Na Medideira houve taça e o Amora ganha estatuto de tomba-gigantes
O Amora [da 1.ª divisão da AF Setúbal], foi uma das grandes sensações da segunda eliminatória da Taça de Portugal ao afastar da competição o U. Madeira por 3-2 no prolongamento, depois de 2-2, no final do tempo regulamentar.
Para o Amora foi sem dúvida alguma um resultado excelente e uma exibição muito bem conseguida sobretudo pela forma inteligente como soube abordar o jogo. De facto, a equipa orientada por Pedro Amora sabendo que o adversário era de respeito começou por jogar com as linhas baixas dando a iniciativa de jogo ao adversário para depois esperar por ele à entrada da área e aproveitar uma ou outra situação de contra-ataque que pudesse surgir, como aliás veio a acontecer aos 10 minutos quando Paulo Tavares deu para Rigor que falhou o alvo por pouco. A equipa madeirense que tinha muita bola mas sem efeitos práticos apenas por volta dos 30 minutos criou algum frisson junto à baliza à guarda de Madureira, primeiro por Miguel Fidalgo e depois por Talles. O tempo ia passando e quando o intervalo chegou o marcador estava ainda em branco.
Na segunda parte o Amora entrou muito bem no jogo e o U. Madeira foi obrigado a recuar para o seu meio campo, sendo de realçar neste período um lance em que Paulo Tavares [que fez um belíssimo jogo] falhou por pouco o golo para o Amora. Os insulares reagiram e Élio Martins por duas vezes também esteve à beira de marcar. A resistência do Amora durou precisamente 66 minutos altura em que acabou por sofrer o primeiro golo fruto de um alívio mal feito que deixou a bola nos pés de Ayrton que abriu o activo, numa altura em que o treinador do U. Madeira se preparava para lançar em jogo os pesos pesados que estavam no banco [Mendy e Ruben Andrade]. Com a obtenção do golo os planos de Vítor Oliveira mudaram e quem acabou por entrar foram outros jogadores. Pensava-se então que o assunto poderia estar já arrumado mas foi pura ilusão porque Pedro Amora resolveu arriscar mais com as entradas de Nascimento e Formiga e aos 85 minutos aconteceu o empate num livre directo cobrado de forma soberba por Balela que não deu qualquer hipótese ao guarda-redes Rafael Alves. O público na bancada vibrava com o golo da igualdade mas os festejos duraram pouco porque três minutos depois os madeirenses estavam de novo em vantagem. O encontro aproximava-se do fim e as esperanças eram já remotas mas o querer, a vontade e a garra dos jogadores que acreditaram sempre até ao fim acabaram por ser determinantes na obtenção do seu golo precisamente no último minuto da compensação, forçando assim o prolongamento, que por si só já era um justo prémio para o Amora.
Vítor Oliveira que estava descontente com a prestação da sua equipa fez entrar Mendy para a frente de ataque mas quem veio a marcar foi o Amora por Formiga que correspondeu da melhor forma de cabeça a um pontapé de canto cobrado da esquerda por Carlitos. O público afecto à equipa da casa rejubilou porque o Amora estava finalmente à frente do marcador e muito próximo de carimbar o passaporte para a próxima eliminatória da prova rainha do futebol português como de resto veio a acontecer. Os últimos minutos foram de assédio da equipa madeirense mas esta que jogava de forma desesperada mais com o coração que com a cabeça não conseguiu o que queria e acabou por ser eliminada por uma equipa que esteve sempre em grande nível.
A FESTA DOS JOGADORES NO BALNEÁRIO...
Vídeo de Nelson Patriarca
TREINADORES:
Pedro Amora (Amora):
“Fomos muito rigorosos e disciplinados e acabámos por ser compensados por isso”
“Sabíamos que era difícil porque íamos defrontar uma equipa profissional mas não escondo que nos nossos sonhos passava sempre uma réstia de esperança. Houve uma grande entreajuda entre os vários sectores, fomos muito rigorosos e disciplinados e acabámos por ser compensados por isso. Na 2.ª parte quando ficámos em desvantagem não tivemos medo, jogámos de olhos nos olhos, colocámos em campo dois pontas de lança e acabámos por ser felizes. Acho que fomos justos vencedores porque não é fácil uma equipa do distrital recuperar por duas vezes a desvantagem quando estava a defrontar um adversário da segunda liga com pretensões de subir à primeira. Estamos todos de parabéns”.
Vídeo: Nelson Patriarca
Vítor Oliveira (U. Madeira):
“A vitória do Amora é justa pela forma valente como abordou o jogo"
“Não estava à espera deste desfecho. Mas, a vitória do Amora acaba por ser justa pela forma valente como abordou o jogo ao contrário do U. Madeira que foi displicente. Somos efectivamente melhores porque a diferença de qualidade entre as equipas é grande e estivemos por duas vezes em vantagem só que não tivemos a mesma determinação e vontade que o adversário. O Amora quando se apanhou em vantagem fez aquilo que nós deveríamos ter feito defender o resultado com unhas e dentes. Passou a eliminatória com todo o mérito”.
FICHA DO JOGO
3 AMORA
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U. MADEIRA 2
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Estádio da Medideira, em Amora
Árbitro: Nuno Almeida (Algarve)
Auxiliares: Luís Ramos e Pais António
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EQUIPAS
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Madureira
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Rafael Alves
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Balela
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Carlos Manuel
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Alex
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André Vinicius
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André Freire
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Zarabi
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Jandir
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Diogo Coelho
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Ricardo Rigor
(Formiga, 80’)
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Jota
(Zé Luís, 73’e Mendy (90’)
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Miguel Abreu
(Nascimento, 69’)
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Babo
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Hugo Graça
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Élio Martins
(Leandro Bispo, 75’)
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Tiago Lacão
(André Dias, 94’)
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Ayrton
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Carlitos
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Talles
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Paulo Tavares
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Miguel Fidalgo
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TREINADORES
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Pedro Amora
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Vítor Oliveira
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Ao intervalo: 0-0
Marcador: 1-0, Ayrton (66’); 1-1, Balela (85’); 1-2, Miguel Fidalgo (88’); 2-2, Nascimento (90+3’); 3-2, Formiga (97’).
Disciplina: cartão amarelo para directo para Miguel Abreu (19’), Élio Martins (33’), Ricardo Rigor (55’), André Freire (61’), Alex (70’), Ayrton (90+3’), Miguel Fidalgo (92’), Zarabi (99’), Hugo Graça (110’), Jandir (117’), Madureira (118’), Mendy (118’), Formiga (119’), André Dias (120+1’)
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