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segunda-feira, 5 de junho de 2017

AZUL E OURO»» Valter Gomes deixou de ser o treinador

Treinador saiu por se sentir exausto e completamente desgastado…

“O CLUBE PRECISA QUE A NÍVEL DIRECTIVO NÃO SEJA SÓ UMA OU DUAS PESSOAS A TRABALHAR”


O Grupo de Futebol Azul e Ouro, que se estreou esta época no futebol distrital a nível associativo depois de ter disputado durante alguns anos as competições do INATEL, ficou sem o treinador Valter Gomes que saiu por se sentir desgastado e completamente exausto pelo esforço desenvolvido no clube.   

Na época de estreia na 2.ª Divisão Distrital a equipa, que teve vários problemas sobretudo a nível de lesões, terminou em 10.º lugar, que não deslustra em nada o trabalho realizado.

Com o intuito de saber quais as verdadeiras razões da sua saída e da prestação da equipa nesta época desportiva de 2016/2017 fomos ao encontro de Valter Gomes.


“O Azul e Ouro é um clube com uma mística diferente e especial”

Apesar de ser um homem da casa já anunciou a sua saída do clube. Quais as razões que o levaram a tomar esta decisão?
As razões que me levaram a tomar esta difícil decisão foi o facto que me sinto completamente exausto. Senti que estava no meu limite e que tinha pouco mais para dar ao clube. Fazer parte de um projecto num clube como o Azul e Ouro faz de ti um homem dos mil ofícios e isso vai desgastando, vai-nos levando ao limite, foi isso que aconteceu. O clube precisa que a nível directivo não seja só uma ou duas pessoas a trabalhar, é aí que precisa de evoluir, precisa de ter a capacidade de acompanhar a evolução da equipa de futebol. Quando isso for conseguido, este clube tem tudo para crescer muito mais porque é um clube que cativa as pessoas, que movimenta gentes, um clube com uma mística muito diferente e especial

Em relação à participação da equipa no campeonato. Que dizer?
Na minha opinião foi uma participação bastante positiva. No ano de estreia em campeonatos federados, onde era tudo novidade para nós e onde 80% dos atletas nunca tinham jogado futebol federado a nível sénior. Sofremos uma vaga gigante de lesões, algo que eu em tantos anos de futebol nunca tinha visto. Por tudo isto creio que o desempenho foi bastante positivo


“Com o conjunto de problemas que tivemos era difícil fazer melhor”

A classificação obtida foi a que esperava ou ficou com a ideia que poderia ter sido um pouco melhor?
Nós nunca traçámos uma meta em termos de classificação, mas traçámos um objectivo que passava por sermos uma equipa competente que conseguisse praticar um futebol agradável e que tivesse a capacidade lutar pela vitória em todos os jogos, uma equipa com uma identidade muito própria e que jogasse sempre dentro dessa mesma identidade, independentemente do adversário que tínhamos pela frente. Com o conjunto de problemas que referi anteriormente julgo que seria difícil chegar mais acima, mas tenho a certeza que se tivéssemos tido menos lesões tínhamos ficado entre os 8 primeiros lugares. Infelizmente não tínhamos dinheiro para inscrever mais jogadores nem podíamos recorrer a jogadores juniores, algo que 90% das equipas deste campeonato poderiam fazer, mas lutámos com as armas que tínhamos, julgo que o 10.º lugar acabou por ser bastante agradável. Acredito que deixámos uma imagem bastante positiva no campeonato.


Os agradecimentos…

Quer acrescentar mais alguma coisa ao que já foi dito?
Gostava de deixar alguns agradecimentos. Primeiro ao G.F. Azul e Ouro por tudo o que me deu e ao longo destes anos, estou eternamente grato. Um agradecimento ao presidente Luís Rodrigues pela amizade, sinceridade e por tudo o que fez para que não nos faltasse nada, ao Luís Silvestre meu director desportivo e ao Júlio Moreno pessoas por quem eu tenho uma enorme estima e naturalmente à minha equipa técnica. Quero também agradecer ao Sporting Vinhense, nomeadamente ao presidente e seus colaboradores que nos acolheram e trataram de forma fantástica, uma palavra aos nossos adeptos que foram de uma lealdade enorme e que embora não sendo muitos estiveram sempre presentes a apoiar esta equipa e, finalmente, aos verdadeiros obreiros desta bonita caminhada, os meus jogadores, homens de enorme carácter, com um compromisso fantástico que foram ao limite das suas forças, mas nunca baixaram os braços e dignificaram este clube de uma forma sublime. Sem dúvida que eles fizeram valer a pena cada segundo que investi neste compromisso. Aproveito também para agradecer ao sr. José Pina por toda a sua simpatia e profissionalismo, sem dúvida alguma, vou sentir falta das nossas conversas ao fim das tardes de domingo.