Ao intervalo U. Santiago perdia por 1-0
Paio Pires falhou penalti na última jogada do encontro
Em jogo antecipado da 11.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, por imposição da AF Setúbal [que não consultou previamente os clubes] devido à marcação do jogo de futebol feminino entre o Paio Pires e o Sintrense a contar para o Campeonato Nacional de Promoção, o Paio Pires perdeu em casa com o U. Santiago, por 1-2.
A decisão da AF Setúbal não agradou aos clubes que manifestaram o seu descontentamento. O Paio Pires lamenta não ter sido consultado e não compreende a decisão porque havia alternativa para o jogo da equipa feminina, como aliás já acontecera noutras situações em que os jogos masculinos e femininos estavam marcados para o mesmo campo à mesma hora.
O U. Santiago também não entende a decisão e muito menos a forma tardia em que foi notificado situação que alterou substancialmente o seu plano de trabalho e causou transtornos porque impediu a presença de alguns dos seus jogadores que trabalham por turnos. Se fosse avisado com antecedência, o U. Santiago teria proposto a alteração na ordem dos jogos, realizando-se este em Santiago do Cacém e o da segunda volta em Paio Pires.
Quanto ao jogo, o Paio Pires entrou muito bem e logo no primeiro minuto cria duas boas oportunidades, uma delas por Hugo Semedo que obrigou o guarda-redes contrário a defesa de recurso para canto e a outra com a bola sair ligeiramente ao lado, após a respectiva cobrança.
O ritmo de jogo era imposto pela equipa da casa e o seu esforço acabou por ser compensado aos 17 minutos com a obtenção do golo por intermédio de Hugo Semedo.
A reacção do U. Santiago não foi a melhor e o Paio Pires continuava a controlar o jogo quase sempre no meio campo contrário, fruto de um pendor bastante ofensivo. Durante toda a primeira parte apenas por uma vez, aos 44 minutos, a baliza do Paio Pires esteve em causa valendo então a acção do guarda-redes Joel que, com uma excelente intervenção, evitou o golo do empate.
Logo no início da segunda parte o Paio Pires teve a hipótese de fazer o segundo golo mas depois a equipa alentejana despertou e em dois lances de bola parada, no espaço de quatro minutos, deu a volta ao marcador com golos de Paulinho (55’) e Ruan (59’).
O Paio Pires nunca deixou de lutar por um resultado diferente mas o U. Santiago conseguiu assumir o jogo e as coisas estavam a tornar-se complicadas para os paiopirenses que sofreram mais um rude golpe aos 80 minutos com a expulsão de Márcio Duro, por acumulação de amarelos.
Mesmo reduzidos a 10 jogadores, os pupilos de David Pequeno não desistiram do jogo e aos 82’ ficaram a reclamar penalti após a cobrança de um livre em que a bola terá sido afastada com o cotovelo por um jogador adversário. Depois, já em período de compensação num cruzamento do lado direito efectuado por Tiago Silva a bola vai à barra da baliza do U. Santiago e praticamente no último lance do jogo é Nelson Costa que desperdiça uma grande penalidade depois de ter feito a paradinha que não é permitida por lei. O jogador atirou ao lado mas o árbitro acabou por punir [e bem] o jogador com cartão amarelo e ordenou a marcação de um livre contra a sua equipa.
A OPINIÃO DOS TREINADORES:
DAVID PEQUENO, treinador do Paio Pires.
“Não merecíamos nem devíamos
ter saído daqui sem pontuar”
“Ao contrário do que tem sido hábito, entrámos no jogo a ganhar e fizemos uma boa primeira parte com várias oportunidades de golo. Tivemos oportunidade de dilatar o marcador mas não foi possível por mérito do guarda-redes ou por falhanço dos nosso jogadores e poderíamos ter ido para o intervalo com dois ou três a zero. O U. Santiago é uma boa equipa que gosta de jogas à bola. Tínhamos a lição bem estudada, conseguimos fazer frente à parte mais forte do U. Santiago que era a circulação e a posse de bola e essa parte foi bem conseguida com muito mérito. Ao intervalo alertei os jogadores para a hipótese de eles entrarem forte nos primeiros 15 minutos para tentar dar a volta ao resultado. E foi exactamente isso que aconteceu em duas bolas paradas onde houve alguma desconcentração dos jogadores. Depois, tentámos ir à procura do resultado. No meu entender ficou um penalti por marcar e desperdiçámos o que tivemos no último minuto. As coisas não estão a sair bem, estamos a passar por uma fase complicada porque nos encontramos no fundo da tabela. Quanto à atitude, neste jogo não tenho nada a apontar aos jogadores, só tenho que dizer que foram uns lutadores e que me orgulho do trabalho que foi desenvolvido. Foi pena terem acontecido estas falhas. O empate era o resultado mais justo, não merecíamos nem devíamos ter saído daqui sem pontuar”.
