José Carlos,
vice-presidente do clube…
“FIQUEI
ESPANTADO QUANDO O RICARDO PARDAL ME ABORDOU”
O
Desportivo de Portugal que vinha trabalhando apenas com os escalões de formação,
de um momento para o outro, e de forma algo inesperada, ficou também com uma
equipa de seniores e outra de juniores, mas o mais curioso de tudo isto é que
em ambos os casos funcionou como casa de acolhimento de equipas que pertenciam
a outros clubes.
No
caso dos seniores, como foi noticiado na devida altura pelo nosso jornal,
devido ao facto do CRI que tinha a equipa no INATEL não estar disponível para
participar na 2.ª divisão da AF Setúbal. E, em relação aos juniores, devido à
extinção da equipa liderada por Ricardo Pardal que estava no Moitense.
A
direcção do Desportivo Portugal confrontada com a situação não foi capaz de
dizer que não e acabou por acolher as duas equipas dando-lhe todo o apoio
possível a nível logístico e de transportes porque dinheiro não tem, conforme
adiantou ao JORNAL DE DESPORTO o vice-presidente José Carlos, que confessou também
que, sempre foi contra a existência de equipas que dessem despesas ao clube.
“Neste momento, não
temos dívidas”
Como foi possível o
Desportivo de Portugal de um momento para o outro ficar com uma equipa de
seniores e outra de juniores?
Em
primeiro lugar tenho que dizer que quando vim para o Desportivo Portugal o
clube estava fechado devido a problemas de ordem financeira e a dívidas contraídas
por gestões anteriores. Na qualidade de sócio tive uma reunião com o presidente
da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, e abri o clube com uma Comissão de Gestão.
Fizeram-se planos de pagamento e, neste momento, podemos dizer que está tudo
saldado, não temos dívidas. Durante este período fui sempre a favor da formação
e contra equipas que trouxessem prejuízo para o clube. Linha essa que se mantém.
“Equipas não trazem despesas para o clube”
Quer dizer então que
o clube não vai ter qualquer tipo de despesa com as duas equipas?
Exactamente.
Em relação aos seniores, fui abordado pelo senhor Carlos Lança. Depois, marcámos
uma reunião onde me foi apresentado o projecto que não trás qualquer tipo de
despesa para o Desportivo de Portugal, a não ser a logística e o apoio no
transporte, porque são os jogadores que pagam a sua quota, as suas inscrições e
estão também preparados para pagar metade do equipamento. Foi desta forma que
os seniores vieram para o Desportivo de Portugal e eu estou muito contente por
isso porque é sinal que somos uma colectividade que aceita de bom-tom as
pessoas.
Treinos de Observação / CaptaçãoCom o objectivo de dar oportunidade a alguns jovens que queiram integrar o grupo de trabalho vão decorrer no Municipal do Vale da Amoreira, nos dias 29 e 31 de Agosto, pelas 20 horas, treinos de Observação/Captação para jovens nascidos nos anos de 1999/1998.Os interessados em participar devem comparecer devidamente equipados e levar consigo um documento de identificação [cartão de cidadão ou bilhete de identidade].
“Apoio logístico e transportes”
E no que respeita aos
juniores?
Em
relação aos juniores, posso dizer que fiquei espantado porque alguns elementos
que estavam no Moitense haviam saído do Desportivo de Portugal dizendo que iam
para melhor. Eu não tenho nada contra ninguém mas confesso que fiquei espantado
quando o Ricardo Pardal me abordou, praticamente da mesma forma como o Carlos
Lança havia feito.
Que lhe foi dito,
concretamente?
Disse-me
que houve um conflito, que tinha a equipa montada, exames médicos feitos, uma
mensalidade paga e que estavam na rua. Sentámo-nos, conversámos e a resposta
que dei foi igual à que havia dado ao Carlos Lança; ou seja, que o Desportivo
não podia disponibilizar dinheiro mas apenas apoiar na logística e nos
transportes. Ele disse que isso não era problema porque tinha patrocínios e
avançámos. Eu li a entrevista do presidente do Moitense e acho que ali andou a
carroça à frente dos bois, como se costuma dizer. Resultado, acabou tudo por
sobrar para os miúdos e isso custa-me imenso porque ficaram na rua.
“Na direcção, somos poucos mas bons”
Houve consenso na
decisão por parte da direcção?
Na
direcção, somos poucos mas bons. Na reunião que tivemos ontem decidimos acolher
também esta equipa que estava na rua. Portanto, é uma realidade, os juniores
vão ser do Grupo Desportivo Portugal mas, contrariamente ao que tem sido dito
nas redes sociais, o clube não vai gastar nem um cêntimo tanto com uma como com
a outra equipa. Vamos dar todo o apoio na logística, no transporte e se
possível no equipamento. Agora dinheiro, o Desportivo não tem porque ainda está
a pagar a factura deixada pela anterior direcção.
Tendo em conta a
forma como tudo aconteceu, espera poder contar também com alguma ajuda por
parte das entidades oficiais?
Sim,
vamos contar com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal porque se
trata de duas equipas que pertenciam a outros clubes do concelho. Se não fosse
o Desportivo de Portugal, neste momento, estavam na rua e os atletas andavam à
deriva. Já tive conversas com elementos da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira e da Câmara Municipal da Moita que nos prometeram apoio, nesse sentido.