TREINADOR PORTUGUÊS JÁ CONSEGUIU DUAS SUBIDAS DE DIVISÃO
Diogo Nobre, de 28 anos, natural de Corroios, é um treinador de sucesso na Finlândia.
Começou a trabalhar no Peimari United em 2012 com o clube no sexto escalão do futebol finlandês. Depois, nos dois anos seguintes conseguiu outras tantas subidas de divisão e para esta época [a quarta ao serviço do clube] o objectivo é o mesmo.
Sob o seu comando e dos seus adjuntos, Hugo Henriques e André Miranda, têm trabalhado vários jogadores portugueses oriundos sobretudo de clubes da Margem Sul do Tejo, como é o caso de Adimar que jogou no C. Piedade e Beira Mar de Almada e que vai cumprir a sua terceira época no clube; Pedro Cardoso que actualmente defende as cores do Alcochetense; Jardel que está no Sesimbra; Gonçalo Cruz presentemente a jogar no Pinhalnovense. E esta época para colmatar as saídas de Pedro Cardoso e Jardel foram asseguradas as presenças de Gerson Lima, guarda-redes que alinhava no Operário de Lisboa e de Ju que o ano passado jogou na 1ª liga do Bangladesh mas antes havia representado o Fabril, Amora e Pinhalnovense.
No arranque da nova época desportiva falámos com Diogo Nobre no sentido de dar conta do seu trabalho e dar a conhecer os seus objectivos para 2015 não só no futebol sénior mas também no futebol mais jovem do qual é também o principal responsável e ficámos então a saber algumas ideias novas que implementou para tentar captar mais aderentes para a modalidade num país em que o futebol não é de forma nenhuma o desporto rei devido muito provavelmente às raízes culturais das suas gentes e ao rigor do Inverno que se faz sentir naquelas paragens.
“Queremos fazer história na Taça Nacional”
Equipa prepara-se para mais um jogo... |
Está preparado para o arranque de mais uma época desportiva?
“As expectativas são altas”
Quais são as perspectivas para este ano?
O principal objectivo é ser campeão da 4.ª divisão para assim conseguirmos as tão desejadas três subidas consecutivas, que foi sempre o nosso grande objectivo desde 2012. Poderá concretizar-se este ano. As expectativas são altas porque se conseguirmos subir à 3.ª divisão, vamos finalmente entrar nos escalões “semi-profissionais”, onde irá começar a segunda fase no nosso projeto, em que teremos de reformular objectivos e reunir mais apoios, para depois ser possível “atacar” os campeonatos profissionais que é o nosso objectivo final. O clube tem que estar sempre em progressão. Vamos também dar o nosso melhor para tentar sermos um sério candidato a vencedores da taça regional, troféu que sabemos ser difícil conquistar porque nele competem equipas de divisões superiores. Esta é uma grande aposta pessoal porque conheço bem as equipas participantes e sei que temos capacidade para poder ambicionar qualquer coisa nesta competição. Na Taça Nacional, tal como já referi, estamos a tentar causar uma surpresa, dando o melhor em cada jogo, mas com os pés bem assentes na terra. Temos tido a oportunidade de estudar bastante os adversários para prepararmos a nossa jovem equipa no sentido de dar o seu melhor contra outras teoricamente melhores e com mais experiência.
“Ju (ex- Fabril, Amora e Pinhalnovense) é o mais recente reforço”
Ju, na altura em que representava o Amora |
Em relação a jogadores há mais portugueses na equipa?
“A grande novidade deste ano é o futebol de rua”
E quanto às camadas mais jovens há também novas ideias e novos projectos?
Quanto às camadas jovens estamos numa altura de “transição”. Assegurámos a aquisição definitiva do nosso terceiro treinador português, André Miranda, que junto com o Hugo Henriques estão a fazer um bom trabalho em construir equipas mais competitivas para tentar subir uma divisão em todos os escalões e tentar quadros competitivos mais exigentes, seguindo o bom exemplo dos seniores. A transição que falo tem a ver com os nossos miúdos perceberem finalmente que podem ir mais longe, adquirindo uma mentalidade mais competitiva e que tudo é possível no futebol, sendo eles próprios responsáveis pelo seu desenvolvimento e performance. Quando chegámos havia muito a síndrome de “miúdos da aldeia”, que iam jogar contra as equipas de Turku [a grande cidade próxima] e amedrontavam-se, para além de faltarem muitos aos treinos. Neste momento estas situações estão a desaparecer aos poucos. Mas a grande novidade deste Inverno, foi o projeto que chamámos “Street football” (futebol de rua) que está a cativar todas as equipas. Esta ideia nasceu depois de percebermos que, mesmo com as nossas equipas a praticarem um bom futebol, havia uma grande falta de criatividade no processo ofensivo em relação ao que estamos habituados em Portugal e no meu caso mais propriamente na Margem Sul. Depois de pensar muito no assunto percebi que no meu tempo os miúdos desenvolviam fintas e outras coisas novas através do futebol de rua, sem treinadores a chatear. O problema era como trazer isso para um país em que no Inverno há temperaturas negativas e que no Verão tem demasiados divertimentos porque a capacidade económica assim o permite.
“Daqui a alguns anos vamos ter jogadores seniores mais criativos”
Inovação: balizas baixas para a bola nunca “sair do chão” |
E como é que conseguiu ultrapassar esse problema?
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