Jogadores foram todos suspensos até ao final da época…
PAIS DEIXARAM DE PAGAR MENSALIDADE PORQUE A EQUIPA NUNCA TEVE
TREINADOR NO BANCO
O
Ginásio Clube de Corroios dispensou até ao final da época a sua equipa de
Juvenis A que disputa o Campeonato Distrital da 1.ª Divisão.
As
razões têm a ver com a falta de pagamento da mensalidade por parte dos pais pelo
simples facto da equipa nunca ter tido treinador no banco.
“Os
pais alegam que a falta de resultados positivos da equipa, que está na
eminência de descer de divisão, tem a ver com a falta de treinador no banco e
deixaram de pagar as mensalidades”, começou por dizer Humberto Rodrigues,
coordenador do futebol do clube que explicou logo a seguir por que razão isso
aconteceu.
“O
treinador [que tem o nível III] estava lá durante a semana e presente nos jogos,
mas como a partir de certa altura o clube ficou impedido de fazer inscrições ele
acabou por não ser inscrito. Foi este o motivo por que nunca pode estar
presente no banco a orientar a equipa”.
“Os
pais invocando esta situação decidiram não pagar as mensalidades e o clube optou
por dispensar todos os jogadores até ao final da época”, referiu Humberto
Rodrigues que fez também questão de frisar que o clube se mantém em competição
nesta categoria. “Promovemos jogadores de outros escalões e continuamos a competir
neste escalão”.
Despesas eram todas suportadas pelos pais
Perante
esta situação o nosso jornal falou também com Mário Cristo, um dos pais que
chegou inclusive a exercer as funções de dirigente.
“No
início da época nós pagámos as bolas, todos os equipamentos e até mesmo a
inscrição do treinador, que nunca chegou a ser inscrito. Aliás, até o ordenado
do treinador era pago directamente, por quatro pais, porque, se não fosse assim,
o dinheiro desaparecia e ele nunca recebia nada. Ficou assim combinado logo no início
da época. O Corroios nunca pagou nada”, fez questão de salientar Mário Cristo.
“Em
determinada altura falei com o presidente e com o coordenador dizendo-lhes que os
pais estavam insatisfeitos porque era insustentável o treinador aparecer numa
semana e não aparecer na outra, embora sabendo que isso acontecia por razões de
ordem profissional. Durante a época a equipa nunca teve um treinador no banco,
apesar de estar a pagar para isso”, deixou bem patente.
“Mais
tarde voltei a falar com o presidente e disse-lhe que as crianças estavam em
autogestão porque até para treinar havia problemas. Os resultados não eram os
melhores mas a equipa até tinha algum valor daí a chamada de alguns jogadores à
secção distrital, o problema é que não havia voz de comando em campo porque o
treinador tinha que ficar na bancada. O presidente disse que não iria haver
problema porque estava tudo bem encaminhado para que a situação ficasse resolvida
durante o mês de Fevereiro. Isso não aconteceu e eu pedi a demissão. Contudo, no
jogo com a ADQC tive que ir para o banco porque não havia mais ninguém”, frisou.
“Para que
não fosse feita falta de comparência lá fui eu sozinho para o banco e os miúdos
jogaram mas no fim deste jogo os pais vieram ter comigo a dizer que não pagavam
mais mensalidades até termos um treinador no banco. E, daí a tomada de decisão
do clube”, referiu também Mário Cristo que terminou dizendo não compreender “como
é que o coordenador chega junto dos jogadores [que são menores] e lhes comunica
que estão todos dispensados em vez de comunicar aos pais que são os seus
encarregados de educação”.