JOÃO DIREITO, treinador do U. Santiago:
“Esta semana praticamente não treinámos
porque fomos traídos por este jogo ao sábado”
“Às vezes nem tudo na vida é sorte ou azar mas sim as contingências do jogo. O Paio Pires entrou bem e fez um golo que mereceu. Nós tentámos equilibrar mas fomos para o intervalo a perder por 1-0, resultado que considero certo. Logo no início da segunda parte o Paio Pires podia ter feito o segundo golo mas nós depois pegámos no jogo e tivemos um período muito bom que resultou nos dois golos. A partir daí, sabíamos que o Paio Pires ia reagir e baixámos um pouco as linhas, jogámos com os sectores mais concentrados e dessa forma tentámos eliminar o ataque do adversário, jogando com dois pontas de lança bem abertos de modo a aproveitar as bolas colocadas na frente, num jogo mais de contra-ataque. Este não é bem o nosso modelo, que assenta mais na posse de bola e na contenção, mas hoje não conseguimos porque esta semana praticamente não treinámos. Fomos traídos por este jogo ao sábado. A programação dos treinos estava prevista para que o jogo fosse no domingo e ficámos um pouco aquém daquilo que podíamos organizar e trazer para este jogo. O Paio Pires já na parte final teve um penalti justo que não aproveitou e nós acabámos por ganhar por 2-1. O Paio Pires fez um bom jogo e a classificação que ocupa não se coaduna com o seu valor mas o futebol é assim. O U. Santiago está a passar por uma fase muito má com lesões e situações de jogadores que estavam desempregados e para bem deles conseguiram trabalho mas por turnos. Temos que nos reorganizar tentando trazer alguns jogadores que estejam disponíveis. Se nos organizarmos como estávamos no início penso que ainda teremos uma palavra a dizer. Sabemos que estão à nossa frente equipas muito fortes mas vamos lutar e ser dignos. Quando acharmos que estamos estabilizados vamos trabalhar a pensar no próximo ano. Quando começamos pensamos sempre no primeiro lugar, depois o valor das outras equipas e as nossas fragilidades pôr-nos-ão no lugar que merecemos. É assim o desporto, é assim o futebol”.
FICHA DO JOGO
Jogo no Campo Vale da Abelha, em Paio Pires
ÁRBITRO: Miguel Figueiredo (Núcleo de Setúbal), auxiliado por Acácio Guedes e Filipe Costa
PAIO PIRES: Joel; Tiago Rosa, Márcio Duro, Bruno Curto, Fernando (Fábio Silva, 79’); Moreira, José João, Nelson Costa; Hugo Semedo (Tiago Silva, 78’), Luís Almeida (André Pinto 62’), e Michael.
Suplentes não utilizados: Rui Logrado, Rafa, Nivaldo e Paulinho
TREINADOR: David Pequeno
U. SANTIAGO: Paulo Freitas; Fábio, Paulo Silva, Hélder, Daniel Sobral (Cuca, 90’); Tito, Caixeirinho, Paulinho; Ruan, Daniel Direito e Idy.
Suplentes não utilizados: Francisco, Cuca, Diogo, Frederico
TREINADOR: João Direito
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: 1-0, Hugo Semedo (17’); 1-1, Paulinho (55’); 1-2, Ruan (59’).
Disciplina: cartão amarelo para Daniel Direito (44’), Márcio (54 e 80’) Bruno Curto (58’), Michael (83’), Moreira (90+1’), Nelson Costa (90+4’). Cartão vermelho, por acumulação de amarelos, para Márcio.
Sem comentários:
Enviar um comentário