Com. Indústria ganhou pela primeira vez…
Derrota com o último classificado deixou adeptos à beira de um ataque de nervos
O Paio Pires perdeu em casa com o último classificado [Comércio e Indústria] e deixou os seus adeptos à beira de um ataque de nervos, com muitas críticas aos jogadores e respectiva equipa técnica.
A atitude dos adeptos não passou despercebida ao grupo de trabalho que se fechou no balneário durante cerca de uma hora a debater o problema e da conversa saiu reforçada a ideia de que é possível dar a volta à situação se todos remarem para o mesmo lado.
A derrota da equipa paiopirense foi consentida quando decorria já o primeiro minuto da compensação e foi naturalmente muito festejada pela formação setubalense que obteve assim a sua primeira vitória no campeonato.
Começando pelo princípio, poderemos dizer que quem entrou melhor no jogo foi o Paio Pires que encostou o adversário às cordas nos primeiros 10 minutos, sem criar contudo grande perigo. A equipa sadina só por volta dos 12 minutos conseguiu aproximar-se da baliza do Paio Pires ganhando um pontapé de canto que resultou em nada. O jogo tornou-se então mais repartido e aos 26 minutos o Comércio esteve à beira de marcar valendo a acção de Fred que afastou quase sobre a linha de baliza já com Rui Logrado fora do lance. As equipas continuaram a lutar bastante mas quando chegou o intervalo o marcador estava ainda em branco.
Na segunda parte foi a equipa setubalense que entrou a controlar remetendo o Paio Pires para a sua zona mais recuada de onde raramente conseguia sair. À medida que o tempo ia decorrendo o Comércio mostrava-se mais forte e o Paio Pires sem argumentos para contrariar o ascendente do adversário. Na verdade, os paiopirenses neste segundo tempo estiveram muito abaixo daquilo que lhes era exigido porque jogavam contra um adversário do seu campeonato que ocupava precisamente o último lugar da tabela classificativa e ainda não havia ganho a ninguém. O lance de maior perigo criado pelo Paio Pires neste período complementar aconteceu exactamente aos 88 minutos com Luís Almeida a cabecear fazendo a bola sair por alto para fora mas muito perto da baliza setubalense.
O golo da vitória da equipa sadina decorreu já em período de compensação (90+1’)sendo seu autor Daniel.
A arbitragem de Ricardo Figueiredo não merece qualquer tipo de reparo; isto é, foi bastante positiva.
O QUE DIZEM OS TREINADORES:
MÁRCIO RODRIGUES, treinador do Paio Pires:
“Entendo que os adeptos fiquem tristes e revoltados mas não é isso que nós queremos”
“Sabíamos o que queríamos e continuamos a saber o que queremos, mas está faltar qualquer coisa, como é óbvio. Falámos durante a semana, que cada jogo é um jogo, que não há facilidades e não há classificações que ditam resultados. Eram duas semanas em que tínhamos dois jogos para ganhar e as coisas não saíram da melhor forma. Mesmo assim, não estou descontente com os jogadores porque até entraram bem no jogo e na primeira parte até tivemos bons momentos e também porque o Comércio chegou ao golo com alguma felicidade. O resultado mais justo seria o empate, mas o futebol tem disto”.
