“O nosso melhor momento foi a final da Taça AF Setúbal”
Nos quatro anos que leva como treinador pode dizer-se que o saldo é bastante positivo não só porque tem conseguido bons resultados mas também pela forma como consegue pôr a equipa a jogar e motivar os seus jogadores que deixam sempre tudo em campo.
Porque vive os jogos com muita intensidade a sua postura no banco nem sempre é a melhor na opinião dos árbitros e a sua impetuosidade leva-o muitas vezes a ser castigado, por ser considerado reincidente. Se conseguir corrigir este pormenor [embora às vezes não seja fácil], o seu desempenho no futuro será certamente muito melhor.
Numa altura em que a época está a terminar e a próxima já está a ser planificada registamos aqui as declarações de Pedro Amora, na entrevista que concedeu ao Nelson Patriarca com quem estabelecemos esta parceria.
“Faltou-nos alguma experiência a nível directivo”
Foi por mero acaso. Como jogador no Amora, passei pelas camadas jovens do Sporting e Belenenses. Depois andei por vários clubes a nível nacional. Regressei ao Amora com 35 anos e foi aqui que acabei como jogador. Posteriormente surgiu o convite para director desportivo e acabei por tomar conta da equipa como treinador. E as coisas têm corrido bem…
Quais as maiores dificuldades sentidas ao longo desta época?
Não tem sido fácil. A nova direcção com alguma inexperiência tem tentado proporcionar as melhores condições. Ainda não estamos no ponto em que gostaríamos de estar mas as coisas estão a correr bem. E é assim que queremos continuar.
O segundo lugar actual era o esperado ou será que em determinada altura chegou a pensar em algo mais?
A minha ambição pessoal passava pelo primeiro lugar. Conhecia os jogadores e minimamente as outras equipas mas faltou-nos alguma experiência a nível directivo. Mas, em termos de plantel e por aquilo que vi tínhamos forte hipóteses. Confesso que ambicionei sempre o primeiro lugar.
“Não percebo a postura de alguns árbitros”
Foi fácil gerir e liderar este grupo?
Houve alturas boas e outras menos boas. Nem sempre é fácil agradar a todos os jogadores. Mas, como fui eu que os escolhi também em função do seu carácter e da sua personalidade, as coisas acabaram por decorrer dentro da normalidade.
As arbitragens foram algum condicionante?
No fundo, acabaram por não ser. Só nos podemos queixar de nós próprios em alguns jogos. Agora que o Amora era um clube que as pessoas viam como se estivesse abandonado e que se podia fazer tudo sem sofrer qualquer consequência, é um facto. E, como prova do que acabo de dizer, recordo-me de uma situação em que cheguei a ter um jogador castigado [levou cinco jogos] pelo facto de duas horas depois de o jogo ter terminado se ter cruzado com o árbitro no Centro-Sul [Cova da Piedade]. Isto são coisas que não são normais no futebol. Não foi este ano, mas aconteceu no tempo da anterior direcção. Este ano tem sido de transição, as coisas têm vindo a melhorar e o Amora tem vindo a ganhar mais respeito tanto por parte dos árbitros como por parte dos dirigentes da AF Setúbal.
E o treinador do Pedro Amora sente-se perseguido pelos árbitros?
De facto, não percebo a postura de alguns árbitros. Se formos a ver fui expulso sempre pelos mesmos árbitros e por coisas que por vezes não lembra a ninguém. Lembro-me por exemplo da meia-final da Taça AFS em que fui castigado [com 25 dias de suspensão] por ter entrado em campo juntamente com cerca de 20 pessoas só para cumprimentar os jogadores, depois de o jogo ter terminado. E, isto tem sido assim ao longo dos tempos. Mas, de facto tem sido sempre pelos mesmos e não quero pensar que são todos iguais.
“Houve jogadores que já renovaram
mas ainda não temos novas contratações”
As condições de trabalho têm sido as suficientes ou as possíveis?
É sempre complicado. Mas, agora as pessoas estão todas a remar para o mesmo lado, com divergências é certo, porque em cada cabeça há uma sentença, mas a coisas estão encaminhadas para que num futuro próximo estejam dentro daquilo que queremos.
A integração de jogadores das camadas jovens é para continuar?
Em todos os anos que aqui estou todos os jogadores dos juniores tiveram oportunidade de vir treinar com os seniores, mas é lógico que nem todos podem ficar. Dentro daquilo que temos feito, este ano devem ficar connosco mais três ou quatro.
A nova época já está a ser preparada. O que é que a direcção tem pedido?
Para tentar manter as mesmas posições; ou seja, jogar para os primeiros lugares e tentar aproveitar ao máximo os jogadores oriundos da formação. Sem grandes loucuras mas sempre com a ambição de ganhar.
Quem são neste momento os jogadores que já sabe poder contar para a próxima época?
Houve alguns que já renovaram mas ainda não temos novas contratações. Já temos alguns desta época assegurados. A espinha dorsal desta época está praticamente garantida e poderão entrar mais quatro ou cinco jogadores.
Quais foram os melhores momentos desta época?
O nosso melhor momento foi a final da Taça AF Setúbal. Em termos exibicionais não foi como desejámos porque o nosso objectivo passava por fazer um jogo diferente para obter um resultado mais dilatado para que não ficassem dúvidas que éramos realmente melhores. A segunda parte foi toda nossa apesar de termos marcado o golo da forma como foi [canto directo]. Para mim, este foi o ponto mais alto da época, porque foi o meu primeiro título e também o primeiro título desta direcção, o primeiro de muito jogadores e possivelmente o único para outros porque provavelmente não voltarão a ter outra hipótese.
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