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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

COSTA DE CAPARICA»» Está sem jogadores e sem equipa técnica

Por não aceitarem a proposta para jogarem a custo zero…

JOGADORES E EQUIPA TÉCNICA SAIRAM EM BLOCO

O Grupo Desportivo dos Pescadores da Costa de Caparica está sem jogadores e sem equipa técnica desde a passada terça-feira, dia em que a Comissão de Gestão [recentemente formada após o pedido de demissão apresentado pela anterior direcção] foi ao balneário anunciar o seu plano de gestão para o clube.

A proposta para jogarem a custo zero foi de imediato recusada pelos jogadores e posteriormente pelo treinador que contestaram essencialmente a forma como o processo foi conduzido. Ou seja, porque a decisão da Comissão de Gestão foi tomada sem qualquer consulta prévia quer com os jogadores, quer com a equipa técnica.

O nosso jornal sabe que nesse mesmo dia foi também proposta a continuidade do treinador mas apenas na condição de jogador, situação que foi recusada. A sua ligação ao clube mantem-se porém na qualidade de treinador dos Juniores B.


Condições de trabalho lamentáveis 

Os jogadores alegam que no início da época foram transmitidas pelos dirigentes do clube duas garantiam: incentivos de ordem financeira e condições de trabalho. Situações que têm sido defraudadas.

Na vertente financeira porque há valores que não estão a ser cumpridos há dois meses. “Não temos tido qualquer tipo de apoio financeiro que ajude pelo menos nas despesas de deslocação e alimentação”, dizem.

No que respeita à prática desportiva “as condições de treino são lamentáveis. Desde a falta de água quente à falta de equipamentos que nos obrigou à utilização, num jogo oficial, de equipamentos das camadas jovens. Deixámos também de ser acompanhados por parte dos responsáveis do clube e no último jogo em Grândola a equipa teve que viajar sozinha [sem qualquer dirigente a acompanhar], sem almoço e sem uma peça de fruta após o jogo, estivemos sem refeição quase metade de um dia, mas mesmo assim demos a cara e o nosso suor pelo clube”, realçam os jogadores.


As receitas da Feira da Costa

A Comissão de Gestão alega dificuldades financeiras mas os jogadores que compunham o plantel entendem, embora não possam confirmar, que o clube terá porventura “a maior receita interna do distrito [sem contar com o V. Setúbal e o C. Piedade, que são profissionais] porque anualmente as suas instalações são utilizadas para a realização da Feira da Costa nos meses de Verão, que não deve ser de borla”.

“Acreditamos que no decorrer dos últimos anos o clube tenha sofrido gestão danosa sendo a parte humana sempre a mais afectada. Estamos a falar de jogadores com 38 anos e de crianças com 5 anos que neste momento representam um clube que nem departamento médico tem, havendo o risco de diariamente tanto nos treinos como nos jogos terem lesões sem que o clube tenha condições para oferecerem aos atletas o devido acompanhamento”, denunciam os jogadores que saem agora bastante magoados do clube que no próximo dia 1 de Janeiro faz 73 anos.

“Sendo as suas principais referências históricas alcançadas pela equipa sénior recordamos, por exemplo, que estiveram inseridos no plantel que jogou em 2009/2010 com o Sporting para a Taça de Portugal, no Estádio do Restelo, elementos que agora abandonaram o clube”.