Por
mérito do Charneca de Caparica que se queixa da arbitragem…
FOI
MUITO MAIS DIFÍCIL DO QUE INICIALMENTE SE PREVIA
O
Alcochetense [já sem qualquer hipótese de discutir o título] venceu o Charneca
de Caparica [que continua a lutar pela manutenção] por uma bola a zero com um
golo marcado já relativamente perto do fim.
Foi
na verdade um resultado demasiado escasso se tivermos em conta a grande diferença
de valores existente entre as duas equipas que entraram no campeonato com objectivos
completamente diferentes.
Contudo,
para este desfecho muito contribuíram alguns factores como por exemplo a
táctica engendrada por Élio Santos que foi muito bem exercida pelos jogadores
da Charneca de Caparica e alguma displicência dos pupilos de Zé Pedro que mesmo
alertados para o que poderia acontecer não conseguiram desmontar da forma mais
conveniente a teia montada pelo adversário.
O
nulo que se registava ao intervalo era plenamente justificável devido ao grande
trabalho defensivo desenvolvido pela equipa visitante e a uma exibição algo
descolorida da equipa verde e branca.
Na
segunda parte as coisas melhoraram um pouco para a equipa de Alcochete fruto
das alterações efectuadas e o golo lá acabou por acontecer já relativamente
perto do fim (83’) por Tiago Carvalho.
De
registar entretanto que os charnequenses se queixam de um golo mal anulado a
Jackson que daria o 0-1, ainda na primeira parte e alegam também que o golo que
deu a vitória ao Alcochetense nasceu de uma grande penalidade a seu favor que
foi transformada num livre contra (ver declarações do presidente, José Manuel Santos).
Com
a derrota sofrida o Charneca de Caparica (25 pontos) desceu para o 13.º lugar
sendo ultrapassado pelo Olímpico do Montijo (26 pontos) e o Alcochetense mante
o seu terceiro lugar 54 pontos.
Na
próxima jornada o Alcochetense desloca-se à Arrentela e o Charneca de Caparica
recebe o Comércio Indústria.
A
OPINIÃO DOS TREINADORES
ZÉ PEDRO, treinador do Alcochetense:
“Foi
uma vitória justa mas curta e isso deixa-me um certo amargo de boca”
“Sabíamos
que o adversário nos ia dar a iniciativa do jogo para depois tentar explorar o máximo
da velocidade dos seus jogadores no contra-ataque. Apanhámos um Charneca muito recuado
a jogar com três centrais, dois laterais que não subiam, mais dois médios
defensivos que não saiam para o ataque e com liberdade para três homens na
frente. Foi um pouco difícil porque não estrámos bem no jogo. Provavelmente
esta terá sido uma das piores primeiras partes que fizemos esta época sobretudo
nos jogos em casa. Conseguimos algumas situações mas nada parecido com aquilo a
que realmente estamos habituados. Como precisávamos de dar mais velocidade ao
jogo ao intervalo mexemos na equipa e conseguimos melhorar bastante em relação ao
que havíamos feito na primeira parte. Conseguimos o golo quase no fim mas antes
disso num canto o Miguel Serôdio obrigou o guarda-redes contrário a fazer uma
grande defesa. Na semana passada na Amora jogámos bem e perdemos e desta vez
não jogámos bem mas ganhámos. A vitória acaba por se ajustar essencialmente por
aquilo que fizemos na segunda parte, pelo que arriscámos e pela superioridade
que tivemos. Foi um jogo com duas partes distintas. Na primeira não estivemos tão
bem mas na segunda parte dominámos por completo. Foi uma vitória justa mas
curta e isso deixa-me um certo amargo de boca porque temos capacidade e
potencial para fazer muito mais. De qualquer forma, parabéns aso jogadores pela
vitória”.
ÉLIO SANTOS, treinador do Charneca de
Caparica:
“Saí
de Alcochete muito perturbado com a derrota mas muito satisfeito com os meus
jogadores”
“Em
Alcochete estivemos muito bem defensivamente e fomos uns dignos vencidos porque
trabalhámos muito contra um adversário muito forte. Marcámos um golo
sensivelmente a meio da primeira parte que foi anulado, não se sabe porquê. Não
atacámos muito mas fizemo-lo sempre pela certa e causámos algum transtorno ao
adversário, em duas situações. Na segunda parte continuámos a defender com as
linhas extremamente baixas mas espreitámos sempre o contra-ataque. Tentámos
ganhar pelo menos um ponto mas não conseguimos, também por mérito do
Alcochetense. Saí de Alcochete muito perturbado com esta derrota mas muito
satisfeito com os meus jogadores. Só uma grande equipa conseguia hoje ganhar ao
Charneca de Caparica. Vamos continuar a trabalhar para que consigamos nestas últimas
três jornadas garantir os nossos objectivos”.
FICHA DO JOGO
Jogo
no Estádio António Almeida Correia “Foni”, em Alcochete
ÁRBITRO: Marco Machado
(Santiago do Cacém)
ALCOCHETENSE: Rogério Ziotti;
Bruno Pais (Peter, 60’), Miguel Serôdio, Gil, Pedro Henriques; Feiteira, Tiago
Carvalho, Queijinho (Ricardo Dâmaso, 45’); Ricardinho, Ruben Braga (Marco
Véstia, 45’) e Djão.
TREINADOR: Zé Pedro
CHARNECA DE
CAPARICA:
Jesus; Leston, Cláudio, Hadil, Rafa; Edson, Santiago, Fred; Fabinho (Pedro
Santos, 62’), Ruizinho (Paulo Costa, 45’) e Jackson (Miguel Costa, 75’).
TREINADOR: Élio Santos
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: 1-0, Tiago
Carvalho (83’)