ARBITRAGEM»» AF Setúbal tem mais 31 árbitros e 9 observadores

Foi o primeiro curso realizado em novos moldes

Conselho de Arbitragem entrega diplomas a novos árbitros

Foi numa sala repleta de público que o Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Setúbal procedeu à entrega de certificados aos formadores e diplomas aos novos árbitros e observadores de futebol e futsal, saídos do primeiro curso organizado sob a égide da Academia de Arbitragem.

Na cerimónia, que decorreu no auditório José Queluz da Junta de Freguesia de Corroios, estiveram presentes o presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Setúbal, Aníbal Guerreiro; presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Vítor Pereira; João Ferreira, em representação da APAF; Sousa Marques, presidente da AF Setúbal; e, Eduardo Rosa, presidente da Junta de Freguesia de Corroios, para além dos Núcleos de Árbitros de Futebol de Almada / Seixal, Barreiro, Pinhal Novo, Setúbal, Santiago do Cacém e Academia de Árbitros de Futsal da Margem Sul. Entre a assistência notava-se também a presença de Ezequiel Feijão, Lucílio Batista, António Costa, Bruno Esteves e Sílvia Domingos, entre outros.

Aníbal Guerreiro: “Conseguimos realizar

todas as acções previstas com a prata da casa”

“Para que este curso fosse tornado realidade e para que estivéssemos hoje aqui a entregar os diplomas a 23 novos árbitros que se iniciam na vertente do futebol, aos 8 de futsal, 5 observadores de futebol e 4 de futsal, foi preciso a disponibilidade de muita gente. Os módulos das diversas unidades curriculares exigiam pessoas com um determinado perfil mas felizmente conseguimos realizar todas as acções previstas com a prata da casa e com pessoal”, começou por referir Aníbal Guerreiro na abertura da sessão.
“Sendo a primeira vez que o curso se realiza nestes moldes, somos da opinião que a Academia deve reformular o número de jogos em que cada candidato deve actuar. 30 jogos no futebol e 15 no futsal é um número demasiado elevado porque causa transtorno aos conselhos distritais sob pena de sermos obrigados a limitar o número de candidatos porque vai retirar jogos a quem é árbitro. Na AF Setúbal os novos árbitros participaram em mais de 600 jogos no futebol e 100 no futsal. Foi difícil mas conseguimos levar a nau a bom porto. Só tenho que agradecer ao Diamantino Pires e ao Rui Macau que foram os nomeadores, ao Cabrita Silvestre que teve a incumbência de preencher todos os ficheiros que foram enviados para a Academia e aos coordenadores do estágio, Ezequiel Feijão, José Manuel Esteves e João Correia que foram incansáveis desde a primeira hora”, salientou também o presidente do Conselho de Arbitragem da AF Setúbal.

Bruno Esteves: “Cuidado com as redes sociais”

Bruno Esteves, árbitro da I Liga, convidado a falar deixou alguns conselhos e sugestões aos que agora estão a começar. “Quero dar-vos os parabéns por terem a coragem de entrar para este mundo porque a arbitragem é um desporto em que não se recebe palmas, troféu ou taças no fim dos campeonatos. A partir de hoje têm mais responsabilidades e devem pensar como árbitros; ou seja, nunca devem criticar publicamente um colega porque um dia mais tarde poderá haver também alguém a fazer o mesmo em relação a vocês. Porque somos um povo de redes sociais devem também ter muito cuidado em todas as exposições que fazem sobre a paixão que possam ter por um determinado clube, porque não sabem o futuro. Amanhã podem estar na I Liga e alguém que tenha guardado uma fotografia com um cachecol ou outra coisa qualquer de um determinado clube pode mais tarde por maldade publicar essa foto, da qual vocês provavelmente já nem se lembravam. Têm que ser seguros porque há sempre pessoas atentas aos vossos movimentos”.

Vítor Pereira: “a arbitragem do futuro

que tem que estar ligada ao século XXI”

“Gostaria de salientar o excelente desempenho que este Conselho de Arbitragem tem tido em levar por diante este curso inicial. Nós fomos acompanhando o processo e de facto foi exemplar o esforço, o empenho e a dedicação porque se tratava de um trabalho que obrigava a novas exigências visando a arbitragem do futuro que tem que estar ligada ao século XXI. Portanto, este foi um curso com uma nova aragem, novos métodos, novas fórmulas. É importante que a arbitragem acompanhe o futebol cuja evolução não tem nada a ver com o que se praticava há 15 ou 20 anos atrás. Temos que estar preparados ao mais alto nível. A reformulação do curso está a ser um sucesso e isso deve-se aos conselhos de arbitragem distritais que estão a colocar em prática este novo modelo”, afirmou entre outras coisas, Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF.

Sousa Marques: “Vocês são importantes

para reforçar os quadros da AF Setúbal”

“O futebol só pode ser melhor se a arbitragem também for melhor. O futebol não é composto só por 11 jogadores de cada lado mas também por bons treinadores, bons dirigentes e também por bons árbitros. Tenham a noção disto porque não é com craques sozinhos que se fazem equipas e não é com árbitros sozinhos, a quererem mostrar-se para a comunicação social, que se formam também bons árbitros. Esta formação de árbitros é muito mais exigente para todos porque tem mais horas e depois um estágio que os obriga, antes de serem árbitros, a desenvolver esta actividade. Se de tudo isto resultar mais e melhores árbitros, tanto melhor. Estamos aqui para trabalhar, para estar ao serviço do futebol em todas as suas vertentes e é por isso que aceitamos estes desafios. A arbitragem setubalense é riquíssima e tem história mas ultimamente tem vindo a perder espaço em termos de quantidade por isso entendo que vocês são importantes para reforçar os quadros da AF Setúbal que actualmente só tem dois árbitros ao mais alto nível [Bruno Esteves e Bruno Paixão]”, referiu o presidente da AF Setúbal, Sousa Marques, no seu discurso.

Marlene Ferreira, a primeira classificada do curso:

“Sei que tenho um longo caminho a percorrer”

Entre os 23 novos árbitros, destaque especial merece Marlene Ferreira, uma jovem de 15 anos, que no curso se classificou em primeiro lugar, entre todos os candidatos.
A jovem, que tem um irmão e um professor [Fábio Varanda] que são árbitros, disse ao nosso jornal que teve conhecimento da realização do curso na escola que frequenta [Escola Profissional Bento de Jesus Caraça]. “Achei interessante, inscrevi-me e estou a gostar”. O facto de ter ficado em primeiro lugar no curso deixou-a muito feliz porque viu o seu trabalho e o do seu tutor [João Jacob], reconhecido.
Marlene Ferreira que já dirigiu jogos de diversos escalões confessou à nossa reportagem que o seu objectivo passa por seguir a carreira de árbitro e se possível chegar a internacional. “Sei que tenho um longo caminho a percorrer mas com esforço acho que consigo lá chegar”.
A jovem promessa da arbitragem setubalense diz que não tem preferência pelo futebol masculino ou feminino. “Para mim tanto faz apitar jogos de rapazes ou raparigas. O que interessa é estar dentro do campo e fazer as coisas bem. Às vezes, até acho giro, alguns comentários que fazem. Agora vou treinar para as provas e depois trabalhar para poder chegar onde quero”.