No Barreiro é conhecido como o Messi da Margem Sul…
CRAQUE TEM O DOM MAS O TEMPERAMENTO IRREVERENTE NÃO O
DEIXOU VOAR MAIS ALTO
Bruno dos Santos, é um jovem futebolista de
grande qualidade que tem por objectivo ser profissional de futebol.
Na época passada representou o Moitense mas no início
desta época surgiu uma possibilidade e foi para o Sertanense, equipa que
participa no Campeonato de Portugal (Série C).
A nível desportivo as coisas estavam
a correr bem mas o clube falhou nas condições que havia proposto e o regresso
às origens foram inevitáveis.
Sabendo da situação José Meireles lançou-lhe
o repto e Bruno dos Santos acabou por ingressar no Banheirense adiando assim
por algum tempo o sonho de enveredar pelo futebol profissional.
Na entrevista que concedeu ao nosso jornal
Bruno dos Santos conta em pormenor o que se passou na Sertã, falou do seu
ingresso no Banheirense, do seu temperamento irreverente que o terá impedido de
dar o salto para um clube de maiores dimensões, da posição onde mais gosta de
jogar e das suas referências no mundo do futebol.
“Sertanense não cumpriu com as condições
estabelecidas”
No final da época passada foste contratado
pelo Sertanense, mas agora o teu nome surge no plantel do Banheirense. O que se
passou na realidade?
O que
se passou foi que o clube que me contratou não cumpriu com as condições
estabelecidas. É verdade que houve um grande interesse do Sertanense, mais
concretamente do treinador, para eu fazer parte do plantel nesta época que
arrancou e, verdade seja dita, eu acreditava no projecto que me parecia interessante.
Iniciei a pré-época, joguei e estava a prestar serviço como o pretendido e com
qualidade, até ai tudo bem. Só que a estadia que o clube estabeleceu ficou
muito aquém do prometido e financeiramente, falaram uma verba e, no fim, acabei
por ver quase zero do que estabeleceram anteriormente. Não poderia continuar
num local onde, apesar de eu estar a gostar de lá jogar, iria ter poucas
condições para ter uma vida diária. Houve pouca falta de vontade e sinceridade para
me dizerem que as condições não iriam ser muitas.
A estadia que o clube estabeleceu ficou muito aquém do prometido. Financeiramente, falaram uma verba e, no fim, acabei por ver quase zero.
Ficaste triste com a situação, certamente…
Acima
de tudo, fiquei desiludido porque um atleta jovem tem sempre o sonho de ser
jogador de futebol profissional e eu não fujo à regra. Existe aquele sentimento
de revolta, ao fim ao cabo, porque não é por falta de competência do atleta, mas
sim de terceiros.
“Digo, com toda a confiança, vou ser um
grande reforço para o clube”
Foi
através do treinador, que me conhece há muitos anos, através do Barreirense,
onde joguei na minha formação. Eu conheço o mister José Meireles também do
Barreirense porque era treinador enquanto eu estive lá. Cheguei a fazer um jogo
orientado por ele, nos juvenis (quando ainda era iniciado) e sempre vi o mister
Meireles como uma referência porque é um treinador com muita qualidade, dentro
e fora do campo, foram esses factores que me levaram a ingressar no Banheirense.
Gostei muito da família Banheirense desde do primeiro momento em que convivi
com os atletas, que jogaram comigo, na formação do Barreirense e Fabril, dos
directores que foram 5 estrelas quando ingressei no clube, equipa técnica,
presidente, roupeiro e todo o meio envolvente do Banheirense. Apesar de ter
tido alguns convites de equipas fortes do nosso campeonato, a minha escolha
foi, de imediato, o Banheirense porque sinto que aqui, vou-me sentir integrado
no grupo.
Sei que vou ter algum peso por ser um reforço de qualidade para o Banheirense. Não vou deixar ficar mal o clube e os adeptos.
E que esperas fazer esta época?
Esta
época, a nível colectivo, espero ajudar o Banheirense a atingir os objectivos
traçados. A nível pessoal, espero continuar a mostrar a qualidade que tenho com
a bola nos pés, o meu toque de bola e a minha qualidade técnica, espero fazer
muitas assistências para os meus colegas e quero fazer muitos golos com a
camisola do Banheirense. Sei que vou ter algum peso por ser um reforço de
qualidade para o Banheirense e não vou deixar ficar mal o clube e os adeptos.
Os adeptos do Banheirense podem esperar um Bruno moralizado, mais experiente,
irreverente e fazer a diferença com golos e jogadas muito boas. Digo, com toda
a confiança, que vou ser um grande reforço para este clube.
“Lesão e comportamento não permitiram que
desse o salto”
Nas camadas jovens eras considerado um jogador
talentoso e promissor. Nunca tiveste oportunidade de ingressar num dos chamados
grandes?
Eu tive
muitas oportunidades de ingressar em clubes grandes. Houve interesse do V. Setúbal
e do Belenenses quando jogava futebol 7 mas, na altura, os meus pais tinham
sempre a última palavra acerca do meu futuro e entenderam que não era uma boa
mudança para mim, porque estava num clube que era a minha casa e onde me sentia
bem. Mais tarde, já em futebol 11, surgiu o interesse do Benfica que permaneceu
durante os escalões de Iniciados e Juvenis mas eu tive uma lesão, que me
impossibilitou de jogar uma temporada completa e não consegui dar o salto. Mas
não foi só por isso, o meu comportamento irreverente também contribuiu para
isso. Sabia que tinha capacidade de resolver jogos e então fazia o que queria
nos treinos e nos jogos, não defendia. Quando me apetecia é que dava o que
queria, mandava vir com os meus colegas se as coisas não estivessem a correr
bem, discutia com os treinadores e, por vezes, acabava muitas vezes, durante a
semana, por ir tomar banho mais cedo. Estes factores não podem acontecer num
atleta, que por muita qualidade que tenha não chega a lado nenhum. Quem quer
ser jogador de futebol não pode proceder assim e eu sou exemplo disso, podia
ser alguém e não sou. Em contrapartida, sempre fui amigo dos meus colegas e bom
colega de equipa, mesmo tendo um feitio especial
Sabia que tinha capacidade de resolver jogos e então fazia o que queria nos treinos e nos jogos...
E hoje ainda continuas assim?
A
maneira de ser nunca muda mas molda-se através dos erros que se cometem ao
longo do tempo, temos que nos controlar. É assim que eu sou agora!!!
“Onde mais gosto de jogar é a médio ofensivo”
A minha
posição de raiz, onde gosto de jogar e onde rendo mais é a médio ofensivo,
segundo avançado. Joguei ai na minha formação mas depois comecei a jogar na
linha, mais preferencialmente do lado direito do ataque.
Para terminar esta nossa conversa. Tens
alguma referência no futebol profissional?
Sim
tenho várias referências no futebol, gosto muito do Messi, Iniesta, Pizzi,
Bruno Fernandes, Oliver Torres, Brahimi, Kroos, Hulk, Payet, Iuri Medeiros,
Mahrez, David Silva, João Mário, Sigurdsson, Krovinovic, William Carvalho,
Jonas e Rooney. Como treinadores, admiro muito o Jorge Jesus.