Pages

quinta-feira, 7 de julho de 2016

PAULO BARRADAS»» Foi o 1.º classificado no C3N2

  
Considera-se um apaixonado pela arbitragem e pelo futebol…

“QUEM ME CONHECE SABE BEM DO PRAZER ENORME QUE SINTO AO ARBITRAR UM JOGO DE FUTEBOL”


Paulo Barradas, de 34 anos, do Núcleo do Pinhal Novo, é um dos árbitros mais conceituados da Associação de Futebol de Setúbal. A sua qualidade é inequívoca e a forma como dirige os jogos, exemplar. Com boa presença em campo, sempre bem preparado fisicamente é um árbitro que deixa jogar e apreciado praticamente por todos os treinadores, pelos jogadores e até mesmo pelo público em geral, que gosta de o ver apitar.

68 foram os jogos que dirigiu na época que recentemente terminou, 29 dos quais em competições nacionais e os restantes nos campeonatos distritais. E, no final, o saldo foi extremamente positivo porque viu o seu esforço premiado não só com a subida ao quadro nacional C2 mas também pelo facto de ter sido o primeiro classificado na categoria C3 Estágio Avançado N2 (FPF) que integrava precisamente 70 árbitros de todas as Associações do país.  

Por ser um facto relevante para a arbitragem do nosso distrito que parece estar a recuperar algum do espaço perdido, após a saída de valores como João Ferreira, António Costa e Lucílio Batista, o JORNAL DE DESPORTO foi ao encontro de Paulo Barradas [que ainda muito recentemente apitou a final do Torneio Lopes da Silva, que se realizou na Madeira] para saber como ele está a viver o momento e sobre aquilo que pensa sobre o seu futuro.


“Classificação obtida foi o culminar de uma época extremamente desgastante”

Qual foi a sua primeira reacção após ter conhecimento da classificação obtida no estágio de formação avançada (C3 N2) da FPF?
A primeira reacção foi de enorme alegria, foi o culminar de uma época extremamente desgastante, com muitos treinos, jogos, estudo, testes, trabalhos… mas foi uma satisfação indiscritível quando saíram as classificações.

Quando se entra em qualquer competição é sempre com o objectivo de fazer o melhor. No seu caso certamente também foi assim. De qualquer forma, aqui fica a pergunta, era esta a classificação esperada?
Tinha consciência de que eu, em conjunto com a minha equipa, tínhamos feito uma época positiva. Desde o início da época que tínhamos estipulado como objectivo máximo trabalhar para atingir a excelência, porque só assim poderíamos alcançar o desejo de ingressar no Quadro Nacional de C2. Felizmente, conseguimos alcançar o nosso principal objectivo e sentimo-nos realizados por isso.







“Os estágios são muito exigentes mas depois deles os árbitros ficam muito mais preparados”

Que opinião tem sobre os novos regulamentos da arbitragem. Estes estágios de um ano são o modelo ideal ou será que são demasiado exigentes para os árbitros?
Os actuais regulamentos são rigorosos no que às idades dos Árbitros dizem respeito, mas temos que ser conscienciosos e reflectir que tem mesmo que ser assim. Quanto aos estágios, estes são extremamente exigentes, contudo, após os estágios, os Árbitros estão muito mais bem preparados.


“Tenho uma enorme vontade de começar a época”

Pela sua classificação acabou por ser promovido à segunda categoria nacional (C2). Sente-se preparado para o desafio?
Sinto-me não só preparado, como também com uma enorme vontade de começar a época, de voltar a treinar arduamente, de estudar, de preparar os jogos, de conhecer as equipas e os jogadores. Sou um apaixonado pela Arbitragem e pelo Futebol, e quem me conhece sabe bem do prazer enorme que sinto ao arbitrar um jogo de futebol.

Esta sua promoção aconteceu precisamente no limite por causa da idade e agora tem dois anos para chegar à 1.ª categoria nacional, onde só é possível entrar até aos 36 anos. Apesar dos condicionalismos, acredita que ainda lá pode chegar?
Claro que acredito e vou trabalhar muito em conjunto com a minha equipa para lá chegarmos. Os condicionalismos fazem-nos trabalhar ainda mais forte e lutarmos pelos nossos sonhos.





“As dificuldades podem surgir tanto num jogo de Infantis como num jogo de Seniores”

Apesar de ser um árbitro dos quadros nacionais nunca diz que não quando é chamado aos campeonatos distritais. Onde se sente mais à vontade e onde considera ser mais difícil apitar?
Irei sempre trabalhar e colaborar com a minha Associação Distrital, no sentido de ajudar sempre que for preciso. A minha paixão é por “arbitrar”, qualquer que seja a categoria ou escalão, por isso onde me sinto à vontade é mesmo no campo de futebol, qualquer que ele seja. Quanto às dificuldades, elas podem surgir tanto num jogo de Infantis como num jogo de Seniores, temos é que estar preparados para as enfrentar sem receios, mas com muito querer, trabalho e humildade.

Ainda se recorda do primeiro jogo que apitou?
O primeiro jogo que fiz na minha vida foi como Assistente, num jogo de Juvenis, Quinta Conde - Corroios, no dia 07 Maio 2006. O primeiro jogo que fiz como Árbitro Principal foi na categoria de Iniciados, Corroios - Barreirense, no dia 24 Setembro 2006 (curiosamente no dia em que fiz 25 anos).





“A minha carreira na arbitragem já dava um livro”


Qual a avaliação que faz da sua carreira como árbitro de futebol?
Acho que a minha carreira na arbitragem já dava um livro. Fui árbitro da antiga 3.ª divisão nacional e 2.ª divisão nacional. No ano que desci da 2.ª divisão nacional, foi quando acabou a 3.ª divisão, daí ter descido directamente da 2.ª divisão nacional para os distritais. Foi um “duro golpe” nas minhas ambições e honestamente pensei na altura em desistir, mas a minha paixão por esta nobre causa chamada “arbitragem” fez-me levantar a cabeça, olhar em frente e voltar à luta. É por tudo isto que sinto um enorme orgulho.