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terça-feira, 30 de junho de 2015

PEDRO MACEDO»» Não fica nos juniores do Almada

Treinador ficou surpreendido e desiludido com a decisão…

DEPOIS DE TER SIDO DADO COMO CERTO FOI AFASTADO


Pedro Macedo, que realizou um trabalho bastante positivo na qualidade de treinador da equipa de juniores do Almada, não vai continuar a desempenhar as suas funções no Pragal pelo facto de ter sido afastado do clube numa altura em que praticamente estava garantida a sua continuidade.

Conhecedor da situação, o JORNAL DE DESPORTO foi ao encontro do treinador a quem pediu para esclarecer o que na realidade aconteceu. Pedro Macedo aceitou o nosso convite e de forma franca e aberta não deixou nenhuma pergunta sem resposta.

Entretanto, porque não quer ficar inactivo, o treinador mostra-se disponível e receptivo a convites que eventualmente possam surgir, desde que mereçam alguma credibilidade. Ou, se quisermos, por outras palavras, agora vai ficar à espera que o telefone toque.


“A decisão de não continuar foi tomada pela direcção do clube”
  

Depois do bom trabalho realizado foi uma surpresa a sua saída da equipa de juniores do Almada. De quem partiu a iniciativa?
Efectivamente, considero que foi realizado um bom trabalho, comprovada pela classificação estável atingida, durante a minha curta estadia assim como pelas várias demonstrações públicas e particulares que obtive, especialmente por parte dos responsáveis do clube que representava. No entanto, não escondo, até certo momento, foi surpreendente a minha não continuidade, até porque, passados uns dias após o final do campeonato, fui apresentado a alguns atletas que farão parte da futura equipa de juniores, mesmo não tendo ainda a minha situação completamente definida com o clube. Quanto à decisão de não permanecer no clube, após alguns dias de conversação, ela foi tomada pela direcção.

Quais as razões invocadas para o seu afastamento?
Como referi, foi mantida uma conversação, durante dois ou três contactos efectuados. Esta situação é perfeitamente normal em qualquer clube, em qualquer escalão e com qualquer treinador. No primeiro contacto estabelecido após o final da época, foi-me informado que iria existir uma forte aposta nas equipas seniores e juniores do clube, com a clara definição de objectivos para ambas as formações e ao mesmo tempo que me foi transmitido isso, foi igualmente dada como certa a minha continuidade. No entanto, referi que deveria haver ajustes no que respeita à minha situação bem como da minha equipa técnica, pois eventualmente iria ficar desfalcado de alguns elementos que considerava essenciais. Prontamente concordaram com as minhas pretensões, respondendo que naturalmente os detalhes seriam tratados rapidamente. Passaram cerca de 2/3 semanas e de forma inesperada para mim, obtive a resposta que não aceitariam as minhas condições tendo optado por apostar num homem da casa.




“Desiludido pela forma como o processo se foi desenrolando”

Ficou desiludido pela forma como saiu?
Sim fiquei. Sobretudo como o processo se foi desenrolando, após o final do campeonato. Acima de tudo pelo que atrás refiro e porque as minhas exigências eram perfeitamente aceitáveis e compreendidas pelos vários elementos do clube, sobretudo pela distância que percorria para liderar a equipa e que comprovadamente não tinha a devida compensação financeira. Cheguei ao clube com a equipa no último lugar da tabela (a par de 2 formações). Na altura, foi-me dito por elementos do departamento de formação, que a equipa que iria liderar era talvez a pior formação de juniores de sempre do clube. Desde o meu começo com o grupo, conseguimos atingir 6 jogos consecutivos sem perder (5 vit+1 empate), atingindo qualidade de jogo, que tinha maior evidência nas partidas realizadas na condição de visitante e como resultado de tudo isso, foi criada uma homogeneidade na estrutura, factor que me satisfez. Pelo referido, reafirmo a desilusão que senti.


“Disponível para novo projecto em qualquer outro clube”

E agora qual vai ser o seu futuro. Vai querer certamente continuar a treinar?´
É claro que pretendo continuar a treinar, aliás, não era expectável estar novamente “inactivo”, mas o futebol apresenta-nos surpresas, situações incontroláveis e injustas em que nada podemos fazer. Na última semana, o Almada AC voltou a contactar-me, para saber o meu interesse em liderar a equipa de iniciados do clube. Foram oferecidas melhores condições financeiras, agradeci o convite mas optei por declinar o mesmo por considerar que não era esse o projecto que pretendia. Voltarei a aguardar que o telefone toque. Como referi, inesperadamente não continuarei a fazer algo que me apaixona, mas procurarei uma oportunidade de voltar a estabelecer-me num novo projecto em qualquer outro clube.

Ficou ainda algo de importante por dizer?
Apenas destacar dois aspectos fundamentais. O primeiro, diz respeito ao facto de ter representado o Almada Atlético Clube. Embora seja um clube que passa por dificuldades várias, foi um orgulho grande fazê-lo, dar tudo como é meu apanágio, em prol de uma instituição com altos pergaminhos no desporto nacional e que me permitiu conhecer uma nova realidade, novos conceitos e novas pessoas, essenciais para o meu crescimento e que estou certo deixei uma porta aberta para uma futura possibilidade. Por fim, destacar a qualidade da estrutura que tive o prazer de liderar. Aos bons jogadores e aos excelentes treinadores adjuntos e colaboradores, designadamente, David Barata, João Leal, André Alcântara, Luís Leal e Maurício Guedes, o meu muito obrigado pela competência, profissionalismo e cooperação que sempre existiu e que permitiu alcançar bons momentos entre nós. Uma palavra final para o mister Pedro Alves pelo convite formulado para liderar a equipa e para a colaboração possível dada pelos directores Anabela, Velez e Mestre.