Ricardo Brasil, capitão de equipa…
COM A QUALIDADE DOS JOGADORES QUE TEMOS PORQUE NÃO PENSAR
EM SER CAMPEÃO?
A Casa do Benfica no Seixal já começou a trabalhar para a
nova época desportiva, que se apresenta com algumas novidades. Um novo
treinador, novos jogadores e um novo local para a realização dos jogos na
condição de equipa visitada que, em vez do Casal do Marco, passa agora a ser o
polidesportivo do Clube Recreativo e Desportivo das Cavaquinhas.
Na conversa que tivemos Ricardo Brasil falou do uso da
braçadeira, daquilo que espera da nova época desportiva, da mudança do Casal do
Marco para as Cavaquinhas, do novo treinador, dos novos jogadores e dos
objectivos para 2017 / 2018.
“Braçadeira
é um pedaço de pano, ser capitão está na inteligência emocional de cada um”
Ricardo
Brasil é o capitão da equipa. O que representa para si, a braçadeira que transporta
no braço?
Antes de mais, gostava de aproveitar o momento para
agradecer ao José Pina pelo facto de estar a fazer um excelente trabalhar na
promoção do desporto na região. Um trabalho sério, envolto de muita dedicação e
profissionalismo. Tem a minha admiração. Relativamente à pergunta que me faz,
eu sempre partilhei o mesmo pensamento com todos os elementos das equipas em
que fui capitão, a braçadeira é um pedaço de pano à volta do braço de um
atleta. Ser capitão é uma questão de atitude, de saber lidar e gerir as várias
personalidades que estão inseridas no trabalho de grupo. Portanto capitão pode
ser qualquer um, podem ser vários até dentro da mesma equipa e a CBS é um
desses casos. Jogadores como o João Marcelino, Hugo Faria, Fernando Faleiro,
Ruben Brites (que se retirou este ano), Miguel Braz (que já foi um atleta com
quem partilhei balneário nesta equipa) têm postura e atitude de capitão, dentro
e fora de campo, com ou sem uso de braçadeira. Com isto quero dizer que a
braçadeira para mim é uma questão protocolar e criada pelas leis do jogo, no
entanto o seu verdadeiro significado é uma questão de compromisso e amizade
para com todos os elementos da estrutura de um clube. No meu caso, com ou sem
braçadeira, comprometo-me a 100% com as pessoas com quem trabalho diariamente,
uma disponibilidade que por muitas vezes passa do mundo do futsal para o
pessoal, que até hoje me deu imensas amizades fortes. Repito, braçadeira é um
pedaço de pano, ser capitão está na inteligência emocional de cada um.
“A
nova época desportiva promete”
A nova
época desportiva está a começar. O que é que espera dela?
A nova época desportiva promete. Por duas razões, a
primeira porque vai ser o começar de um trabalho para atingirmos todos os
nossos objectivos, ser campeão em todas as competições que participarmos.
Demasiado ambicioso? Claro que não, no começo do campeonato começamos todos com
os mesmos pontos e se trabalharmos afincadamente temos todas as hipóteses de
singrar. A segunda, porque vamos começar a trabalhar com um novo treinador que
tem alguma experiência de futsal a nível nacional e promete trabalhar e evoluir
a equipa a nível táctico. Aproveito para voltar a dar as boas-vindas ao Pedro
Teixeira e deixar um abraço se saudade ao José Glória, antigo treinador deste
emblema que tanto lutou por nós.
A
mudança para as Cavaquinhas
Considera
positiva a mudança do local da realização dos jogos em casa do Casal do Marco
para as Cavaquinhas?
Com toda a sinceridade? É uma questão de localização.
Apesar de já não dividirmos campo com o Casal do Marco (que ambiciona revalidar
o título que tanto queremos), o essencial é o trabalho e a dedicação, seja nas
Cavaquinhas ou no Casal do Marco. O campo continua rectangular e com duas
balizas, as bolas continuam a ser redondas, o que interessa é a forma como
trabalhamos!
O
novo treinador e os reforços
Como
é que os jogadores estão a encarar a entrada do novo treinador?
Encaram com bastante respeito. A nível colectivo está
tudo agradado pela experiência e conhecimento que vai trazer à equipa. A nível
individual há agora que mostrar toda a vontade de trabalhar, todo o potencial
para que sejam dadas oportunidades em campo. Saindo do politicamente correcto,
uma motivação extra para quem tinha menos minutos e que agora tem oportunidade
de se fazer valer num novo sistema táctico, com um novo treinador.
E os
jogadores vão tornar a equipa mais forte?
Claro que sim. Tivemos saídas de jogadores muito
talentosos e agora recebemos o André Reis e o João Pedro Rodrigues para nos
ajudar a chegar ao título. Confesso que sempre fui um admirador do André Reis,
com o número 7 nas costas fez muito pela equipa das Laranjeiras. O João Pedro
tive oportunidade de o enfrentar num torneio e fiquei realmente impressionado
com o seu poderio físico e faro pelo golo. Um abraço aos dois.
“Nos últimos 3 anos passámos de uma equipa que levava bolada a candidato ao título”
“Nos últimos 3 anos passámos de uma equipa que levava bolada a candidato ao título”
Na época
passada a Casa do Benfica terminou a I Liga em 3.º lugar. E para a nova época
já foram traçados os objectivos?
Um terceiro lugar na tabela, que foi um segundo dentro de
campo. Os pontos que nos tiraram por uma questão de disciplina fizeram a
diferença. Como já referi anteriormente, a nossa cultura transformou-se muito
nos últimos 3 anos. Passamos de uma equipa que "levava bolada" a
candidato ao título da primeira divisão, e quando tens jogadores como Leo,
David Tavares, Mika, Daniel Silva, Marcelino, Diego, Faria, Peskas, e muitos
outros, como não ambicionar ser campeão? É tão simples quanto isto. Condições,
treinadores e jogadores param sermos campeões, temos. Só falta a parte dura, o
trabalho semanal para nos trazer 3 pontos de cada vez. Gostava de fechar esta
entrevista com um abraço ao Paulo Lopes, o nosso presidente e ao Mário Coelho,
que tanto lutam para que tenhamos as melhores condições de trabalho. Obrigado e
um abraço a todos.