PEDRO TRALHÃO»» O adeus ao futebol aos 29 anos

Jogador explica as razões que o levaram a abandonar a modalidade

Equipa que disputou a final da Taça AF Setúbal  (época 2012/2013)
com o Grandolense, no Estádio do Bonfim

A notícia de que Pedro Tralhão havia abandonado o futebol surgiu de forma inesperada porque ninguém estava à espera que tal pudesse acontecer, pelo menos neste momento; ou seja, numa altura em que estavam realizadas apenas as duas primeiras jornadas do campeonato nacional de seniores.

 Questões relacionadas com a sua vida profissional motivaram a decisão que, como se compreende, não foi fácil de tomar. Pedro Tralhão, lateral direito de qualidade, jogador de características muito próprias, de 29 anos de idade, deixa assim para trás uma brilhante carreira passada em diversos clubes da nossa região nos mais diversos escalões, nomeadamente na 1.ª divisão distrital, 3.ª divisão e 2.ª divisão nacional. Almada, Amora, Real (Massamá), Desportivo Fabril, C. Piedade e Alcochetense foram os clubes por onde passou como jogador.

Na hora do adeus fomos à procura de Pedro Tralhão para este explicar de viva voz quais as verdadeiras razões que o levaram a deixar de fazer uma das coisas que mais gosta na vida.

“O futebol é uma das paixões da minha vida”

A notícia caiu de surpresa porque aconteceu logo no início do campeonato. Porque é que decidiste abandonar o futebol, nesta altura? Calculo que não tenha sido uma decisão fácil de tomar?
Na verdade, foi uma decisão muito difícil de tomar, mas devidamente ponderada em família porque nestes momentos são eles que estão sempre presentes. O abandono ficou a dever-se a questões profissionais principalmente por causa dos horários que me impossibilitavam de estar 100% focado naquilo que queria.

Com 29 anos foi um abandono prematuro. Certamente ainda te sentias com capacidade para fazer mais algumas épocas?
Sim, assim é de facto. Quer a nível físico quer a nível de maturidade sentia-me no meu melhor mas infelizmente tive que colocar um ponto final na minha carreira muito antes daquilo que esperava e logo após ter sido campeão pelo Cova da Piedade. Esta época estava também a ter um início prometedor mas não tive outra alternativa.

Quais os momentos mais importantes que recordas como futebolista?
Sem dúvida as duas vezes em que fui campeão distrital; uma na minha primeira época como sénior pelo Almada e outra pelo C. Piedade na época passada, curiosamente nos dois clubes mais representativos da cidade de onde sou natural, Almada. Recordo-me também da eliminação do União de Leiria para a Taça de Portugal, quando estava na I Liga, e a quase eliminação do Olhanense [uma vez que fomos a penaltis], quando era jogador do Alcochetense.

E agora como é que vais passar a viver o futebol ?
Sendo o futebol uma das paixões da minha vida e sendo eu licenciado em ciências do desporto, procurarei investir na minha formação, para quem sabe um dia poder fazer parte de uma equipa técnica de futebol. E continuarei a estar atento a todo este fenómeno que envolve tantas emoções.

Queres dizer mais alguma coisa ou deixar alguma mensagem especial a alguém?
Sim. Em todos estes anos enquanto atleta um especial agradecimento aos meus pais que disseram sempre presente e aos meus colegas que, época após época, partilharam momentos que com certeza guardarei comigo para sempre. Obrigado a todos eles.