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terça-feira, 23 de junho de 2015

Sílvia Domingos»» Momento alto na sua carreira

Trabalho e dedicação foram as chaves do sucesso…

“QUEM ME CONHECE SABE QUE NÃO SOU MULHER DE ESTAR À ESPERA QUE AS COISAS CAIAM DO CÉU”

Tem 32 anos, é natural de Faro, entrou para a arbitragem em 1999 e em 2012 chegou a internacional. Estamos a falar de Sílvia Domingos [possuidora das insígnias da FIFA], que esta época se classificou em primeiro lugar a nível nacional no Quadro Feminino que integra 33 árbitras.

Este é, por assim dizer, mais um momento alto da sua carreira que não pode passar despercebido a todos aqueles que se interessam pelo fenómeno desportivo. E, por isso mesmo, convidámos Sílvia Domingos a falar um pouco sobre si e da sua paixão pelo futebol. Ficámos então a saber que foi incutida pelo pai e que a sua carreira desportiva começou no atletismo e depois passou pelo futsal, que o grande responsável por ter entrado para a arbitragem foi um professor de desporto que a aconselhou tirar o curso de árbitro e também ficámos a saber da grande vontade que tem em lutar para ser sempre a primeira.

Sílvia Domingos que reparte a sua actividade entre o futebol feminino [campeonatos nacionais] e o futebol masculino [distritais de Setúbal] confidenciou ao nosso jornal que não tem preferência em dirigir jogos de homens ou mulheres porque se sente muito bem em ambas as situações e adora apitar.   

“Confesso que me caíram lágrimas de felicidade”

Qual a sua reacção quando recebeu a notícia de que tinha sido a melhor classificada do Quadro Feminino?
A noticia foi me dada pelo telemóvel e por curiosidade pelo senhor que me deu o curso à 16 anos atrás. A minha reacção foi de enorme alegria, satisfação e de glória. Confesso que me caíram lágrimas de felicidade. Liguei logo ao meu namorado, mãe e pai que me apoiam a 300%.

Quando se entra em campo é sempre para fazer o melhor embora às vezes as coisas não corram da forma desejada. Era este o lugar que ambicionava?
Eu sempre disse e continuo a dizer que luto sempre para ser a primeira. Já tive a felicidade de ser primeira classificada no quadro feminino dois anos consecutivos em épocas anteriores e este ano voltei a sê-lo. É sempre este o lugar que quero para mim e é para isso que trabalho a época toda, dou o meu melhor em campo e motivo os meus assistentes para que isso aconteça. Por isso, sim, é este o lugar que ambicionava e ambiciono sempre.

“O símbolo FIFA representa para mim um sonho que sempre desejei”

A Sílvia Domingos tem as insígnias da FIFA. O que representa para si esse símbolo?
O símbolo FIFA representa para mim um sonho que sempre desejei muito porque arbitrar é o que eu adoro fazer mas nada se consegue sem trabalho e dedicação. Desde que comecei neste mundo da arbitragem tive que trabalhar muito, mas muito mesmo, para chegar onde estou. Também tive a felicidade ter os melhores professores que na altura eram da comissão de apoio técnico do Algarve e que me ajudaram a ser a árbitra que sou hoje e a acreditar que com trabalho, dedicação e com a minha vontade era possível chegar ao topo.

Para além de árbitra do quadro feminino apita também jogos de equipas masculinas nos distritais de Setúbal. Onde é que se sente mais à vontade e quem gosta mais de apitar, homens ou mulheres?
Sinto-me muito bem em ambos as situações. Eu adoro arbitrar, não importa o escalão, nem a vertente masculina ou feminina importa. O que importa é que o trabalho da minha equipa seja sempre conseguido da melhor forma.

“Estive ligada ao atletismo e joguei futsal”

Houve alguma razão especial para ter entrado no mundo da arbitragem?
A minha entrada no mundo da arbitragem tem a ver com a paixão que tinha pelo futebol, incutida pelo meu pai, mas que nada tem a ver com arbitragem. Ainda estive ligada ao atletismo dois anos e joguei futsal mas como não tinha muito jeito, decidi na altura aceitar um desafio do meu professor de desporto e lá fui tirar o curso de árbitro de futebol 11.

Começou no Algarve mas há duas épocas atrás mudou-se para a região de Setúbal e actualmente está integrada no Núcleo de Árbitros de Futebol de Almada / Seixal. Está adaptada a esta nova realidade?
Sim, é verdade, foi isso que aconteceu mas estou completamente adaptada. Fui bem aceite por todos e quando assim é torna-se mais fácil a adaptação.

Como tem sido a sua progressão como árbitra?
A minha progressão enquanto árbitra tem sido bastante positiva. Já lá vão 16 anos de ligação à arbitragem mas ainda tenho muito que aprender.

“Os meus pais que são os meus pilares de apoio”

Já chegou ao topo da arbitragem feminina, que espera vir a alcançar ainda mais. Continua a ter objectivos?
Sim, claro que continuo a ter objectivos. Quem me conhece sabe que não sou mulher de estar à espera que as coisas caiam do céu, luto sempre e traço sempre objectivos. Sendo que o meu objectivo principal neste momento é subir de categoria a nível internacional.

Ficou ainda algo de importante para dizer nesta nossa pequena conversa?
Sim ficou. Gostaria de agradecer ao meu assistente Luís Ralha e especialmente a ele porque para além de colega de equipa [nos momentos menos bons que tive esta época] foi sempre um grande amigo. Depois, gostaria também de agradecer ao meu namorado, aos meus pais que são os meus pilares de apoio e a todos que acreditam e sempre acreditaram no meu valor.