Em causa estavam as
opções do técnico…
PRESIDENTE VOLTA A
ASSUMIR O CARGO DE TREINADOR
António Gomes,
presidente do Clube Recreativo “O Grandolense”, volta a assumir o cargo de
treinador substituindo assim Carlos Neves que havia sido contratado no início
desta época para dirigir o clube nesta temporada de 2015/2016.
A direcção do clube
descontente com o trabalho desenvolvido por Carlos Neves chamou o treinador no
final do jogo com o Charneca de Caparica [que terminou empatado a zero] e
anunciou-lhe a decisão. Juntamente com o técnico é já um dado adquirido saem
também Djá e Neves. Quanto aos outros jogadores que vieram com Carlos Neves a
direcção está a avaliar a situação para ver quem quer ficar ou sair.
Quem entrou
recentemente foi Bruno Mendes e Chiquinho (ex-Tourizense), que na época passada
representou o Almada.
CARLOS
NEVES: “Quando me contrataram
não
me disseram que era obrigatório meter este ou aquele jogador”
Interrogado pelo nosso
jornal sobre as razões que levaram à sua saída, Carlos Neves reagiu desta
forma: “Nem eu sei explicar”.
“O que posso dizer é
que no final do jogo com o Charneca fui convocado para uma reunião com vários
elementos da direcção (muitos dos quais nem conhecia). Começaram, logo por dizer
que prescindiam dos meus serviços. Na reunião foram abordadas várias questões
técnicas e outras de opção; como, por exemplo, a não colocação de jogadores de
Grândola na equipa”.
“Considero esta uma
situação estranha porque quando me foram contratar [numa altura em que já tinha
tudo tratado para continuar no clube onde estava] não me disseram que era obrigado
a meter este ou aquele jogador porque era de Grândola ou amigo de alguém. Ao
longo deste tempo houve sempre discordâncias por parte de algumas pessoas do
clube que me iam questionando sobre algumas coisas e isso sempre me fez alguma
confusão. Se soubesse que era assim não teria aceitado o convite”.
“Sempre dei o meu
melhor em trabalho e competência e acho que os resultados apesar de não serem
muito bons também não são assim tão maus. Apesar do orçamento ser mais baixo que
na época passada pediram-me para fazer uma época semelhante ao que havia sido
feito nas épocas anteriores. E, isso está mais ou menos a ser feito. Se
olharmos para a classificação verificamos que o clube tem mais vitórias que
empates e derrotas, temos o quinto melhor ataque da prova, temos também uma das
defesas menos batidas do campeonato e vejo no plantel jogadores de grande
qualidade, competência e grande margem de progressão”
“A reunião foi
interrompida por alguns jogadores que manifestaram o seu desagrado com o que se
estava a passar. E isso deixou-me satisfeito”.
“Saio de consciência
tranquila porque dei sempre o melhor pelo clube até ao último jogo, que por
sinal foi o único em que não marcámos qualquer golo, As derrotas foram todas
pela margem mínima e fomos a única equipa que esta época venceu o Desp. Fabril
[no jogo da taça]”. Mas, volta a frisar, sinto que esta não foi a melhor opção
que tomei e fiquei triste não só por isso mas também porque não vou continuar a
fazer o que mais gosto”.
“Agora vou aguardar por
alguns convites que possam surgir. Sinto que tenho valor e competência para
continuar a desenvolver a actividade de treinador mas de futuro vou ter que
refletir para não voltar a ser surpreendido com situações como esta”.
ANTÓNIO
GOMES: “Serei eu a assumir o comando
da
equipa, como sempre o fiz em alturas de crise”
“Fui eu que fui buscar
o treinador e dei-lhe sempre o meu apoio mas neste momento as coisas estavam a
ficar complicadas. Um dos nossos objectivos era o apuramento para a segunda fase
da taça mas nem da primeira passámos. As coisas não começaram a correr bem
desde o início porque no jogo de apresentação da equipa os juniores que haviam
sido promovidos dos juniores nem sequer chegaram a entrar, depois falhámos o
objectivo de passar à segunda fase da taça e agora era o ambiente no balneário
que se encontrava dividido. A equipa tem qualidade e poderia fazer um pouco
mais mas o que está em causa não são os resultados. A direcção entendeu que o
acompanhamento que estava a ser dado aos juniores não era o melhor por parte do
treinador [não era obrigatório pô-los a jogar mas também não deveriam ter sido
postos de parte] e, por isso teve que agir”.
“Não quer dizer que estejamos
a pensar na subida o que não queremos é estragar aquilo que foi feito nos
últimos quatro anos”.
“Durante o tempo em que
estive à frente do clube como treinador houve sempre jogadores da terra, de
Alcácer, Setúbal, Almada e nunca existiram problemas como este. Como já disse, a
situação não era a melhor e a direcção achou por bem [não pelos resultados porque
a equipa está em 7.º lugar, perto do quarto e do terceiro, mas sim pelas coisas
como se estavam a passar] que ele fosse embora”.
“Serei eu a assumir o
comando da equipa, como sempre o fiz em alturas de crise. Não é para fazer
melhor ou pior mas para segurar o grupo e tentar equilibrar as coisas para que
todos possam andar satisfeitos”.