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sábado, 4 de julho de 2015

JOÃO MARQUES»» Foi promovido à Categoria C2

As metas são muito difíceis de atingir, mas…


"AMBICIONO CHEGAR À I LIGA E A ÁRBITRO INTERNACIONAL"

Tem 24 anos, é um dos bons valores da arbitragem setubalense e a continuar assim perspectiva-se um futuro bastante risonho. Estamos a falar de João Marques que na época 2014 / 2015 foi o primeiro classificado no Estágio de Formação Avançada C3N2 da Federação Portuguesa de Futebol, que contou com a participação de 60 concorrentes.


Com 6 / 7 anos já frequentava o Núcleo de Árbitros de Almada / Seixal acompanhando o seu pai [que é o seu ídolo] nas sessões e o gosto pela arbitragem começou logo aí ao manifestar sempre grande interesse em saber mais sobre as leis do jogo. Quando teve oportunidade tirou o curso e a sua progressão na arbitragem tem sido notória. Este ano foi promovido à categoria C2 mas nos seus horizontes estão outros patamares porque o seu desejo é chegar à I Liga e a árbitro internacional.


Após ter regressado do Torneio Lopes da Silva, que se realizou no Algarve, o JORNAL DE DESPORTO convidou João Marques a falar um pouco de si, da forma como deu os primeiros passos na arbitragem, dos seus projectos futuros enquanto árbitro e das novas funções que exerce no NAFAS.


“Ficar em primeiro lugar foi uma surpresa
para nós [equipa de arbitragem]”

Esta foi uma época que correu na perfeição. Qual foi a tua reacção quanto tiveste conhecimento da classificação?
Foi com muita alegria que tive conhecimento da classificação, e também satisfação por ter atingido o objectivo da época e ver que todo o esforço e trabalho de toda a equipa foram recompensados. De seguida, partilhei a notícia com a minha equipa, com os meus pais e com o meu irmão.

Estavas a contar com esta classificação, ou foi uma surpresa para ti?
No início da época traçámos o nosso objectivo, a época foi correndo bem, os desempenhos foram bons e soubemos ir ultrapassando as dificuldades, sabíamos que no fim podíamos atingir o objectivo de ser promovido a C2. Ficar em primeiro lugar foi uma surpresa para nós, mas sabíamos que era possível.

A classificação é individual mas o contributo dos auxiliares terá sido provavelmente também muito importante?
O contributo dos meus colegas foi sem dúvida fundamental, o Rui e o Micael têm muita qualidade e experiência e ajudaram-me bastante a evoluir enquanto árbitro e pessoa, além de dois grandes árbitros, são dois grandes amigos, que nunca viraram a cara à luta e se sacrificaram bastante pelos nossos objectivos, e com quem dá prazer trabalhar para atingir os mesmos. É na minha opinião uma equipa que se completa muito bem.

“Desde pequeno que tinha curiosidade de saber as leis de jogo”

Consta que começaste a mostrar interesse pela arbitragem muito cedo (6/7 anos) quando acompanhavas o teu pai nas sessões do NAFAS. Isso corresponde à verdade?
É verdade, desde pequeno que acompanho o meu pai às sessões do NAFAS e também o acompanhava a vários jogos e ainda hoje recordo vários episódios de quando o acompanhava. Desde pequeno que tinha curiosidade de saber as leis de jogo, lembro-me de fazer muitas perguntas ao meu pai, quando tive oportunidade tirei o curso de árbitro, e desde aí que sempre me interessei pela arbitragem. Sem dúvida que devo tudo ao meu pai, é o meu ídolo e agradeço-lhe por despertar em mim esta paixão, por ainda hoje me ajudar e aconselhar mas principalmente por estar presente quando as coisas correm menos bem.

Sendo um árbitro ainda bastante jovem e com qualidade já demonstrada, há uma pergunta que se impõe. Até onde esperas chegar no mundo da arbitragem?
Estaria a mentir se não dissesse que ambiciono chegar à primeira liga e a jogos internacionais, mas tenho consciência que são metas muito difíceis de atingir mas irei trabalhar passo a passo para viver os meus sonhos, já me orgulho muito do meu percurso até aqui, mas ambiciono mais ainda.




“O nosso distrito tem gente jovem com potencial
e talento para chegar ao topo”

O distrito de Setúbal tem vindo a perder peso na arbitragem a nível nacional. Acreditas que os novos valores que estão a despontar podem voltar a colocar a nossa região ao mais alto nível?
Enquanto jovem que sou, acredito muito no valor dos jovens e penso que o nosso distrito está recheado de jovens com muito potencial e talento para atingir o topo, acredito que muito irão lá chegar e fazer com que Setúbal volte a ter o peso que tinha antigamente, mas é preciso trabalho e muita vontade, só talento não chega. Setúbal é um distrito que conta com técnicos e formadores com muita qualidade e experiencia, e dos melhores que existem em todo o país, cabe a nós jovens saber aproveitar.

Acabaste de marcar presença no Torneio Lopes da Silva que decorreu no Algarve. Como viveste esta experiência?
Foi uma experiencia fantástica, enriquecedora e inesquecível, mas ao mesmo tempo muito dura e que exigiu muito trabalho e onde o descanso foi pouco. Encarei como uma excelente oportunidade para melhorar enquanto árbitro e aprender o máximo possível, durante o torneio tive a oportunidade de partilhar experiencias e conhecimentos com colegas de todos os pontos do país.


“O NAFAS tem excelentes formadores”

Recentemente foste eleito vice-presidente para a formação no NAFAS. Em que base vai assentar o teu trabalho?
O trabalho de toda a direcção vai basear-se em trabalhar para oferecer aos árbitros do NAFAS as melhores condições possíveis para se tornarem melhores, como pessoas e como árbitros, de modo a atingir os seus objectivos. O NAFAS tem excelentes formadores e as sessões têm contado com um número elevado de árbitros, sendo muitos deles jovens que precisam de muito apoio, o qual cabe à direcção e aos árbitros mais experientes e antigos prestar. A Direcção pretende continuar a formar árbitros, e a captar novos árbitros tal como tem feito nestes 55 anos de vida. Actualmente, os responsáveis pela arbitragem pretendem árbitros cada vez mais jovens pelo que o nosso projecto irá focar-se bastante nesses jovens, incentivando-os e tentando transmitir-lhes o nosso conhecimento para que eles possam assimilar tanto na teoria como no terreno de jogo o máximo de conhecimento possível de forma a crescerem rapidamente como árbitros e também como pessoas, patamar a patamar.

Que terá ficado ainda por dizer nesta nossa conversa?
Quero agradecer esta oportunidade e o seu convite para esta entrevista. Encaro a arbitragem como uma carreira, e sinto que durante o ano fazemos vários sacrifícios, não estamos presente o quão desejamos na vida dos que nos são mais próximos, e quero deixar aqui um agradecimento aos meus pais, ao meu irmão e a todos os meus amigos pelo apoio e pela compreensão durante todo o ano. Quero também agradecer ao NAFAS, a todos os seus árbitros e ao Conselho de Arbitragem da AFS por todo o apoio desde o início.