Desta
vez não acompanhou o pai que regressou a Sines…
“QUANDO
ERA JUVENIL TIVE A OPORTUNIDADE DE IR PARA O SPORTING”
Daniel
Direito, médio-ofensivo, 31 anos, formado no Vasco da Gama de Sines [clube que
representou durante 13 anos, nove dos quais consecutivos], tem passado grande
parte da sua carreira no distrito de Setúbal [U. Santiago, “Os Independentes”],
com algumas incursões pelo distrito de Beja [Aljustrelense e Ferreirense], onde
regressa esta época para representar o Clube Desportivo Praia de Milfontes.
O
jogador que na época passada marcou 16 golos pelo U. Santiago, na 1.ª Divisão
da AF Setúbal, transferiu-se para um clube que vai apostar forte nas
competições onde vai participar e as expectativas são bastante elevadas.
O
JORNAL DE DESPORTO conhecedor da transferência falou com o jogador que confessou
estar arrependido de algumas opções que tomou em determinados momentos da sua
carreira que não permitiram que tivesse jogado em clubes mais credenciados em
competições de outro nível (I e II Liga).
Na
entrevista que nos concedeu, Daniel Direito explicou as razões porque se transferiu
para Vila Nova de Milfontes, porque não acompanhou o pai no regresso a Sines e
daquilo que pretende fazer esta época tanto a nível individual, como a nível colectivo.
“Acredito no
projecto do clube, no seu treinador e no presidente”
Quais foram os
principais factores que contribuíram para a mudança?
Primeiro
a forma clara e objectiva como falaram comigo e a ambição que me foi
transmitida e depois porque acredito no projecto do clube, no seu treinador e
no presidente.
A transferência
foi considerada uma surpresa porque normalmente acompanha o seu pai nos clubes
por onde ele tem passado, como treinador. Desta vez isso não aconteceu. Porquê?
Não
aconteceu porque o Vasco da Gama é um clube com uma formação muito boa e por
entender que este era o momento ideal para tirar o máximo proveito dela porque
tem um treinador que sabe tirar rendimento dos jovens. Se eu ficasse poderia estar
a tapar algum dos jovens talentosos que jogam na minha posição. Creio que foi
melhor assim para todas as partes. Com isto, não quer dizer que um dia não possa
voltar ao clube.
Como é que os
companheiros têm olhado para si, sabendo que é filho do treinador. Isso nunca
afectou o vosso relacionamento no balneário?
De
forma nenhuma. Olham para isso com naturalidade porque o meu pai como treinador
nunca fez qualquer diferença. Por brincadeira, até dizia que no plantel eram
todos filhos dele e tratava-os como tal.
As opções de
vida das quais se arrepende…
O Daniel Direito
é um médio ofensivo que normalmente marca muitos golos. É isso que vai querer
continuar a fazer agora em Vila Nova de Milfontes?
Claro
que sim. No Praia de Milfontes vou ser eu próprio. Vou dar tudo de mim ao clube.
Tenho a certeza que com muito trabalho os golos aparecerão naturalmente.
Sendo um jogador
de reconhecida qualidade por que razão não chegou a um clube de patamar mais
elevado. Ao longo da carreira de jogador nunca surgiu essa oportunidade?
Foram
opções de vida das quais me arrependo um pouco. Quando era juvenil tive a
oportunidade de ir para o Sporting mas não aproveitei e já em sénior tive duas
oportunidades para ir para a segunda liga e a oportunidade de fazer um estágio
de pré-temporada numa equipa da primeira liga mas optei pela segurança de vida
porque sou efectivo no meu emprego desde os 23anos e não quis arriscar.
Que objectivos
estão traçados para a nova época, tanto em termos individuais como colectivos?
Os
objectivos do clube são altos. Todos ambicionam subir de divisão, tentar
conquistar a taça do distrito de Beja e fazer o melhor possível na Taça de
Portugal. Individualmente, vou tentar superar-me em cada dia, em cada treino e
em cada jogo para estar no meu máximo, ao nível das exigências do clube.
Deixo-lhe esta
oportunidade para poder dizer algo que gostasse de dizer e ainda não teve
oportunidade…
Aproveito
para deixar uma palavra especial a todos os jovens que andam no futebol.
Trabalhem sempre [e muito] porque as oportunidades aparecem quando menos
esperamos. Se elas surgirem, agarrem-nas e arrisquem porque se não ficam como
eu a pensar que podia ter conseguido. Muito obrigado também pela oportunidade
desta entrevista.