Para o Fabril foi uma
vitória com sabor amargo…
BEIRA MAR DE ALMADA
PERDE MAS FICA APURADO PARA OS QUARTOS-DE-FINAL
O Desportivo Fabril
derrotou o Beira Mar de Almada, por 3-1, em jogo relativo à última jornada da
fase de grupos da taça da Associação de Futebol de Setúbal, mas quem passou aos
quartos-de-final foi a equipa almadense porque, embora tenha terminado com o
mesmo número de pontos, tem mais golos marcados.
A jogar em casa e com
necessidade de ganhar por uma margem dilatada, o Desportivo Fabril começou por
tomar conta do jogo através de um futebol puramente ofensivo que deu frutos aos
vinte minutos com a obtenção do primeiro golo marcado por um jogador adversário
na sua própria baliza.
No minuto seguinte,
porém, a igualdade estava restabelecida porque a equipa almadense soube tirar o
melhor partido de uma hesitação entre o guarda-redes e um companheiro de equipa,
que deixou Vando isolado para fazer golo.
O Fabril voltou a pegar
no jogo, continuou a insistir em termos ofensivos e acabou por se colocar em
vantagem de novo através de um autogolo, quando estavam decorridos 35 minutos.
Apesar das várias tentativas feitas até ao intervalo o resultado não sofreu
mais qualquer alteração.
Na segunda parte o
Beira Mar optou por baixar mais as linhas para tentar sair no contra-ataque e o
Desportivo Fabril ia insistindo nos lances ofensivos que não estavam resultar
devido também em grande parte à boa organização defensiva da equipa almadense
que aos 60 minutos ficou reduzida a 10 jogadores por expulsão de Penha, com
acumulação de cartões amarelos.
O Fabril tentou
aproveitar este facto metendo mais jogadores na sua frente de ataque mas o
melhor que conseguiu foi chegar ao 3-1 com um golo marcado por Ruben Reis já
relativamente perto do fim do encontro.
Com este resultado, o
Beira Mar de Almada segue em frente na competição e o Desportivo Fabril fica
pelo caminho.
A OPINIÃO DOS
TREINADORES:
MANUEL CORREIA,
treinador do Desp. Fabril:
”Foi uma vitória fácil
contra uma equipa que sabe jogar muito mais”
“Foi uma vitória fácil contra
uma equipa que pode fazer muito mais. Foi um jogo de sentido único, eles
aproximaram-se duas vezes à nossa área. Numa delas num pontapé para a frente
logo a seguir ao nosso golo em que há uma indecisão do guarda-redes e de um
defesa que [é empurrado] isola o adversário que fez o golo precedido de falta.
No jogo existiu apenas uma equipa porque a outra praticamente nunca chegou à
nossa baliza. A primeira parte foi jogada num ritmo muito alto pela minha
equipa com situações de cruzamentos, muitos pontapés de canto, uma bola tirada
em cima do risco e um golo anulado. Podíamos ter ido para o intervalo a ganhar pelo
menos por 4-1. Na segunda parte pior ainda porque houve muito pouco tempo útil de
jogo porque o adversário se preocupou unicamente em queimar tempo. Nós
continuámos a ter oportunidades, fizemos mais um golo e ainda atirámos uma bola
ao poste. Portanto, como disse foi uma vitória fácil contra uma equipa que sabe
jogar muito mais do que aquilo que fez. É incrível que numa competição como
esta, disputada a uma mão, a equipa que perdeu é que passa”.
Nos próximos dias este é um tema que será desenvolvido aqui no JORNAL DE DESPORTO com Manuel Correia a colocar em causa os regulamentos da competição.
JOÃO LUÍS, treinador do
Beira Mar de Almada:
“Saber defender também
tem arte”
“Era um jogo difícil
porque defrontávamos um dos adversários mais fortes do grupo e um dos principais
candidatos no campeonato. Mas, nós estávamos em vantagem e tínhamos dois
resultados que nos permitiam seguir em frente na taça. Sabíamos que na primeira
parte iriamos jogar o jogo pelo jogo e que na segunda parte iriamos ter mais
dificuldades porque o campo era enorme e estava bastante pesado. Se fossemos para
o intervalo com um resultado superável baixaríamos as linhas para depois sair
mais no ataque rápido para tentar marcar mais algum golo e até poderíamos ter
feito o 2-2. Quando foi necessário baixar as linhas e defender, defendemos. Portanto,
os meus jogadores estão de parabéns porque conseguimos um objectivo. Às vezes
diz-se que se joga bem porque se ataca muito mas saber defender também tem arte,
tanto assim que o Fabril na segunda parte só marcou quase no fim do jogo. Quando
se apanhou em vantagem numérica meteu mãos jogadores na frente mas nós soubemos
defender bem. Se fosse um jogo de campeonato seria diferente porque são os três
pontos que interessa. Neste caso, o que interessava era não sofrer. Creio que
estamos no bom caminho, vamos para um campeonato que se prevê bastante competitivo
onde vamos tentar fazer o melhor possível”.