Foi
um jogo com duas partes distintas…
Na
primeira mandou o Beira Mar mas a segunda foi do Palmelense
O
Campo Cornélio Palma recebeu um dos jogos mais importantes da 20.ª jornada, não
na questão relacionada com o título ma sim no que respeita à luta pela
permanência porque tanto o Palmelense como o Beira Mar de Almada se encontravam
[e encontram] posicionados na zona de perigo.
A
equipa de Palmela que nas últimas cinco jornadas apenas perdeu uma vez [1
vitória, 3 empates e 1 derrota] jogava em casa num terreno que lhe é mais propício
mas quem acabou por começar melhor foi o Beira Mar de Almada que marcou por duas
vezes ainda no decorrer da primeira parte por Francisco (20’) e Zé Vitória
(30), sendo este de grande penalidade, e foi par o intervalo a vencer por 2-0.
Na
segunda parte tudo acabou por ser diferente porque foi a equipa de Palmela a
obter dois golos sem resposta por Pedro (50’) e Cortez (65’), sendo este também
de grande penalidade. Resultado, o jogo terminou com uma igualdade a duas bolas
que deixou as duas equipas nas mesmas posições. O Palmelense em penúltimo lugar
com 13 pontos e o Beira Mar em antepenúltimo com 18 pontos.
Curiosas
foram as declarações dos dois treinadores no final da partida. Edu Machado,
treinador do Palmelense considera que sua equipa deu uma parte de avanço ao seu
adversário e interroga-se por que razão a sua equipa já teve 13 penaltis
assinalados contra si nos 20 jogos realizados.
João
Luís, treinador da equipa almadense, salientou o desempenho dos seus jogadores em
especial na primeira parte mas não contava ter que jogar contra duas equipas na
segunda parte em virtude do terramoto que passou por Palmela e inclinou o campo
ao contrário.
Na
próxima jornada o Palmelense desloca-se a Santiago do Cacém e o Beira Mar joga
em Cacilhas com o Sesimbra.
A
OPINIÃO DOS TREINADORES
EDU
MACHADO, treinador do Palmelense:
“Uma equipa
como a nossa não pode dar uma parte de avanço”
“Este era um
jogo que queríamos rectificar aquilo que se tinha passado na primeira volta. Preparámos
bem o jogo durante a semana e tínhamos delineado uma ideia para o ganhar mas na
posição em que nos encontramos, e com as limitações que temos, não podemos dar
uma parte de avanço a qualquer equipa. Foi o que aconteceu neste jogo. Entrámos
mal, não saímos do buraco, estivemos desorganizados e sobretudo sem a atitude
que nos caracteriza. O responsável sou eu, porque sou eu que escolhe a equipa e
sou eu que treino os jogadores. O Beira-Mar aproveitou, fez dois golos, sendo
um deles de grande penalidade, que nem vou comentar se existe ou não. Apenas
sei que fazem reportagens em jornais conceituados a falar de equipas que não
sofrem golos e que têm internacionais mas eu gostava de saber se existe alguma
equipa que em 20 jornadas tem 13 penaltis contra. Na segunda parte rectificámos
e arriscámos tudo, jogando homem a homem na nossa linha defensiva, com quatro
homens na frente e tudo acabou por ser diferente. Com uma atitude pressionante os
jogadores deram a resposta que era necessária, fizemos dois golos e poderíamos ter
feito mais. Mas, é como digo, uma equipa como a nossa não pode dar uma parte de
avanço, nem desperdiçar tantos golos. Assim, nunca conseguiremos ganhar a
equipas como o Beira-Mar que para mim não são superiores a nós. Resta-nos
continuar a trabalhar no duro para conseguir vitórias. Nos últimos cinco jogos só
perdemos um, temos que acreditar porque ninguém nos disse que ia ser fácil e
enquanto eu acreditar todos os jogadores têm também que acreditar”.
JOÃO
LUÍS, treinador do Beira Mar de Almada:
“Não
estávamos preparados para jogar contra duas equipas”
“Íamos
jogar contra uma equipa que tem os mesmos objectivos que nós, num campo muito
difícil, mas os jogadores estavam preparados para isso. Fizemos uma primeira
parte muito boa e extremamente competente, marcámos dois golos e até poderíamos
ter marcado mais um ou outro, enquanto o adversário não criou sequer uma oportunidade
neste período. Na segunda parte, eles fizeram um jogo muito mais directo do que
tinham feito mas nós estávamos preparados para isso. O que não estávamos era
preparados para jogar contra duas equipas. Já não é uma questão de respeito
pelos treinadores ou pelas instituições mas sim pelos miúdos que trabalham à
chuva e ao sol, que não ganham nada e andam ali por gosto, gastando mesmo algum
do seu dinheiro. O árbitro na primeira parte esteve bem mas na segunda, não sei
o que se passou. Deve ter havido algum terramoto em Palmela porque o campo
inclinou para o lado contrário. O primeiro golo que sofremos foi um erro
posicional em termos tácticos e não há nada a dizer mas depois o árbitro
conseguiu ver um penalti que mais ninguém viu e ainda nos anulou um golo que
foi mais do que limpo marcando falta sobre o guarda-redes quando quem saltou
com ele foi um companheiro de equipa. Assim, torna-se muito complicado. Penso que
fizemos mais do que o suficiente para ganhar o jogo. Por isso, há que continuar
a trabalhar e dar os parabéns os meus jogadores pela forma aguerrida como
jogaram e por terem cumprido tudo o que lhes foi pedido. Ganhar ao Sesimbra no
próximo jogo é agora o objectivo”.
FICHA
DO JOGO
Jogo
no Campo Cornélio Palma, em Palmela
ÁRBITRO: Fábio Varanda (Núcleo do Barreiro)
PALMELENSE: Gustavo; Pedro,
Teixeira, Paulo Sousa, Ruben (Moreira, 35’); Jones (Pedro, 45’), Cortez, Alex;
Gaspar, Grampola e Vítor Hugo (Brito, 75’).
TREINADOR: Edu Machado
BEIRA MAR DE ALMADA: Ricardo Esteves; Jonas, Conceição,
Louro, Penha; Paulo Pereira, Leandro, Vando, Ricardinho (Edu, 75’); Zé Vitória
(Ângelo, 60’) e Francisco.
TREINADOR: João Luís
Ao intervalo: 0-2
Marcadores: 0-1, Francisco
(20’); 0-2, Zé Vitória (30’) gp; 1-2, Pedro (50’); 2-2, Cortez (65’) gp.