Depois do jogo terminar o grupo de trabalho esteve fechado cerca de uma hora no balneário a conversar. Concluída a conversa o nosso jornal interrogou o treinador do Paio Pires sobre o que se tinha passado. “Estivemos a falar sobre o actual momento e decidimos colocar um ponto final nesta história. Agora, vamos dar as mãos de outra forma, pegar noutro barco e procurar remar todos para o mesmo lado para podermos rumar a bom porto e alcançarmos os nossos objectivos. Foram duas semanas pesadas. Vem por aí uma paragem pelo Natal por isso no próximo jogo queremos apresentar-nos já de cara lavada, com a moral renovada e com a motivação daquilo que é esperado. Queremos rapidamente começar a dar alegrias a nós próprios e depois aos adeptos a quem aproveito para deixar uma palavra. Em primeiro lugar acho que devemos apoiar e só depois criticar. Se as pessoas estivessem cá, como nós, às terças, quartas e sextas-feiras, à chuva, ao frio, sem jantar depois de um dia de trabalho, uns com mais problemas que outros, se calhar iam dar mais valor a muita coisa que não sabem e desconhecem. Faz falta sentir algum apoio do outro lado, em vez de acontecer o que aconteceu. Entendo que os adeptos fiquem tristes e revoltados mas não é isso que nós queremos nem é essa a nossa forma de estar no futebol. Os jogadores sentiram-se desapoiados e desacreditados e eu respondi que o apoio tem que vir de dentro ou seja de nós primeiro e que temos que ser nós a acreditar que podemos fazer melhor. Falámos e decidimos o que queríamos fazer, ponderámos muitas coisas e eu acredito no grupo de trabalho 300%. Sei que vamos mudar a cara rapidamente”.
CARLOS RIBEIRO, treinador do Com. Indústria:
“Foi uma vitória arrancada a ferros mas muito saborosa”
“Esta foi a vitória que andávamos à procura há algum tempo. Temos trabalhado sempre bem e temos tido alguns contratempos nesta fase inicial do campeonato que nos empurraram para uma posição incómoda. Acho que foi uma vitória merecida pelas situações de golo que criámos. O Paio Pires só teve uma na primeira parte e outra na segunda enquanto nós tivemos duas ou três na primeira e mais três ou quatro na segunda parte. Foi uma vitória arrancada a ferros mas foi muito saborosa porque temos sofrido muitos golos já nos descontos que tem quebrado o ânimo aos jogadores. Já levamos oito golos depois dos 90 minutos e a equipa estava marcada por isso, no último lugar. Com esta vitória vamos começar um ciclo novo mas com as mesmas pessoas porque temos feito um trabalho correcto e possuímos um grupo unido formado por miúdos que trabalham gratuitamente por este clube. Muitas pessoas pensavam que era necessário tomar algumas atitudes e partir a corda para um lado ou para outro [treinador ou jogadores] mas nós provámos hoje que esta equipa é uma família e que não precisamos de maltratar as pessoas para alcançar os objectivos”.
Sobre as especulações postas a circular sobre Carrilho, o treinador sadino descansou os seus adeptos: “O Carrilho deixou o Com. Industria temporariamente porque foi operado a uma coisa simples mas vai voltar assim que estiver bem. Ele é o nosso capitão, no início do próximo ano vai estar novamente disponível”.
FICHA DO JOGO
Jogo no Campo Vale da Abelha, em Paio Pires
ÁRBITRO: Ricardo Figueiredo (Núcleo de Setúbal), auxiliado por Nuno Marques e João Bernardo
PAIO PIRES: Rui Logrado; Tiago Rosa, Bruno Curto, Márcio Duro, Fred (David Pombeiro (70’); Moreira (José João, 75’), Paulinho, Nelson Costa; Hugo Semedo, Tiago Silva (Luís Almeida, 54’) e Michael.
Suplentes não utilizados: Frade, Gonçalo, Nivaldo e Rafa
TREINADOR: Márcio Rodrigues
C. INDÚSTRIA: Rafa; Stefen, Pedro Santos, Nuno, Madruga; Mendão, Abdul (Tavira, 86’), Fábio (Bruno Guedes, 82’), Luís Costa (Leandro, 90+2’); Daniel e Sidney
Suplentes não utilizados: Paulo Antunes, Rui Faria, Miguel e Trabuca
TREINADOR: Carlos Ribeiro
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: 0-1, Daniel (90+1’).
Boa tarde, depois de ler este artigo reparo que existe algo que está incorreto, pois eu fui a primeira pessoa a contestar os maus resultados do Paio Pires FC, como adepto e sócio do clube venho por aqui dizer que nós adeptos e sócios estamos sempre com os jogadores e nunca os abandonaremos.... O nosso protesto foi unicamente para a equipa técnica e pelas más opções da mesma.... Mais uma vez friso estamos a 200% com os jogadores, mas queremos outra atitude da equipa técnica.... Saudações desportivas
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