FUTEBOL»» Quatro jogadores da região transferidos para a Figueira da Foz - JORNAL DE DESPORTO

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sexta-feira, 4 de julho de 2014

FUTEBOL»» Quatro jogadores da região transferidos para a Figueira da Foz

Nhaga e Brito (Arrentela), Elias (B. Mar Almada) e Gonçalo Carvalho (C. Piedade)

Pedro Paiva explica por que razão a Naval está
a contratar jovens jogadores do distrito de Setúbal

A contratação de vários jogadores da nossa região por parte da Naval 1.º Maio, actualmente a disputar o Campeonato Nacional de Seniores, tem causado alguma sensação e ao mesmo tempo alguma estranheza.

Com o objectivo de procurar esclarecer por que razão isto está a acontecer, o nosso jornal foi ao encontro do director para o futebol profissional do clube, Pedro Paiva, um jovem de apenas 21 anos, natural de Corroios.

Para além de explicar a situação, Pedro Paiva falou também da sua carreira de treinador, dos objectivos do clube para a nova época desportiva e dos seus anseios em relação ao futuro.

“Não se pode avaliar competências
olhando apenas para o Cartão do Cidadão”

Como é que o Pedro Paiva surge na Naval 1.º Maio?
O Pedro Paiva surge na Naval 1.º Maio em Janeiro. Na altura, era treinador dos iniciados A [Sub 15] do Ginásio Clube de Corroios. O convite surgiu através de um empresário que me falou na hipótese de integrar a equipa técnica da Naval, também ela jovem. Fiquei bastante motivado e depois como já conhecia o Tiago [treinador principal] foi fácil tomar a decisão.

Na época passada foi treinador de guarda-redes e esta época surge como director do futebol profissional. Quais as razões para a mudança?
Penso que esta é uma boa altura e talvez mesmo a oportunidade certa para esclarecer a questão do "treinador de guarda-redes". A Naval, na época passada tinha uma limitação orçamental no que dizia respeito à equipa técnica, pelo que se procurou alguém com conhecimento e experiência como treinador, mas que estivesse disposto também a trabalhar com os guarda-redes. Não foi fácil para mim, mas achei que era mais um desafio e assim foi. As minhas funções na época passada iam muito mais para além do treino de guarda-redes. Esta época passei a exercer as funções de director do futebol profissional, que implicam tudo o que é coordenação do mesmo, porque, infelizmente, não há capacidade para recrutar mais pessoal. Isto surge no contexto da Naval como uma necessidade identificada da época anterior. As pessoas reconheceram em mim competência para exercer as funções e eu decidi assumir confiante em fazer um bom trabalho.

Trata-se de um cargo com enorme responsabilidade para um jovem de apenas 21 anos. Está devidamente preparado para levar por diante a sua missão?
Sem dúvida que é. Seria muito mais fácil fazê-lo num outro clube porque a Naval atravessa a pior crise da sua história e está praticamente isolada da cidade. Mas isso, dá-me ainda mais motivação. Para o bem e para o mal, o que fizer neste Clube terá uma visibilidade muito maior do que se o fizesse na esmagadora maioria dos clubes desta divisão e isso representa também um risco acrescido. Com o orçamento disponível aumenta também o grau de dificuldade da tarefa. Se estou preparado só o tempo o poderá dizer, quem gere o clube acredita que sim e eu também. A verdade é que quem cá esteve antes era bem mais experiente e o clube hoje está como está. Não se pode avaliar competências olhando apenas para o Cartão do Cidadão.

“A seguir ao Porto e Lisboa
Setúbal surge na primeira linha”

A Naval tem contratado vários jogadores da margem sul do Tejo. O facto de ser natural desta região [Corroios] tem pesado na escolha?
Não tem nada a ver uma coisa com a outra mas sim com a qualidade existente no distrito de Setúbal. Penso que a seguir a Porto e Lisboa, Setúbal surge numa primeira linha. Facto que está sobretudo associado à qualidade existente na formação que se faz no distrito de Setúbal. Trabalha-se muito bem nessa região. Ainda a época passada o Beira-Mar de Almada subiu à 1ª Divisão Nacional em Juniores e o Cova da Piedade também fez um Nacional de Juvenis muito interessante.

As aquisições já estão todas feitas ou ainda poderá haver novidades, nomeadamente em relação a jogadores desta região?
O plantel ainda não está fechado, mas nesta fase já temos claramente identificados os potenciais alvos. No que diz respeito a jogadores da região de Setúbal posso dizer que existe mais uma ou duas possibilidades que poderão ficar consumadas nos próximos dias. Depois, virão também alguns jogadores realizar alguns testes de observação.

Por aquilo que é dado observar o clube está a apostar sobretudo em jovens. Há alguma razão especial para isso?
Sim. A estratégia é um pouco semelhante à que existiu desde que cheguei à Naval em Janeiro. Queremos um plantel jovem, com margem de progressão. Jovens que sejam ambiciosos e queiram fazer do futebol a sua profissão, investindo na sua carreira. A época passada saiu o Nani [que veio em Janeiro do Desportivo de Portugal], para o Trofense e este ano já é público que o Leo Ndjengo seguiu o mesmo caminho. Sei também de outros que estão para assinar por clubes da II Liga e por clubes do CNS que apresentaram valores superiores aos nossos. A nossa aposta é clara, recrutar jovens, na sua maioria oriundos dos distritais, valorizá-los e permitir que eles continuem a progredir.

Qual é concretamente o objectivo da Naval para esta época desportiva?
O grande objectivo da Naval para esta época passa por garantir a manutenção no CNS fazendo uma época tranquila. É também objectivo fazer uma boa campanha na Taça de Portugal, tentando ir o mais longe possível. Isto em termos competitivos. Temos ainda o objectivo de reaproximar a Figueira da Foz à Naval, credibilizar a Naval e reestruturar o clube em termos logísticos e organizativos.

“A minha ambição é chegar
às Ligas Profissionais como treinador”

Depois de ter participado em diversos campeonatos da I e II Liga, o clube caiu no Campeonato Nacional de Seniores devido a problemas entretanto surgidos. Qual é o ponto da situação a esse respeito. Sente que o clube está a caminho da estabilidade?
A situação é muito delicada e também penso que não sou a pessoa mais indicada para abordar o tema. Houve entretanto um PER que foi aprovado e isso garante que nos próximos dois anos há a possibilidade da Naval se reestruturar do ponto de vista logístico e organizativo e começar a pensar em estabilidade. Mas a estabilidade no meu ponto de vista não passa só pelo presente, porque neste caso concreto é preciso começar já a pensar no futuro e antecipar o que virá daqui a dois anos. Mas como disse, não sou a pessoa mais indicada para falar sobre este assunto porque foge àquilo que são as minhas funções.


E as suas ambições pessoais, passam por chegar até onde?
Comecei com 18 anos no GC Corroios como treinador-adjunto e desde aí que a minha ambição é a mesma, chegar às Ligas Profissionais, em Portugal ou estrangeiro. Este ano vou ter a minha primeira experiência fora do campo, que poderá contribuir muito para a minha evolução. No entanto, continuarei a investir na minha formação como treinador, pois é nessa função que sou mais competente e é aquela que mais prazer me dá. Marco Silva foi director desportivo no Estoril, Vítor Oliveira no Leixões e Pedro Correia coordenador da formação no Leixões. Penso que não é isso que vai alterar os meus objectivos ou prejudicar a minha progressão como treinador.

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