Contra factos não há
argumentos…
LEOAS FORAM FORTES DE MAIS
PARA GUERREIRAS POUCO ATREVIDAS
O Sporting foi o convidado
de honra do Paio Pires Futebol Clube na festa de apresentação da equipa de
futebol feminino que se prepara para iniciar mais uma época desportiva no
Campeonato Nacional de Promoção.
A anteceder o encontro, com
as equipas perfiladas no centro do terreno, as jogadoras foram apresentadas uma
a uma aos adeptos perante a assistência também de representantes autárquicos,
como foi o caso do vereador do desporto da Câmara Municipal do Seixal José Carlos
Gomes, do representante da União das Freguesias de Aldeia de Paio Pires,
Arrentela e Seixal e alguns patrocinadores.
A temperatura era bastante
elevada mas mesmo assim as jogadoras tentaram abrilhantar a festa da melhor
maneira possível dando o seu melhor.
A diferença de escalão e de
valores ficou bem patente ao longo do encontro que terminou com uma goleada das
leoas (9-0), que ao intervalo já venciam por 3-0.
A equipa leonina, que está
de regresso à competição 21 anos depois, assumiu o comando do jogo desde o início
e não deu qualquer hipótese às anfitriãs que, esta época, se apresentam algo desfalcadas
em relação à época anterior.
O resultado é bastante
pesado é certo mas também é preciso ter em conta que as paiopirenses são de um
escalão inferior e têm a sua preparação muito mais atrasada que o seu adversário
que se assume como grande candidato ao título de campeão nacional.
FICHA DO JOGO
Jogo no Campo Vale da Abelha, em paio Pires
ÁRBITRO: André Duque (Núcleo
de Almada / Seixal), auxiliado por Jonathan Babo e Artur Sabino.
PAIO PIRES: Daniela Borges;
Sofia Hilário, Bruna Sardinha, Sandra Cabana, Taekondo; Nádia Zurga, Ana
Pereira, Nice; Danieal Carvalho, Inês Guerreiro e Fabiana Rodrigues.
Suplentes: Verónica Veiga,
Tânia Horta, Sara Cunha, Mila Gonçalves, Daniela Moreira, Neuza Rodrigues,
Tatiana Gomes, Flávia Oliveira, Aan Fernandes, Márcia Crespo e Soraia Aperta.
Treinador: Rui Lourenço
SPORTING: Inês Pereira; Rita
Fontemanha, Bruna Costa, Matilde Figueiras, Joana Marchão; Tatiana Pinto; Patrícia Gouveia, Fátima Pinto; Filipa Mandeiro, Solange Carvalhas e Diana Silva.
Suplentes: Ana Capeta,
Bárbara Marques, Ana Riat Viegas, Elsa Ventura, Catarina Lopes, Tânia
Rodrigues, Patrícia Morais, Nadine Cordeiro e Soraia Granja
Treinador: Nuno Cristóvão
Ao intervalo: 0-3
Marcadoras: 0-1, Fátima
Pinto (11’); 0-2, Tatiana Pinto (31’); 0-3, Fátima Pinto (44’); 0-4, Solange
Carvalhas (54’); 0-5, Solange Carvalhas (58’); 0-6, Matilde Figueiras (65’);
0-7, Ana Capeta (68’); 0-8, Solange Carvalhas (76’); 0-9, Ana Capeta (89’) GP.
A OPINIÃO DOS TREINADORES…
Rui Lourenço, treinador do
Paio Pires:
“Às
vezes as derrotas transformam-se em vitórias”
“Ao convidarmos o Sporting, que
tem uma das melhores equipas do futebol feminino português, com jogadoras
internacionais, muito bem organizada tacticamente e disciplinarmente, sabíamos
que íamos ter muita dificuldade em ter bola. De qualquer forma, estou contente
principalmente pela primeira parte que fizemos. Numa análise ao jogo, dos nove
golos que sofremos quatro ou cinco foram por falta de marcação e é esse
trabalho que vamos ter que corrigir . Estamos ainda numa fase de início de
pré-época, com apenas três semanas de trabalho e este foi o nosso terceiro
jogo. Temos vindo a ter alguns jogos de grau elevado, jogo após jogo. Este era
de grau elevadíssimo mas no futebol não podemos ter medo. Portanto, estamos
orgulhosos do que fizemos e estou orgulhoso do meu plantel, sabendo que temos
muito trabalho pela frente. Foi um bom ensaio porque às
vezes as derrotas transformam-se em vitórias. Como disse, nós sabíamos que ia
ser muito difícil jogar contra esta equipa, mas também aprendemos porque se viu
aqui muita qualidade”.
“As nossas
perspectivas em nada saem
beliscadas com este
resultado”
“A nossa grande preocupação é o campeonato e o
jogo com o Castrense, que é o primeiro. Essa sim é a nossa primeira final e aí
temos que fazer os três pontos. Agora, vamos procurar corrigir o que de menos
bom fizemos neste jogo. Vamos trabalhar para melhorar porque o nosso objectivo
é alcançar um lugar no campeonato de promoção que nos dê o acesso à fase final
e a possibilidade de lutarmos pela subida de divisão. As nossas perspectivas
são completamente animadoras e em nada saem beliscadas com este resultado”.
Nuno
Cristóvão, treinador do Sporting:
“Neste
momento da época o mais importante é o processo e não o produto”
“O resultado já era de
esperar porque estávamos a jogar com uma equipa de um escalão competitivo
abaixo do nosso, certamente com menos tempo de trabalho que nós. É sempre importante
ganhar se possível com muitos golos mas neste momento da época o mais
importante é o processo e não o produto. O produto é importante sim, na próxima
semana quando iniciarmos o campeonato. Estou muito satisfeito com as jogadoras
porque de semana para semana têm vindo a assimilar o que nós achamos que devem
ser os nossos princípios de jogo e acho que com mais uma semana de trabalho vamos
estar preparados para o primeiro jogo do campeonato no Restelo”.
“Queremos
ser campeões”
“Tenho dito desde o princípio
que queremos ser campeões. É um risco assumir isso mas nun clube com a dimensão
e grandeza do Sporting não podia pensar de outra forma. Sabemos que não somos
os únicos, eu já tive oportunidade de ver aquelas que também são candidatas ao título
e todas elas são muito fortes. Pena é que não se assumam como tal mas cada um
adopta a estratégia que entende ser melhor”.
Opinião
sobre a Liga de Elite
“Eu acho que alguma coisa
devia ser feita para dar outro impulso à modalidade. Esta foi a ideia adoptada
pela FPF que tem apoiantes e outras pessoas que não estão de acordo. Eu não
quero entrar nessa polémica porque sou treinador. Entendo aqueles que são da
opinião que só deviam entrar os clubes que tivessem ganho o direito desportivo de
participar mas também é certo que alguns destes clubes não entrariam se não
fosse com estas condições. Parece-me que a entrada de grandes clubes pode
trazer outra visibilidade ao futebol feminino e outro tipo de condições. Eu,
por exemplo, posso dizer que nunca tive tão boas condições como tenho
actualmente, nem mesmo quando fui seleccionador nacional”.