Foi nos juniores do
Amora que iniciou com sucesso a carreira de treinador
“A EQUIPA ESTÁ PREPARADA PARA COMEÇAR O
CAMPEONATO DA MELHOR MANEIRA”
Os juniores do Amora surgem esta época com uma equipa
bastante renovada em relação à época anterior, onde se classificou em segundo
lugar no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão.
A renovação aconteceu não só a nível de jogadores mas
também a nível da equipa técnica que passou a ser comandada por José Carvalho,
treinador de 60 anos, com larga experiência de campeonatos nacionais a nível de
seniores.
José Carvalho está assim de regresso às origens porque
foi exactamente nos juniores do Amora que iniciou, com sucesso, a sua carreira
de treinador.
Depois foi chamado para treinar a equipa sénior do
Amora na 3.ª Divisão Nacional e II Divisão B tendo passado ainda pelo Seixal,
Almada e Desportivo Fabril, que foi o seu último clube precisamente na época de
2007/2008.
Com a entrada em funções da nova direcção do clube
liderada por Carlos Henriques exerceu as funções de vice-presidente para o
futebol de formação funções que deixou de exercer por motivos de saúde. Ultrapassado
este problema e após convite endereçado aceitou o cargo que está a desempenhar
com todo o agrado e com a mesma vontade de sempre.
Na entrevista que concedeu ao JORNAL DE DESPORTO, José
Carvalho falou da forma como surgiu a hipótese de voltar a exercer as funções
de treinador, do sucesso que teve precisamente nos juniores do Amora, dos
objectivos para esta época de 2015/2016. Deixou também uma mensagem para a
massa associativa e para os atletas e terminou com uma afirmação bastante
curiosa: “ainda não estou morto para o futebol sénior”.
“Estou
de alma e coração neste projecto”
José Carvalho,
depois de algum tempo de ausência o regresso aos relvados. Como surgiu esta oportunidade?
Foi
uma situação inesperada porque já não treinava há cerca de seis anos, desde que
saí do Fabril. Enveredei depois por outra faceta aceitando o convite do Carlos
Henriques para ser vice-presidente do futebol juvenil do Amora. Durante um ano
gostei de trabalhar com a direcção que se mostrava bastante dinâmica, contribui
na negociação para a implementação da Academia e dos campos sintéticos porque
sempre pensei que esta era a melhor solução para o futuro e para os jovens
praticarem a modalidade. Entrei nesse projecto de alma e coração mas depois
tive uns problemas de saúde que me levaram a pedir a demissão do cargo que
ocupava. Entretanto, a situação restabeleceu-se
e fui surpreendido com o convite do Bruno Caires e do Bruno Salvador, para
treinar a equipa de juniores. É uma experiência pela qual já passei. Foi aqui
que comecei como treinador e tive uma experiência enriquecedora . Toda a gente
que passa pelo futebol devia passar pela formação que é realmente uma boa
escola de aprendizagem. Depois do convite falei em casa com a família e,
pesando os prós e os contras, resolvi aceitar o desafio. Como já disse, estou de
alma e coração neste projecto procurando ajudar estes jovens que têm uma idade
complicada. Temos uma equipa, quase toda ela de primeiro ano [só três ou quatro
é que são de segundo ano] mas com miúdos de muita qualidade, com os quais
podemos fazer um bom trabalho.
“Fui campeão
distrital duas vezes aqui no Amora”
Este é de facto
um regresso às origens e a um clube onde alcançaste algum sucesso…
É
verdade, fui campeão distrital duas vezes aqui no Amora, subindo a equipa ao
Nacional mas não a acompanhei nesse campeonato porque entretanto fui convidado
para treinar os seniores. Contudo, espero que as pessoas não me vejam [como já
se fala por aí] como um Messias e que vou chegar aqui com uma varinha mágica
para sermos novamente campeões e que vamos ganhar tudo, porque as coisas não
são bem assim. Passado é, como eu costumo dizer, museu. Agora estamos noutra
realidade. É claro que temos melhores condições do que tínhamos à alguns anos mas
as outras equipas também têm evoluído e já quase todos os clubes têm campos
sintéticos e as condições vão estando também mais equilibradas. O Amora, quanto
a mim, a vantagem que tem é que aparece sempre muita gente. Quer se queira ou
não, a nível de concelho e até mesmo do distrito, é uma potência do futebol
juvenil, independentemente nos últimos três ou quatro anos ter andado um pouco
afastado. Mas eu penso que daqui a mais meia dúzia de anos será talvez a
primeira ou segunda potência do futebol juvenil no nosso distrito. Foi também
um pouco isto que me levou a aceitar este desafio assim como tentar fazer com
que estes jovens cresçam e ao mesmo tempo ajudar na ideia que o Carlos
Henriques tem em fornecer a equipa sénior, como já aconteceu este ano. É nesse
sentido que vamos trabalhar.
