Alcochetense não esteve ao seu nível habitual
Amora obtém passaporte para a final com uma exibição bem conseguida
O Amora, que derrotou o Alcochetense em casa emprestada por 2-1, garantiu por direito próprio um lugar na final da Taça AF Setúbal que se realiza no dia 18 de Abril em local a designar contra o Banheirense que eliminou na outra meia-final o Almada por 1-0, após prolongamento.
A vitória do Amora é inteiramente justa porque foi melhor equipa durante praticamente todo o encontro. O Alcochetense, que nunca conseguiu explanar o seu futebol devido à forma de actuar da equipa amorense, apenas nos últimos dez minutos da primeira parte e nos instantes finais da partida conseguiu incomodar o último reduto da equipa da Medideira que se viu forçada a jogar no campo da Boa Hora, na Arrentela, em virtude do seu estádio estar ocupado com a realização de um torneio internacional de futebol juvenil.
O jogo começou com as equipas a não se aventurarem muito na frente de ataque e os primeiros dez minutos decorreram sem oportunidades de golo de parte a parte. Entretanto, o Amora que dava mostras de querer assumir o jogo teve uma jogada que só não resultou por pouco. Pedro Pereira ganhou na zona do meio campo, lançou Joca pela esquerda, este vai à linha final e arranca um cruzamento para a grande área onde aparece David Rodrigues a atirar de cabeça ao lado. Não marcou desta vez, mas marcou no minuto seguinte precisamente por David Rodrigues na sequência de uma jogada de insistência do seu ataque aproveitando um pequeno desvio de um jogador da equipa de Alcochete após remate de Joca, que se mostrava bastante activo.
Esperava-se uma natural reacção por parte da formação alcochetana mas na verdade não foi isso que aconteceu porque o Amora não dava qualquer hipótese. Com uma defensiva muito segura, um meio campo muito forte e um tridente ofensivo que era um constante quebra-cabeças para o adversário. Somente, a partir dos 35 minutos é que a equipa forasteira conseguiu sacudir um pouco a pressão sendo de realçar a acção de Zé Pedro que empurrou os seus companheiros mais para a frente e até ao intervalo construíram quatro situações em que estiveram muito perto da igualdade: aos 37 minutos num canto cobrado por Zé Pedro; aos 40’, com Venâncio a atirar ao poste após canto de Feiteira; aos 41’, num remate de longe de Feiteira; e, aos 43’, com Zé Pedro a dar para Óscar que cruzou para Marco Véstia na zona do segundo poste atirar para fora.
Na segunda parte o Amora entrou bem e aos 50 minutos aumentou para 2-0 por intermédio de Pedro Pereira que concluiu com perfeição uma boa jogada de combinação com Hugo Graça. Na zona da meia-lua, o número seis do Amora trabalhou muito bem a bola e com um remate bem colocado atirou sem qualquer hipótese para Marco Nunes que se limitou a ir buscar a bola ao fundo da sua baliza. O treinador do Alcochetense havia feito duas alterações ao intervalo mas as coisas continuavam a não correr de feição e o Amora ia gerindo a vantagem sem grandes preocupações. Quim tentava o tudo por tudo ao refrescar a sua equipa com a entrada de mais alguns jogadores e depois de uma pequena ameaça de Alex Serafim por volta dos 80 minutos seria o mesmo jogador a reduzir a um minuto dos noventa. O jogo ganhou então alguma emoção com o Alcochetense a tentar chegar à igualdade e o Amora a tentar segurar a vantagem.
