Contra-ataque
foi a arma secreta do Charneca de Caparica…
Arrentela
foi melhor em termos de jogo jogado mas isso de nada valeu
O
Charneca de Caparica que se deslocou à Arrentela venceu a equipa local por 2-0
e saiu da zona de perigo por troca com o Olímpico do Montijo que perdeu em
Cacilhas com o Beira Mar de Almada.
O
Arrentela, com a derrota sofrida, ficou numa posição muito complicada não só
pelo facto de se encontrar em último lugar mas também porque viu aumentar a
diferença em relação às equipas que estão à sua frente; ou seja, ficou agora
com menos quatro pontos que o Palmelense, menos nove que o Beira Mar de Almada,
menos dez pontos que o Olímpico do Montijo e menos onze que o Charneca de
Caparica.
Nesta
partida o Arrentela até esteve melhor que o seu adversário em termos de futebol
praticado, de domínio exercido e na quantidade de oportunidades criadas mas
isso de nada valeu porque o Charneca de Caparica foi uma equipa mais objectiva
e mais eficaz porque concretizou praticamente todas as ocasiões que teve
através de contra-ataques venenosos que foram na realidade mortíferos.
A
primeira parte foi inteiramente dominada e controlada pela equipa da casa mas
quem foi para o intervalo em vantagem foi o Charneca de Caparica mercê de um
golo marcado por Paulo Costa, aos 10 minutos, numa acção de contra-ataque
desenvolvida por Pedro Santos que assistiu de forma perfeita o seu companheiro
de equipa.
Apesar
de surpreendido de forma inesperada com um golo sofrido nitidamente contra a
corrente de jogo, o Arrentela continuava a mandar no jogo e foram várias as
oportunidades desperdiçadas, uma aos 12 minutos com Pedro Martins num livre a a
obrigar Jesus a defesa para canto; aos 21 por Fábio Geia para nova defesa do
guarda-redes contrário e aos 45+1’ por Luís Almeida num cabeceamento que saiu
ligeiramente ao lado. Neste período, para além do golo que marcou, o Charneca
apenas por uma vez chegou com algum perigo junto da baliza à guarda de Ricardo
Rolo, por volta dos 40 minutos.
Na
segunda parte o jogo foi mais dividido porque o Charneca corrigiu alguns
pormenores mas apesar disso era o Arrentela que continuava com o sinal mais e
aos 61 minutos o empate esteve à vista num remate de Mauro Correia que atirou
ao poste depois de se ter isolado. Não marcou o Arrentela mas marcou o Charneca
e novamente num lance de contra-ataque iniciado ainda no seu meio campo. Pedro Santos
ganhou a bola, ultrapassou a linha divisória, entrou no meio campo adversário,
aproximou-se da grande área mas permitiu a defesa de Ricardo Rolo, a bola
sobrou depois para Ivan que na recarga atirou a contar fixando assim o
resultado final em 2-0, a seu favor, numa altura em que o Arrentela jogava
apenas com 10 unidades por lesão de Júlio Dias, já depois de efectuadas as três
substituições.
Na
próxima jornada o Arrentela volta a actuar no seu terreno onde recebe o Alfarim
e o Charneca de Caparica será também anfitrião do Grandolense.
A
OPINIÃO DOS TREINADORES
ANDRÉ BRANCO,
treinador do Arrentela:
“O
jogo não correu da melhor forma para nós. Desde que peguei na equipa nunca tive
um jogo com tantas oportunidades de golo. Falhámos o nosso objectivo porque não
fomos eficazes no momento da decisão. Eles no contra golpe fizeram os golos e
ficaram mais tranquilos. A nossa situação ficou mais complicada mas nós já
sabíamos que ia ser difícil. É certo que ainda faltam 13 jornadas mas contra um
adversário directo deveríamos ter pontuado. Não conseguimos, como já disse,
porque pecámos bastante na finalização. Tivemos bastantes bolas na cara do
guarda-redes mas não conseguimos concretizar e quem não marca acaba por sofrer.
Foi o que aconteceu connosco”.
ÉLIO SANTOS,
treinador do Charneca de Caparica:
“Para
nós esta foi uma vitória muito importante”
“Foi
um jogo com duas partes distintas. Na primeira, o Arrentela foi a única equipa
em campo porque jogou bastante bem e tentou a todo o custo chegar ao golo. Nós
sabíamos que se eles marcassem primeiro iria ser muito difícil. Mas, de facto,
acabámos por se felizes e fomos nós que nos colocámos em vantagem na única
fragilidade defensiva do adversário que ficou assim mais intranquilo. A nós
também já nos aconteceu situações como esta. Como disse na primeira parte só
houve Arrentela, nós limitámo-nos a defender e fazer um ou dois contra-ataques.
Na segunda parte entrámos com uma atitude diferente mas com o Arrentela também
a querer chegar ao golo. Nós, com as alterações que fizemos, conseguimos
equilibrar e a pouco e pouco fomos pegando no jogo porque sentíamos que o
adversário estava a ficar com menos capacidade de reacção. O facto de termos
ficado em superioridade numérica por lesão de um adversário deu-nos mais
tranquilidade e o segundo golo apareceu logo a seguir. Depois até ao fim foi só
gerir a vantagem. Para nós esta foi uma vitória muito importante. Deixo aqui
uma palavra de apreço para este clube que representei como jogador durante três
anos e onde fui muito feliz porque fui campeão de um Campeonato Reservas.
Espero que se consiga manter porque é um clube que faz falta à 1.ª divisão e
tem excelentes instalações”.
FICHA DO JOGO
Jogo
no Complexo Desportivo da Boa Hora, em Arrentela
ÁRBITRO: Marco Machado
(Núcleo de Santiago do Cacém), auxiliado por Quintas Pereira e Rodrigo Pereira
ARRENTELA: Ricardo Rolo; Júlio Dias, Pedro
Martins, Márcio Duro (Bernardo, 63’), Bruno Almeida; Nuno Ferreira, Ruben
Alexandre, Daniel Graça (Fábio Santos, 45’), Tiago Amaral, Luís Almeida e Fábio
Geia (Mauro Correia, 35’).
Suplentes
não utilizados: Ricardo Freitas, Joel Correia, Edmilson e Elvis
TREINADOR: André
Branco
CHARNECA DE
CAPARICA:
Jesus; Leston, Davitson (Ivan, 67’), André Antunes, Rafa; Santiago, Fabinho, Fred
(Hadil, ex-B. Mar Almada, 53’); Pedro Santos, Paulo Costa e Serginho (Elias,
62’).
Suplentes não
utilizados:
Jeny, Cláudio, Pombeiro e Jackson
TREINADOR: Élio Santos
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: 0-1, Paulo
Costa (10’); 0-2, Ivan (83’)
Disciplina: cartão amarelo
para Santiago (19’), Márcio Duro (54’), Pedro Santos (68’), Ruben Alexandre (73’),
Hadil (80’), Jesus (86’) e Tiago Amaral (89’).