1.ª DIVISÃO DISTRITAL»» MONTE DE CAPARICA 4 ALMADA 3

A cinco minutos do fim o Monte de Caparica ganhava por 4-1…

Emoção e golos foi coisa que não faltou no Campo Rocha Lobo

Teve um final verdadeiramente emotivo o encontro realizado no campo Rocha Lobo entre o Monte de Caparica e o Almada, a contar para a 10.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão.

Na verdade quando aos 85 minutos o Monte de Caparica chegou aos 4-1 por certo poucos estariam à espera que o resultado pudesse chegar à diferença mínima porque o Almada que estava em desvantagem jogava apenas com 10 jogadores. Foram de facto momentos emocionantes num jogo que se tornou impróprio para cardíacos.

Depois de ouvirmos os treinadores parece não restarem dúvidas que foi o Almada que começou melhor mas curiosamente quem se veio a adiantar no marcador foi o Monte de Caparica que saiu para o intervalo a ganhar por uma bola a zero com um golo marcado por Rúben Braga.

Na segunda parte o Almada entrou com vontade de dar a volta ao marcador mas a expulsão de Mauro veio a complicar bastante a tarefa. O Monte de Caparica aproveitou bem o facto e num curto espaço de tempo chega ao 3-0, com mais um golo de Rúben Braga e outro de Heta. As coisas estavam a correr bem para a equipa comandada por José Meireles mas o Almada conseguiu reduzir numa grande penalidade cobrada por Martin Reier, aos 83 minutos e as coisas começaram a aquecer em termos de emoção porque dois minutos depois o Monte de Caparica chegou ao 4-1, de novo por Rúben Braga, que assinou assim um hat-trick na partida. Pensava-se então que tudo estava resolvido mas foi pura ilusão porque o Almada, mesmo jogando em inferioridade numérica desde os 51 minutos, nunca desistiu do jogo e acabou por chegar ao 4-3 com dois golos de Suelves marcados aos 88 e 90+3’.

No final do jogo José Meireles considera justa a vitória da sua equipa que até poderia ter saído com um resultado mais expressivo enquanto Filipe Celikkaya aponta o dedo ao árbitro que empurrou o Almada para trás sempre que pôde.

Na tabela classificativa as duas equipas encontram-se separadas apenas por um ponto com vantagem para o Monte de Caparica que ocupa a sétima posição, encontrando-se o Almada em oitavo lugar.

Na próxima semana o campeonato sofre uma paragem devido à quadra de Natal e Ano Novo. No regresso a 4 de Janeiro, o Monte de Caparica desloca-se a Cacilhas para defrontar o Beira Mar e o Almada, que também joga fora de casa, actua em Alfarim.

Entretanto, no domingo, a contar para a Taça AF Setúbal, o Almada recebe o Grandolense, no Pragal .

A OPINIÃO DOS TREINADORES:

JOSÉ MEIRELES, treinador do Monte de Caparica:

“Se não fosse a desconcentração final a vitória poderia ter sido mais expressiva”

“Acho que assistimos a uma boa partida de futebol, nem sempre bem jogada mas bastante esforçada por ambas as equipas que optaram por colocar um ritmo muito alto durante todos os 98 minutos que a partida durou. Na minha opinião a vitória é totalmente justa e, não fosse a desconcentração final, o resultado poderia ter sido mais expressivo. Mas o importante eram os três pontos e eles foram conseguidos.
Entrou melhor o Almada, no entanto no seguimento de um lance trabalhado conseguimos chegar ao golo e colocámo-nos em vantagem. Após o golo a minha equipa deu a iniciativa ao adversário, passou a sair em rápidos contra ataques e por duas vezes poderíamos ter mesmo aumentado a contagem. Ao intervalo, acertámos posições, fizemos uma alteração e a estratégia resultou porque fomos nós que entrámos melhor no jogo. O Almada passou a ter dificuldades em segurar os nossos ataques rápidos e não foi com estranheza que aos 64’ e 72’ viéssemos a aumentar a contagem, com um golo de Ruben que finalizou de cabeça um bom lance de Heta e outro de Heta num pontapé cruzado que não deu qualquer hipótese ao guarda-redes almadense. A partir daqui a minha equipa descansou sobre o resultado e aos 83’ sofreu um golo de penalti. Conseguimos reagir de imediato e, aos 85’, Ruben fez o seu terceiro golo na partida. Depois, dois erros infantis cometidos pelo nosso sector mais recuado que permitiram mais dois golos ao adversário, aos 88 e 90+2’, poderiam ter colocado todo o trabalho em risco, mas acabámos por vencer que foi o mais importante. Parabéns, aos meus jogadores porque souberam recuperar do desaire da semana passada. Quanto à equipa de arbitragem pareceu-me que esteve em bom plano, cometeram erros como os jogadores e os treinadores também cometeram mas não tiveram qualquer influência no resultado. Quero aproveitar a oportunidade para desejar a todos os amantes do desporto rei um Feliz Natal”.


