Por não aceitarem a proposta para jogarem a custo zero…
JOGADORES
E EQUIPA TÉCNICA SAIRAM EM BLOCO
O Grupo Desportivo dos
Pescadores da Costa de Caparica está sem jogadores e sem equipa técnica desde a
passada terça-feira, dia em que a Comissão de Gestão [recentemente formada após
o pedido de demissão apresentado pela anterior direcção] foi ao balneário
anunciar o seu plano de gestão para o clube.
A proposta para jogarem a
custo zero foi de imediato recusada pelos jogadores e posteriormente pelo
treinador que contestaram essencialmente a forma como o processo foi conduzido.
Ou seja, porque a decisão da Comissão de Gestão foi tomada sem qualquer
consulta prévia quer com os jogadores, quer com a equipa técnica.
O nosso jornal sabe que nesse
mesmo dia foi também proposta a continuidade do treinador mas apenas na condição de
jogador, situação que foi recusada. A sua ligação ao clube mantem-se porém na
qualidade de treinador dos Juniores B.
Condições
de trabalho lamentáveis
Os jogadores alegam que no
início da época foram transmitidas pelos dirigentes do clube duas garantiam:
incentivos de ordem financeira e condições de trabalho. Situações que têm sido
defraudadas.
Na vertente financeira
porque há valores que não estão a ser cumpridos há dois meses. “Não temos tido
qualquer tipo de apoio financeiro que ajude pelo menos nas despesas de
deslocação e alimentação”, dizem.
No que respeita à prática
desportiva “as condições de treino são lamentáveis. Desde a falta de água
quente à falta de equipamentos que nos obrigou à utilização, num jogo oficial, de
equipamentos das camadas jovens. Deixámos também de ser acompanhados por parte
dos responsáveis do clube e no último jogo em Grândola a equipa teve que viajar
sozinha [sem qualquer dirigente a acompanhar], sem almoço e sem uma peça de
fruta após o jogo, estivemos sem refeição quase metade de um dia, mas mesmo
assim demos a cara e o nosso suor pelo clube”, realçam os jogadores.
As
receitas da Feira da Costa
A Comissão de Gestão alega
dificuldades financeiras mas os jogadores que compunham o plantel entendem,
embora não possam confirmar, que o clube terá porventura “a maior receita
interna do distrito [sem contar com o V. Setúbal e o C. Piedade, que são
profissionais] porque anualmente as suas instalações são utilizadas para a
realização da Feira da Costa nos meses de Verão, que não deve ser de borla”.
“Acreditamos que no decorrer
dos últimos anos o clube tenha sofrido gestão danosa sendo a parte humana sempre
a mais afectada. Estamos a falar de jogadores com 38 anos e de crianças com 5
anos que neste momento representam um clube que nem departamento médico tem,
havendo o risco de diariamente tanto nos treinos como nos jogos terem lesões
sem que o clube tenha condições para oferecerem aos atletas o devido acompanhamento”,
denunciam os jogadores que saem agora bastante magoados do clube que no próximo
dia 1 de Janeiro faz 73 anos.