Ineficácia ofensiva, os
postes e Bonifácio foram os grandes obstáculos…
Comércio e Indústria comete
proeza no Campo da Verderena
O Comércio e Indústria foi a grande sensação da
21.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão ao conquistar os três pontos
na partida que disputou no Campo da Verderena, com o Barreirense que havia
assumido o comando da tabela classificativa na semana anterior.
Para a equipa setubalense, que levou para esta
partida apenas 15 jogadores e se apresentou sem guarda-redes suplente devido a
problemas surgidos a nível directivo que obrigaram Carlos Ribeiro a desconvocar
alguns jogadores à última hora, foi uma vitória muito saborosa e algo feliz pela
forma como aconteceu mas ao mesmo tempo um resultado que confirma o estatuto de
equipa sensação deste campeonato.
Para o Barreirense foi uma derrota totalmente inesperada
que originou a perda de três pontos e a consequente descida ao segundo lugar da
classificação geral. Na verdade, o resultado foi uma grande desilusão para
todos os barreirenses que esperavam por uma vitória da sua equipa.
Falar de justiça ou injustiça é muito
subjectivo quando se trata de futebol mas nesta partida não restam dúvidas que
o Barreirense fez tudo para ganhar, jogou bem, praticou futebol de qualidade, dispôs
de diversas ocasiões para marcar e atirou por cinco vezes a bola a ferro da
baliza adversária mas a sorte nada quis consigo, umas vezes por mérito do
guarda-redes Bonifácio e outras por falta de pontaria dos seus jogadores que não
conseguiram aproveitar as oportunidades que tiveram.
A equipa setubalense que segundo o seu
treinador subiu três vezes até junto da baliza conseguiu marcar um golo e
depois foi segurar com unhas e dentes a vantagem até ao final fruto de um
empenho deveras fantástico em termos defensivos.
Na próxima jornada o Barreirense desloca-se ao
Montijo para defrontar o Olímpico e o Comércio e Indústria recebe o
Alcochetense, no Campo da Bela Vista.
A OPINIÃO DOS
TREINADORES
PEDRO DUARTE, treinador
do Barreirense:
“Tivemos muitas situações de golo, bolas nos postes e
muitos golos desperdiçados”
“Entrámos no jogo muito fortes e desde cedo a
demonstrar que queríamos ganhar. As oportunidades de golo iam surgindo e nós
não conseguíamos marcar ou porque encontrámos pela frente um guarda-redes que
defendeu tudo o que havia para defender ou por falta de eficácia da nossa
parte. Só durante os primeiros 45 minutos tivemos sete ou oito situações claras
de golo, bolas no poste e ainda um penalti claro que só não viu quem não quis (o
Tiago Almeida cortou a bola com a mão dentro da área que ia em direcção à
baliza, penalti claro que ficou por marcar e além disso teria de ser
expulso pois já tinha um amarelo e seria o segundo). O Comércio acabou por
fazer o golo na primeira vez que foi à nossa baliza. Na segunda parte arriscámos
mais ainda e continuámos a criar situações de golo, umas atrás das outras, mais
bolas nos postes e golos falhados. Enfim o futebol tem destas coisas e
quem não marca sofre, foi o que aconteceu aqui na Verderena. Só nos podemos
queixar de nós próprios por este resultado, não pela exibição - pois fizemos um
bom jogo e os meus jogadores estão todos de parabéns - mas sim pela
falta de eficácia da nossa parte. Não tenho hábito de falar das
arbitragens mas hoje ficaram por marcar dois penaltis claros a nosso favor. Não
sei o que se passa, mas tem acontecido várias vezes durante a época, talvez
pela cor do nosso equipamento. Parabéns ao Comércio pela vitória. Continuamos só a depender de nós”.
CARLOS
RIBEIRO, treinador do Com. Indústria:
“Fizemos
um grande jogo em termos defensivos mas também fomos bafejados pela sorte”
“Foi
um bom jogo disputado por duas equipas com estratégias bem diferentes. Nós mais
dispostos a defender porque jogávamos em casa do líder. Batemo-nos com galhardia
e nas três vezes que fomos à baliza adversária fizemos um golo. Não somos
culpados do adversário ter tido pouca eficácia. De facto criou muitas situações
de golo mas não finalizou. Sei muito bem colocar-me do lado contrário e nesta
altura podia dizer que a minha estratégia resultou em pleno e que os meus
jogadores fizeram o que eu pedi. Na verdade eles fizeram um grande jogo em
termos defensivos mas também é um facto que fomos bafejados pela sorte. Fizemos
tudo para segurar os três pontos com as duas mãos e acho que merecemos
sobretudo por aquilo que fizemos em termos defensivos. O adversário não tem o
mesmo pensamento mas nós ficámos muito satisfeitos não só pelo que fizemos mas
também por aquilo que passámos ao longo da semana e que nos obrigou a
apresentar hoje apenas 15 jogadores, sem guarda-redes suplente, porque houve
jogadores que tive que desconvocar em cima da hora do jogo. O clube está a
passar por alguns problemas a nível de direcção aos quais a equipa é alheia e
os jogadores estão de parabéns porque conseguiram ficar alheios a esse facto.
Não temos nada a ver com o que se passa a nível directivo mas sim com o clube
que representamos sempre da melhor maneira. Por isso, esta vitória é dedicada
aos meus jogadores e a todas as pessoas que continuam a apostar neste grupo de
trabalho”.
FICHA DO JOGO
Jogo no Campo da Verderena,
no Barreiro
ÁRBITRO:
Paulo Barradas (Núcleo do Pinhal Novo), auxiliado por Jorge Sinquenique e André Loução
BARREIRENSE:
Kevin; Carlos André, Bruno Costa, Fragoso, Bailão; Crisanto, Maside (Danilo,
82’), David Pinto (Mauro, 70’); Ruben Guerreiro, Amadeu e Fabrício (Capitão-Mor,
45’).
TREINADOR:
Pedro Duarte
COM. INDÚSTRIA: Bonifácio; Cacela, Samuel, Filipe, Madruga; Nuno Pereira, Paulo Vinícius, Diogo (Luís Costa, 60’), Daniel Baião (Miguel Baião, 90+1’); Tiago Almeida e Gonçalo. (Bruno Gonçalves, 90+1’),
TREINADOR: Carlos Ribeiro
Ao intervalo: 0-1
Golos:
0-1, Gonçalo (45+1’)
Disciplina:
cartão vermelho para David Pinto depois do jogo ter terminado