A
opinião é do treinador da equipa, Valter Gomes…
“PELO
FUTEBOL QUE PRATICÁMOS MERECÍAMOS TER CHEGADO ÀS MEIAS-FINAIS”
O
Grupo de Futebol Azul e Ouro, clube com alguns pergaminhos no futebol amador e
em particular nas competições do INATEL, onde já por duas vezes atingiu a final
distrital, teve esta época uma participação discreta, que ficou muito aquém das
expectativas.
As
razões para os resultados menos positivos são várias mas as que ressaltam mais
à vista são a muita juventude que impera no plantel, as muitas lesões [algumas
das quais bastante graves], que impediram que a equipa se tivesse apresentado na
sua máxima força em algumas ocasiões e também algumas arbitragens que terão
deixado muito a desejar.
Concluída
a sua participação no campeonato é hora de fazer o balanço da época desportiva
de 2014/2015. Neste sentido, o nosso jornal foi ao encontro do treinador Valter
Gomes que falou da juventude que impera na equipa, das muitas lesões, da falta de
sorte e de algumas arbitragens que prejudicaram a equipa.
Muita juventude,
muitas lesões e algumas arbitragens…
A época não
correu da forma desejada. Se razão para perguntar, o que falhou?
Sim,
é verdade, a época ficou bastante aquém das expectativas e dos objectivos
propostos. Gostava de deixar bem claro que sou eu o principal responsável. Sabia
que este ano iriamos começar do zero porque tínhamos uma equipa praticamente
nova. Chegaram muitos jovens, seis dos quais com estreia absoluta no escalão de
seniores. Depois, tivemos também muito azar com as lesões, perdendo logo na
fase inicial três jogadores para o resto da época, dois deles com lesões
gravíssimas que tiveram de ser operados. E, para agravar ainda mais a situação no
início da segunda fase perdemos mais quatro jogadores para o resto do campeonato
acabando por fazer os jogos decisivos com um plantel muito reduzido. Por outro
lado, também senti que a minha equipa foi claramente prejudicada pela
arbitragem em dois jogos desta segunda fase e depois a falta de uma pontinha de
sorte.
O quarto lugar
alcançado na segunda fase ficou muito aquém daquilo que era esperado...
Hoje
em dia quem chega ao Azul e Ouro sabe que pelo trajecto que o clube tem vindo a
realizar ao longo dos últimos 4 / 5 anos sabe que partimos sempre como
candidatos porque o Azul e Ouro é um clube com uma identidade firme no
campeonato que disputa. As duas finais que já atingiu, uma pelo comando do
mister Ricardo Jesus (Pardal) e outra pela mão do mister Luís Rodrigues (Lutcha)
leva as pessoas a esperar sempre o melhor de nós. Por todo o nosso trajecto o
quarto lugar ficou claramente fora do que pretendíamos
Em sua opinião
ficaram apuradas para as meias-finais as melhores equipas?
No
fim acabam por passar sempre as equipas que de uma forma ou de outra
conseguiram ser mais regulares. E, por isso, aproveito para dar os parabéns aos
finalistas. Na minha opinião o apuramento do Brejos de Azeitão é inteiramente
merecido pois foi uma equipa compacta e muito bem organizada com um lote de
excelentes jogadores e com um treinador muito competente. Contudo, pelo futebol
que praticámos penso que a minha equipa merecia ter chegado às meias-finais. Sempre
assumimos o jogo contra todos os nossos adversários, procurámos praticar sempre
um futebol de qualidade com uma identidade muito própria e sei que os meus
jogadores tinham um prazer enorme em jogar desta forma. Os resultados não foram
os pretendidos mas ficámos com a certeza que este é o caminho a seguir.
“A arbitragem
não acompanhou a evolução das equipas na Inatel”
Por vezes
fala-se muito da qualidade das arbitragens nesta competição. O Azul e Ouro teve
razões de queixa?
Infelizmente
na minha opinião e de muitos outros treinadores com quem por vezes converso, a
arbitragem não acompanhou a evolução das equipas da Inatel ao longo dos anos. Este
campeonato já merecia melhores equipas de arbitragem, na Delegação de Setúbal só
duas ou três equipas tem capacidade e condições para o fazerem. O Azul e Ouro
tem razões de queixa em dois jogos em que foi claramente prejudicado e vou dar
o exemplo de um desses jogos. No jogo com o CRI veio um árbitro que estava
proibido de nos apitar e que no seu regresso teve a ousadia de dizer a todas as
pessoas que “sempre que apitar jogos do Azul e Ouro só não os entalo se não puder”.
Parece mentira mas é verdade, nesse jogo sofremos um golo onde o avançado faz
falta sobre o meu guarda-redes dando-lhe um pontapé na cabeça e depois ficaram
por assinalar dois penaltis clamorosos. Durante o jogo foi sempre tendencioso
para a equipa da casa e sempre com uma postura intimidatória para com os meus
jogadores. Também gostava de dizer que nesse jogo um dos seus auxiliares era um
ex-dirigente do CRI. Lamentável…
Quer acrescentar
mais alguma coisa ao que já foi dito?
Gostava
de deixar uma palavra aos meus jogadores para lhes dizer que foi um orgulho
enorme ter tido a oportunidade de trabalhar com eles, são os meus campeões, um
conjunto de miúdos fantásticos que se continuarem com a vontade que
demonstraram ao longo da época o futuro vai sorrir-lhes. Uma palavra de
agradecimento à minha equipa técnica Luís Santos, Júlio Moreno e João Chaves
por tudo o que deram ao clube durante a época e ao meu presidente, Luís Rodrigues,
que foi incansável desde que assumiu funções procurando dar-nos todos os dias melhores
condições de trabalho e finalmente um agradecimento às pessoas que estiveram
sempre do nosso lado e nos apoiaram do início até ao fim. Foram enormes, o meu
obrigado.