O árbitro, Ricardo Pinto, que deu cinco minutos de compensação, causou algum descontentamento por parte dos adeptos amorenses porque só deu o jogo por concluído oito minutos depois da hora tendo nesse período utilizado alguma dualidade de critérios no ajuizamento das faltas cometidas, com nítido prejuízo do Amora. Já depois do jogo terminado, sem razões aparentes para isso (só explicadas por quezílias antigas, entre ambos), mandou identificar o treinador do Amora que se encontrava da parte de fora do campo a cumprir castigo. Naquela altura, não havia necessidade…
A OPINIÃO DOS TREINADORES:
PEDRO AMORA, treinador do Amora:
“Fomos inexcedíveis a todos os níveis”
“Antes de mais, quero dar os parabéns à minha equipa. Fomos inexcedíveis a todos os níveis. Acho que só ouve uma equipa que quis ganhar mostrando assim que tem capacidade para discutir o jogo em qualquer campo, contra qualquer equipa. Só no último quarto de hora porque lhe competia é que o Alcochetense nos criou alguns problemas. Durante o jogo, os jogadores estiveram impecáveis, concentrados, com uma boa atitude e quando assim é, dificilmente nos conseguem ganhar. Fizemos uma exibição dentro das bitolas que temos tido, umas mais bem conseguidas que outras mas a grande verdade é que fizemos o 11.º jogo sem perder e isso é moralizador porque serve para encarar o futuro com optimismo. Assumimos desde o início que íamos entrar em qualquer campo para ganhar por isso a final não foge à regra. Penso que temos o melhor ataque da prova com 20 golos marcados e quatro sofridos (já com o jogo de hoje) nos seis jogos da Taça. Portanto, acho que somos uns justos finalistas e que merecemos plenamente estar na final. Em relação à arbitragem, não percebo o porquê de me mandar identificar no final do jogo. Gostava que fosse uma pessoa isenta a analisar o jogo.”
QUIM, treinador do Alcochetense:
“Estivemos longe dos nossos melhores jogos”
“Queríamos chegar à final como qualquer uma das equipas que participaram nas meias-finais. O Amora foi feliz porque marcou os seus golos em bons momentos; no início da primeira e da segunda parte e depois conseguiu gerir bem a vantagem. Nós, tentámos ir atrás do prejuízo mas não conseguimos porque infelizmente marcámos tarde. Parabéns ao Amora que tem uma boa equipa e bons jogadores. Este é o segundo jogo que perdemos com eles mas não ficámos convencidos porque não têm uma equipa superior à nossa, antes pelo contrário. De qualquer forma, temos que aceitar o resultado. Não era o que queríamos porque também gostávamos de estar na final, que seria um prémio para os jogadores e para o trabalho das pessoas que estão no clube, mas infelizmente não conseguimos. Há dias em que as coisas não saem tão bem como nós queremos: Tivemos alguns jogadores que não abordaram o jogo da melhor forma embora depois tivessem tido atitude e uma boa reacção durante o próprio jogo. Só que não fomos constantes, fomos intermitentes. Na altura em que sofremos os golos ainda havia muito tempo para recuperar. Estivemos longe dos nossos melhores jogos mas o principal responsável sou eu. Agora há que nos concentrarmos no campeonato”.
FICHA DO JOGO
Jogo no Campo da Boa Hora, em Arrentela
ÁRBITRO: Ricardo Pinto (Núcleo do Barreiro), auxiliado por Gonçalo Mexia e Leandro Tomeno
AMORA: Pombo; Lacão (Balela, 90+3’) Alex, Freire, Jandir; Maside, David Martins, Pedro Pereira (Lorete, 65’), Joca (Tiago, 90+1’), Hugo Graça, David Rodrigues.
Suplentes não utilizados: Fábio Paulo, Filipe, Domingos e Kuan.
TREINADOR: Pedro Amora
ALCOCHETENSE: Marco Nunes; Óscar, Piqueira (Peter Caraballo, 79’), Venâncio, Pedro Batista; Zé Pedro (Queijinho, 70’), Dâmaso, Tiago Feiteira (Tiago Carvalho, 56’); Marco Véstia (Alex Serafim, 45’), Cunha e Martinho (Djão, 45’).
Suplentes não utilizados: Miguel Brás e Gil Costa.
TREINADOR: Joaquim Serafim (Quim)
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: 1-0, David Rodrigues (12’); 2-0, Pedro Pereira (50’); 2-1, Alex Serafim (89’).
Disciplina: cartão amarelo para Pedro Pereira (21’), Pedro Batista (27’), Dâmaso (54’), David Martins (72’), Hugo Graça (90+4’).
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