário e
que os últimos jogos do campeonato seria a pré-época para o Torneio Complementar
e, felizmente, tudo correu bem porque chegámos ao último jogo a discutir o
primeiro lugar. Foi muito bom para um clube como o Lagameças”.
Andar
com a casa às costas complicou bastante a tarefa dos jogadores porque “fizemos
todos os jogos fora de casa na primeira volta e na segunda jogámos sempre numa
casa [Jardia] que não era a nossa. Treinávamos num campo de futebol de 7 em
Setúbal, onde não havia condições para criar uma dinâmica de jogo e um
colectivo forte. A partir do momento em que começámos a jogar no nosso campo
tudo se modificou com a equipa a conquistar um número considerável de pontos que
é recorde desde que o actual presidente [Edgar Curado] está à frente do clube”.
Sobre o
último jogo do campeonato Nuno Chagas disse que “neste jogo realizado no Seixal
tivemos
várias condicionantes, como já havia acontecido noutras situações. Nos últimos
jogos, jogámos com jogadores aleijados e muitas vezes só com um guarda-redes.
Mesmo a ganhar, como estávamos, não foi fácil segurar e manter o grupo mas lá
conseguimos levar o barco a bom porto”, rematou.