Veia goleadora começou a surgir nos juvenis do CRI…
“FUI COMEÇANDO A FAZER GOLOS, GOSTEI DA SENSAÇÃO E DESDE AÍ NUNCA MAIS
PAREI”
Amândio Ramião, o melhor marcador do Campeonato
Distrital da 1.ª Divisão, deve continuar do U. Santiago. A informação foi
avançada pelo próprio jogador em entrevista concedida ao nosso jornal onde fala
do seu percurso de jogador, da sua apetência para marcar golos e das suas
ambições como jogador de futebol.
A veia goleadora começou a intensificar-se mais a
partir da altura em que se transferiu para os juvenis do CRI, segundo ele próprio
gostou da sensação e até agora nunca mais parou.
Amândio Ramião confessou ao Jornal de Desporto que
depois de estar na Suíça e na Áustria regressou a Portugal a pedido de
empresários que lhe fizeram promessas que nunca chegaram a cumprir e sente-se
extremamente grato por ter ingressado na Quinta do Conde onde encontrou pessoas
excepcionais como aliás aconteceu agora em Santiago do Cacém.
O goleador que é da opinião que é mais fácil marcar
golos nas ligas profissionais que nos campeonatos distritais revelou também que
à partida para a última jornada com um golo de vantagem sobre os seus mais
directos perseguidores chegou a pensar na hipótese da ser ultrapassado mas isso
acabou por lhe dar ainda mais vontade de fazer golos, como de resto veio a
acontecer, graças também aos seus companheiros de equipa que tinha jogadores
muito criativos sobretudo do meio campo para a frente.
“Quem pensa que é mais
fácil marcar golos no distrital engana-se”
Os teus dotes de goleador ficaram bem patentes nas duas últimas épocas nos
distritais de Setúbal onde te sagraste por duas vezes o melhor marcador, uma na
segunda divisão e agora na primeira. Que significado tem para ti este facto?
Para mim é um grande orgulho ter
conseguido isso pois não é fácil. Para quem pensa que é fácil por ser distrital
engana-se redondamente. Em minha opinião considero que é mais fácil fazer golos
nas ligas profissionais....
À partida para a última jornada a diferença para os mais directos
adversários era apenas de um golo. Alguma vez pensaste que poderias ser
ultrapassado ou sempre acreditaste na vitória?
Não vou dizer que não cheguei a pensar
nisso, porque estaria a mentir. Queria muito marcar nesse jogo e ajudar a
equipa a ganhar coisa que infelizmente não conseguimos. De facto, cheguei a
pensar que poderia ser ultrapassado mas isso ainda fez aumentar mais a vontade
de fazer golo para manter a distância ou tornar a tarefa dos outros jogadores
que estavam na luta mais complicada.
“Do meio campo para a frente tínhamos jogadores muito criativos”
Só entraste neste campeonato na 10.ª jornada realizando menos jogos que os
teus adversários mas mesmo assim conseguiste ser o melhor. Como explicas isto?
Pois, não sei ... Sempre fiz muitos
golos todas as épocas e esta não fugiu à regra. Quero entretanto salientar que
apesar de a classificação não ter sido a melhor no U. Santiago tínhamos muito
bons jogadores facto que tornou tudo mais fácil para mim. Do meio campo para a
frente tínhamos mesmo jogadores muito criativos.
Sempre tiveste esta veia de goleador ou será que ela foi surgindo à medida
que foste evoluindo como jogador?
Até aos Iniciados nem tanto mas desde o
ano em que estive nos Juvenis no CRI, então sim ... Fui começando a fazer golos,
gostei da sensação e desde aí nunca mais parei…
Passaste por clubes como o Barreirense, CRI e Desp. Portugal antes de
rumares à Suíça e depois à Áustria. Guardas recordações positivas de todos
eles?
Sim, claro! Em todos os clubes porque se passa há algo
especial que nunca se esquece...
“Empresários prometeram muita coisa mas nada aconteceu”
E no regresso a Portugal como foi a passagem pela Quinta do Conde e agora
pelo U. Santiago?
O regresso a Portugal deu-se a pedido de
empresários que me prometeram muita coisa que na realidade nunca aconteceu. Acabei
por ingressar na Quinta do Conde e não me arrependo nada porque é um clube com
pessoas muito boas que me ajudaram muito e a quem ficarei eternamente grato. Em
relação ao U. Santiago posso dizer o mesmo que disse em relação à Quinta do
Conde.
Começaste no Coruchense [no Campeonato de Portugal] mas depois saíste. Houve
alguma coisa que não tivesse corrido bem?
De início estava a correr tudo muito bem,
golos como se quer e inclusive um troféu (Supertaça do Alentejo) mas entretanto
muita coisa se passou e decidi mudar-me ...
“O meu desejo é chegar
ao mais alto nível que for possível”
Tens actualmente 23 anos. Até onde esperas chegar no futebol português?
Sim, ainda sou jovem e acho que posso
sonhar com algo mais mas sempre com os pés bem assentes na terra. O meu desejo
é chegar ao mais alto nível que for possível…
E quanto à próxima época já há alguma coisa de concreto?
Sim. Muito provavelmente irei continuar no U. Santiago
Queres acrescentar mais alguma coisa ao que já foi dito?
Sim. Quero agradecer desde já toda a atenção
da sua parte e também agradecer a toda gente amiga que me apoiou e acreditou em
mim até ao fim e que me disseram sempre que ia conseguir ser de novo o melhor
marcador mesmo chegando 10 jornadas mais tarde Obrigado e que para o ano no
final de época estejamos a falar do mesmo…