C. PIEDADE»» Sérgio Bóris já prepara nova época desportiva

Clube já renovou com 11 jogadores

“A época 2013/14 foi desgastante
mas também uma época de sucesso”

Sérgio Bóris ficou satisfeito com o trabalho realizado...

O Clube Desportivo da Cova da Piedade terminou a fase de manutenção do Campeonato Nacional de Seniores em 5.º lugar; ou seja, numa posição que garantiu a sua continuidade na prova que era exactamente o grande objectivo. O caminho percorrido não foi fácil devido a várias situações que foram ocorrendo mas agora que a época terminou certamente ninguém tem dúvidas em afirmar que o trabalho desenvolvido foi fantástico e que em alguns casos até superou as expectativas, como foi o caso da vitória alcançada no Algarve sobre o Portimonense que ditou o afastamento da equipa algarvia da Taça de Portugal e também o jogo com o Gil Vicente a contar para a mesma competição que terminou empatado a zero, mesmo após prolongamento. Outro feito importante foi também a conquista da primeira edição da Taça Interdistrital [competição que coloca frente a frente os campeões distritais de Setúbal e Lisboa da época transacta].

Sérgio Bóris, o comandante das tropas e os seus guerreiros empenharam-se de forma tão abnegada que realizaram uma primeira fase quase brilhante. A segunda fase não foi tão boa mas no final todos puderam festejar, porque a batalha estava ganha. E, em consequência disso, surgiu o convite para continuar na orientação técnica da equipa.

Numa altura em que decorrem já os preparativos para a nova época, Sérgio Bóris aceitou o nosso convite para fazer o balanço daquilo que foi a época desportiva de 2013/2014 e, sem rodeios, como aliás é seu timbre, respondeu de forma franca e aberta a todas as questões colocadas.

“A quebra de resultados e os problemas com subsídios

aconteceram em alturas muito próximas”

Equipa que defrontou o Gil Vicente para  a Taça de Portugal

O C. Piedade cumpriu o seu objectivo que passava por assegurar a permanência no Campeonato Nacional de Seniores mas nesta fase final quase que corria o risco de ter que disputar a liguilha. Alguma vez chegou a temer o pior ou acreditou sempre na equipa?
Naturalmente que em determinada altura da época os números diziam que podíamos cair numa posição desconfortável mas a qualidade deste grupo e aquilo que tínhamos feito até então deram-nos sempre confiança que íamos atingir o objectivo

Depois de uma primeira fase muito boa seguiu-se uma segunda fase de menor rendimento, com resultados mais fracos. Por que razão isto aconteceu?
A nossa primeira fase foi de facto muito boa, período onde vivemos também as eliminatórias da Taça de Portugal. A segunda fase, foi de facto mais difícil, principalmente a segunda volta da segunda fase. As razões não há que esconder e é importante que todos reflictam no porquê de tal situação ter acontecido. Muitas lesões, o que nos levou a ter que jogar alguns jogos com dois e três juniores de início e embora exista qualidade nestes miúdos, este é um campeonato muito competitivo, onde a experiência, por vezes faz a diferença. Depois, houve outros problemas relacionados com os subsídios dos jogadores. Mas, parece-me que se alguém tem que explicar o que aconteceu nesse campo, não serei eu certamente. A verdade é que coincidência ou não, a quebra em termos de resultados e os problemas com subsídios, aconteceram em alturas muito próximas.

“A razão por que não foram substituídos

os jogadores que saíram chama-se euros”

Tiago Jorge foi uma baixa importante...

O plantel inicial já de si não era muito extenso, depois com a saída de alguns jogadores houve necessidade de fazer um reajustamento mas mesmo assim o grupo continuou a revelar insuficiências sobretudo na baliza (onde ficou com dois guarda-redes muito jovens) e no seu sector mais avançado (onde faltou sempre um homem-golo). Porque é que estas arestas não foram limadas, por não haver ninguém disponível ou por outros motivos?
Quem nesta divisão tem um orçamento como o nosso, tem duas hipóteses: ou trabalha com 15/16 jogadores e completa com juniores, ou vai pela organização, pelo colectivo, correndo o risco de não conseguir ter sucesso quando o colectivo falha. Foi um pouco isso que nos aconteceu esta época. No entanto, também acho que fomos infelizes em relação ao ponta de lança pelo facto de o Moisés se ter lesionado na primeira jornada e ter estado a época praticamente toda parado. Na baliza o Tiago em Dezembro saiu pelas leis de mercado. Apareceu um clube que lhe proporcionou jogar para outros objectivos e que pagava mais do dobro que nós pagávamos e ele naturalmente saiu. A razão que levou a que não tivessem tido substitutos, chama-se euros. Tentámos e falámos com Pedro Alves, Tecelão e Adolfo Leite para a baliza e com Nuno Gomes, Henrique Gomes, Jony, Nuno Moreira e Amadeu para a frente. Todos nos ouviram e todos demonstraram interesse no nosso projecto mas também todos tinham clubes que lhes ofereciam bem mais do que nós podíamos oferecer.

