Guarda-redes
está optimista…
“PARA
PENSARMOS NA SUBIDA VAMOS TER QUE TRABALHAR MUITO”
Rúben
Furtado tem 22 anos, nasceu no Barreiro, é guarda-redes e actualmente joga no
U. Santiago.
Na
época passada foi pouco utilizado pela equipa alentejana mas não esmoreceu e
esta temporada vai voltar a representar a equipa de Santiago do Cacém que se apresenta
com algumas novidades, incluindo o treinador [Nuno Brites] que é da região de Lisboa.
Nesta
entrevista, Ruben Furtado fala do seu percurso futebolístico, das propostas que
recusou de equipas dos campeonatos nacionais pelo facto de não querer trocar o
certo [emprego] pelo incerto [futebol].
Confessou
que é guarda-redes por mero acaso [devido à lesão de um companheiro quando
jogava no Galitos], falou do desgaste causado pelas viagens entre o Barreiro
[onde vive] e a cidade alentejana, das suas ambições pessoais e dos objectivos
do clube para esta nova época desportiva.
O
jogador confidenciou também ao nosso jornal que em Santiago do Cacém se sente
como se estivesse em casa porque o clube tem uma excelente direcção e pessoas sérias e honestas.
“O U. Santiago merece estar noutros patamares do futebol
português”
Na época passada
foste pouco utilizado mas mesmo assim resolveste continuar em Santiago do
Cacém. Porquê?
Sim de facto fui pouco utilizado. Para ser
sincero, esperava ser mais utilizado, mas o futebol é assim mesmo e a posição de
guarda-redes é uma posição muito ingrata. Tive algumas propostas inclusive de
equipas do CNS que estão até a apostar na subida à 2.ª liga e porquê continuar
no Santiago é realmente a pergunta de algumas pessoas. Mas, eu sou jovem (22
anos), tenho o meu trabalho, um part-time de 6 horas e consigo conciliar com os
treinos do União Sport Clube (Santiago). O trabalho foi uma das razões que me
fez sair do Pinhalnovense na época 2012/2013, quando o treinador era o mister
Barão. Hoje em dia, treinamos como profissionais mas recebemos como amadores mas
uma vez que tenho o trabalho, ainda consigo sonhar e fazer o que mais amo que é
o futebol. Não me vejo em posição de trocar o certo pelo incerto. Se receber
uma proposta que realmente me cative, quem sabe. De qualquer modo, quero desde
já partilhar que no Santiago me sinto em casa porque é um clube enorme, com uma
excelente direcção, pessoas sérias e honestas. O União merece estar noutros
patamares do futebol português.
“O sucesso é para quem corre atrás dele”
Quais são as
tuas ambições para esta época?
Esta época, como é óbvio, começa tudo do zero e
a minha ambição é a mesma do ano passado. A época passada acabámos em 5.° lugar
por isso este ano vamos querer mais que isso. Assim como na taça vamos querer
ir mais longe. Falando por mim como é óbvio a minha ambição passa pela subida
de divisão e se possível a dobradinha (taça). Sou um jovem ambicioso e um
sonhador entre milhões, mas o sucesso é para quem corre atrás dele e eu com os
meus colegas vamos tentar alcançar esse sucesso esta época.
Começou como lateral direito e central…
Houve alguma
razão especial que te levou a optar pela posição de guarda-redes?
Para ser sincero não foi uma opção. Eu era
jogador de campo (lateral-direito/central) e joguei no Silveirense, Barreirense
e Galitos. No Galitos, estávamos num jogo de preparação com o Pinhalnovense, perdíamos
por 3-0 e o guarda-redes, que é o meu melhor amigo e padrinho do meu filho, lesionou-se.
O mister Carlos Pereira perguntou quem queria ir para a baliza e como perdíamos
por 3 bolas não me importei. Defendi tudo e o resultado ficou por aí. Um senhor
que foi o meu primeiro treinador de futebol, José Guilherme Paixão, viu-me na
baliza e disse que eu tinha jeito para guarda-redes. E o que aconteceu é que José
Paixão foi para treinador de guarda-redes do Galitos de propósito para me
treinar. Quando o outro guarda-redes (o meu amigo, Tiago Fonseca) voltou, nunca
mais jogou e desde aí passei pelos juniores do V. Setúbal onde estive com o
mister Chaby, nos juniores do Desportivo de Portugal e como sénior no Vasco da
Gama de Sines, Pinhalnovense, Barreirense e União Sport Club.
“Em Santiago não nos falta nada e até hoje nunca falharam”
Creio que vives
na zona do Barreiro. Não é desgastante fazer tantas viagens por semana para
treinar e jogar?
Por vezes é, torna-se cansativo. Na época anterior,
quando isso acontecia, o mister João Direito dava-nos uma folga extra com o intuito
de podermos descansar. Era menos uma viagem. Mas se formos a ver muitos
jogadores têm o sacrifício de treinar em campos que não têm grandes condições
ou clubes que falham nos pagamentos, ou não fazem almoços no dia dos jogos para
os atletas. No U. Santiago isso não acontece, o nosso sacrifício é somente a
viagem. Em Santiago não nos falta nada, nunca falharam até hoje.
“Estamos entre as cinco melhores equipas do campeonato”
Neste momento
ainda se sabe pouco sobre o U. Santiago. Já foram definidos os objectivos para
a nova temporada?
Os
objectivos do clube para a nova temporada passam por fazer melhor que o ano
passado. Como referi anteriormente acabámos em 5.° lugar no campeonato e na
taça fomos eliminados na fase de grupos. Portanto, o nosso objectivo tem que
ser esse mesmo. No meu ver o U. Santiago está entre as cinco melhores equipas
do campeonato por isso creio que é um forte candidato mas para pensarmos na subida
temos que trabalhar muito, ser melhor que os outros e ser a equipa mais regular
do campeonato. "As verdadeiras vitórias na vida não se conquistam com
saltos mas sim com passos firmes no chão".