FILIPE CELIKKAYA, treinador do Almada:

“Com a expulsão do Mauro e com a ajuda do árbitro tudo se tornou mais complicado”


“Sem desrespeitar o Monte, na primeira parte apenas vi uma equipa a querer jogar e a criar situações claras de golo. Sabíamos perfeitamente que o Monte de Caparica ia optar por fazer quase sempre um jogo prático para a sua linha ofensiva, tentando criar perigo através de lançamento laterais, remates fora de área ou livres, em qualquer zona do campo. Nos primeiros oito minutos podíamos ter marcado três golos e acabámos por sofrer um através de um lançamento lateral [algo que estávamos avisados], numa falha de marcação. No minuto seguinte, temos outra oportunidade clara e mesmo assim não conseguimos marcar. Fomos para o intervalo com a sensação clara de que poderíamos ganhar o jogo. Na segunda parte entrámos com vontade de dar a volta ao resultado e logo no segundo minuto tivemos a oportunidade para fazer o empate, só com o guarda-redes pela frente. O Monte de Caparica também rematou à trave. Logo a seguir, dá-se a expulsão de Mauro e com menos um jogador em campo tudo se tornou maís difícil e com a ajuda do árbitro Fábio Varanda ainda pior. Empurrou o Almada para trás sempre que pôde, e digo isto por ter a possibilidade de ver a gravação do jogo, logo após o mesmo. Valia tudo, chutar a bola contra a parede, para fora, faltas na área. O Almada não se importa de fornecer ao árbitro o vídeo do jogo, como já fizemos com outros, para reflectirem sobre a sua actuação. Será melhor para todos com certeza. Ainda conseguimos marcar três golos com menos um jogador e isso é de louvar, pela atitude e entrega de todos. Sabemos muito bem o que temos de melhorar, e acredito que foi um dia menos bom, algo que acontece no futebol. Já pensamos no próximo jogo com o Grandolense para os quartos-finais da Taça. Parabéns ao Monte pela vitória”.



FICHA DO JOGO

Jogo no Campo Rocha Lobo, no Monte de Caparica
ÁRBITRO: Fábio Varanda (Núcleo do Barreiro)

MONTE DE CAPARICA: Nuno Contradança; Aguilar, Albasini, Pedro, Heta; Austrelino, Bambo (Rarion, 85’), José João; Fábio (Cruz, 45’), Lino (Miguel, 75’) e Ruben Braga.
TREINADOR: José Meireles


ALMADA: João Marreiros; Mauro, Ião, Mareco, Chico; Martin Reier, Jota (Chaves, 45’), João do Carmo; Luisinho (Paul, 45’), Flávio (Suelves, 64’) e Willians.
TREINADOR: Filipe Celikkaya

Ao intervalo: 1-0
Marcador: 1-0, Ruben Braga (7’); 2-0, Ruben Braga (64’); 3-0, Heta (72’); 3-1, Martin Reier (83’) gp; 4-1, Ruben Braga (85’); 4-2, Suelves (88’); 4-3, Suelves (90+3’).
Disciplina: Cartões; Mauro (32 e 51’); Ruben (66’); Martin (67’); José João (70’); Albasini (75’); Nuno Contradança (82’). Cartão vermelho, por acumulação, para Mauro (51’)