Treinador Ricardo Silva fala da missão, que era quase
impossível…
“FOI HISTÓRICO, ÚNICO E FICARÁ CERTAMENTE COMO UMA
HISTÓRIA DIFÍCIL, QUE TEVE UM FINAL FELIZ”
A equipa de juniores do Clube Desportivo da Cova da
Piedade está de parabéns pelo facto de ter garantido a manutenção no Campeonato
Nacional da 1.ª Divisão, no primeiro ano em que nele participou.
Não foi uma tarefa fácil devido essencialmente à prestação
menos positiva da equipa na primeira fase da competição onde apenas havia
obtido três vitórias e seis empates, nos 20 jogos realizados.
Partiu para a segunda fase da competição com apenas oito
pontos mas terminou com 24, em quinto lugar, deixando para trás o Sacavenense
(22) e o Real (18’) que desceram à 2.ª Divisão.
Foi de facto uma recuperação sensacional à qual muito se deve
o empenho, a dedicação e a qualidade do trabalho desenvolvido por todo o grupo superiormente
comandado por Ricardo Silva que em boa hora regressou ao clube onde já havia
sido feliz.
E foi exactamente com Ricardo Silva que falámos com o
intuito de ficarmos a saber qual foi a chave do sucesso.
A
ajuda dos anjos…
O C.
Piedade garantiu a manutenção no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão. Está
naturalmente satisfeito por ter conseguido o objectivo…
Naturalmente satisfeito, é verdade. Diria que
"sobrenaturalmente" satisfeito, pois o que fizemos foi tão impossível
que parece ter ajuda dos anjos.
Foi
uma tarefa difícil que só ficou consumada na última jornada. Acreditou sempre
que era possível ou chegou alguma vez a temer o pior?
No início da segunda volta, nesta fase de manutenção,
após a derrota com o Sacavenense ficámos a seis pontos do lugar que dava
possibilidades de nos mantermos, eram 6 pontos de diferença em 15 possíveis e
com desvantagem no confronto directo. Todos vaticinaram o pior. A nossa mensagem
passou a ser "já temos o pior, vamos atrás do melhor".
Qual
foi para si o momento mais marcante do campeonato para o C. Piedade?
Não elejo um, mas dois jogos que traduzem um momento. O
referido jogo em Sacavém que nos deixou em coma e o jogo seguinte em casa
contra o Alcanenense, que marcámos no último minuto e nos deu a vitória por
3-2, foi como um sinal que o melhor dependia de nós.
A
feliz profecia…
Em
entrevista ao nosso jornal, na altura em que tomou conta da equipa, disse que
acreditava na manutenção e que em Junho a notícia seria a manutenção histórica
do C. Piedade. Foi isso mesmo que aconteceu, uma manutenção histórica?
Foi! Já nem me lembrava que tinha proferido essa
afirmação. Mas a verdade, quando estamos convictos do nosso potencial, vermos a
forma como todos trabalhavam, fez-me acreditar piamente que iríamos conseguir, foi
uma feliz profecia. Foi histórico, único e ficará certamente como uma história
difícil, quase impossível de acontecer, mas com um final feliz.
Neste
momento de grande satisfação que mais lhe apetece dizer?
Neste momento quero agradecer a todos que sempre nos
apoiaram, fizeram com que a nossa crença fosse ganhando força. Quero igualmente
agradecer publicamente à SAD que nos proporcionou as melhores condições
possíveis para desenvolvermos o trabalho adequado e conseguirmos atingir o que
nos tínhamos proposto, em especial ao Sr. Long, à D. Maria, ao Ji, ao Xiang e
ao Sr. Cardoso. Quero também deixar um agradecimento enorme à equipa técnica e
aos jogadores por todo empenho e dedicação, Por ora é tempo de prepararmos a
próxima época.