“Jogadores têm demonstrado
alguma evolução”
Já
estamos a treinar há cinco semanas. Temos feito alguns jogos treino, alguns têm
corrido bem e outros menos bem. Estivemos no passado fim-de-semana no torneio
da Seixalíada que vencemos, apesar dos problemas que aconteceram devido
sobretudo à falta de árbitros e mais um ou outro pormenor, embora o Ginásio de
Corroios não tenha tido culpa nenhuma. Correu-nos bem porque ganhámos os três
jogos e os jogadores do Amora já demonstraram alguma evolução em relação ao que
vínhamos a fazer. Agora este sábado temos aqui um jogo com o Palmelense e na
segunda-feira um treino com a equipa sénior no campo n.º 2. Penso que a equipa
está preparada para começar o campeonato da melhor maneira.
“O Amora onde
joga e contra quem joga é sempre com o espírito de ganhar”
Apesar da
imaturidade do plantel há certamente a esperança de fazer um bom campeonato…
As
esperanças são sempre essas. O Amora não pode pensar de outra forma. Sabemos
que os inícios são sempre complicados porque estamos naquela fase em que não
sabemos bem quem vai começar o campeonato porque nem todos os jogadores estão
disponíveis. Dentro daquela base que já temos, penso que podemos fazer
realmente um campeonato tranquilo e tentar entrar melhor que a época passada.
Tem sido este o calcanhar de Aquiles da equipa, nos últimos tempos. É isso que
vamos tentar evitar esta época. Se começarmos a ganhar os jogadores ficam com
outro estímulo e com mais moral. O Amora onde joga e contra quem joga é sempre
com o espírito de ganhar porque é esse o espírito que tenho e sempre tive
enquanto jogador e treinador.
“São as equipas
que puxam pelos sócios”
Que mensagem
deixas para a massa associativa e atletas?
Nós
sabemos como é a massa associativa do Amora. Se as coisas andarem bem, vai
aparecer muita gente. No tempo em que fui campeão distrital tivemos assistências
superiores aos seniores. Quer isto dizer que são as equipas que puxam pelos
sócios. O que eu posso prometer é que esta equipa vai tentar trazer novamente os
sócios a ver os jogos dos juniores. É lógico que as pessoas sabendo que sou eu
o treinador e se a equipa estiver a jogar bem e a ganhar, vão com certeza
aparecer. Em relação aos jogadores o que lhes digo é que trabalhem porque sem
trabalho não se vai a lado nenhum.
STAFF
TÉCNICO: José Carvalho (treinador), João Canal (treinador
adjunto e preparador físico) e Ângelo Salvador (director).
A CONSTITUIÇÃO
DO PLANTEL
O
plantel do Amora para esta nova época é composto para já pelos seguintes jogadores:
GUARDA-
REDES: Carlos Agra e Torrão
DEFESAS:
António, Diogo, Fayed,, Hugo, Zé Paulo, Filipe, Pedro
MÉDIOS:
João, Jonathan, Lopes, Marcelo, Verginaldo, Azevedo, Carlos Rosa, Borralho
AVANÇADOS:
Roberto, Alex, Edvaldo, Cleyson, Yala, Fábio, Edu
"AINDA NÃO ESTOU MORTO PARA O FUTEBOL SÉNIOR"
Esta minha vinda para o futebol júnior, depois de ter treinado seniores, possivelmente terá deixado muita gente surpreendida porque fui campeão distrital no Fabril. Na época seguinte fiz uma equipa para ser campeã na 3.ª Divisão, mas as coisas não correram muito bem de início e acabei por sair porque não era fácil trabalhar com o presidente que o clube tinha na altura [Faustino Mestre]. Ainda hoje estou convencido que se tivesse continuado com aquela equipa até ao fim o Fabril tinha subido, até pelos resultados que depois vieram a acontecer. Afastei-me um bocadinho do futebol sénior mas é lógico que não estou morto para o futebol sénior. Se surgirem projectos nesse sentido serão analisados. É evidente que, tendo em conta o meu passado no futebol, não posso aceitar qualquer projecto. Posso dizer que nestes anos em que estive parado tive alguns convites que recusei. Se aparecer alguma coisa que tenha pernas para andar, logo se vê”.