Agora que tudo terminou, há uma questão que se coloca. Sente-se satisfeito com o trabalho desenvolvido e com os resultados obtidos nas várias competições em que participou?
Sim, objectivamente digo-lhe que sim. Voltámos a conquistar todos os objectivos a que nos propusemos. Portanto, só podemos afirmar que embora tenha sido uma época muito desgastante, foi uma época de sucesso

Director desportivo Paulo Veiga mostra
a Taça Interdistrital

A massa associativa do C. Piedade em determinadas alturas mostrou-se descontente com o desempenho da equipa. Como é que viveu estes momentos mais críticos?
É preciso saber viver com isso. Nunca iremos agradar a todos, mas houve alturas em que ouvi determinadas coisas que só aceitei porque acredito que exista um total desconhecimento da realidade, por parte dessas pessoas. De qualquer forma é também importante referir que na "final" contra o Barreirense, que nos deu a manutenção, os sócios foram fantásticos e mesmo durante o tempo em que estivemos a perder mostraram sempre confiança na equipa. Aproveito a ocasião para agradecer também aos LOCAIS, uma claque nova mas que apoia como as melhores. Juntos fomos e seremos sempre mais fortes.


Em determinados círculos comentava-se por vezes que no final da época iria deixar o C. Piedade pelo facto de ter convites de outros clubes. Alguma vez chegou a equacionar essa hipótese?
Vivo de situações concretas, não de hipóteses e tudo o que se falou nunca passou de hipóteses. Portanto, o meu foco está totalmente virado para o clube que represento e com o qual quero voltar a realizar uma época positiva, desta vez em 2014/15.

“Já renovámos com 11 jogadores e temos

identificadas as posições que queremos reforçar”

Garantida que está a sua continuidade. Pergunta-se, em relação à próxima temporada vai haver muitas novidades?
Naturalmente, uns vão sair e outros vão entrar. É o normal nesta altura da época. O que posso adiantar é que neste momento já renovámos com 11 jogadores e que temos bem identificadas as posições que queremos reforçar e quem queremos contratar. Vamos ver o que conseguimos.

Há uma aposta mais forte da direcção em termos orçamentais ou a bitola mantém-se igual há da última temporada?
O orçamento será muito semelhante ao da época passada. A estratégia é que poderá mudar. Vamos construir um plantel mais curto que será complementado com alguns juniores que demonstraram qualidade e que pelo campeonato que fizeram merecem uma oportunidade. Naturalmente que ao reduzirmos o número de jogadores, teremos que pensar em construir um plantel mais versátil com jogadores que possam e tenham capacidade de fazer mais que uma posição. Avaliámos o que fizemos. Quantos jogadores tiveram um tempo de utilização considerável na época passada e quais foram os nossos jogadores mais, tentando perceber se havia características comuns nestes mesmos jogadores. Depois deste estudo, eu e a minha equipa técnica, entendemos que este ano deveríamos mudar a estratégia na construção do nosso plantel, jogadores versáteis, que por norma apresentem poucas lesões, com capacidade de sofrimento e grande envolvimento com os compromissos da equipa. Este é o perfil de plantel que queremos na próxima época e foi com base neste perfil que renovámos com alguns e que contrataremos outros, tendo como objectivo final apresentarmo-nos mais fortes e com mais argumentos na próxima época

Na "final" contra o Barreirense, os sócios foram fantásticos
porque mostraram sempre confiança na equipa... 

Para concluir, qual o balanço que faz da época desportiva de 2013/2014?
O balanço da época foi de forma geral positivo. Os objectivos definidos foram atingidos e quando é assim, tudo está bem. Os jogadores foram fantásticos e mesmo com alguns problemas que vivemos nos últimos meses foram sempre sérios e dedicados. Não posso deixar também de referir o comportamento e a dedicação do nosso director desportivo, o senhor Paulo Veiga que paulatinamente foi conquistando o seu lugar no grupo e na minha opinião se tornou na melhor aquisição da época, não só pelo que nos proporcionou, mas também pela disponibilidade demonstrada em cada dia. Ao contrário do que muitos fazem, ele fez sempre questão de reforçar o grupo quando os problemas apareceram.