Cenas lamentáveis…
Jogo não chega ao fim por desacatos entre jogadores e árbitros
O jogo Alfarim – Arrentela marcou de forma negativa a primeira jornada do campeonato distrital da 1.ª divisão. Dir-se-ia mesmo que não poderia ter começado pior a competição que não chegou ao fim devido a cenas lamentáveis protagonizadas por jogadores e árbitros que levaram à suspensão do jogo numa altura em que estavam decorridos apenas 18 minutos da segunda parte quando o marcador era favorável à equipa da casa.
O Alfarim teve uma entrada muito forte mas o Arrentela demonstrando uma boa atitude deu uma boa resposta contrariando muito bem a forma de jogar da equipa da casa que praticava um futebol mais directo enquanto o Arrentela procurava meter a bola no chão.
Na segunda parte, o momento do jogo aconteceu aos 50 minutos com um penalti que no entender dos arrentelenses terá sido inventado pelo árbitro e que esteve na origem do golo do Alfarim marcado por Bolacha e na expulsão de Antunes.
O Arrentela ficou reduzido a 10 unidades mas continuou a discutir o jogo até que aos 63 minutos surgiu a confusão.
O árbitro não marcou uma falta a favor do Arrentela facto que originou alguns protestos por parte dos jogadores tendo o árbitro mostrado o cartão vermelho directo por palavras a Serrinha.
Segue-se uma grande confusão com o árbitro a fugir para junto do seu auxiliar perseguido por dois jogadores do Arrentela e o incrível aconteceu com o dito auxiliar a agredir (?) Serrinha e Tozé a responder. Perante esta situação e por não haver condições o árbitro deu o jogo por concluído.
JOSÉ CARLOS OLIVEIRA, treinador do Alfarim:
“Não vi qualquer alteração no árbitro da primeira para a segunda parte"
“O jogo teve uma primeira parte equilibrada, embora com algum ascendente do Alfarim. Ao intervalo, o empate até se pode aceitar. Depois na segunda parte, conseguimos fazer o golo, há um jogador do Arrentela que é expulso e que acaba por despoletar situações de conflito sobretudo a nível disciplinar porque mesmo a jogar com dez o Arrentela continuou a discutir o jogo. Depois, o que aconteceu foi lamentável, porque se o árbitro errou foi para os dois lados. O Arrentela talvez se sentisse mais prejudicado mas estas coisas não devem acontecer em circunstância alguma. Para o Alfarim isto acaba por ser bom porque conquistamos os três pontos mas para o futebol distrital acaba por ser mau, porque deixa uma má imagem”.
Sobre a pretensa e eventual pressão exercida pelas gentes de Alfarim sobre os árbitros ao intervalo, o treinador da equipa da casa deixou o seu ponto de vista. “Nem digo que sim nem digo que não. Digo apenas que não vi. Quando vou para o balneário vou concentrado em tentar corrigir algumas coisas que eventualmente pudessem estar menos bem. O meu lateral direito levou um cartão amarelo e como sei que ele é um pouco temperamental e que podia vir a ser expulso estava mais preocupado com isso e não me apercebi de nada, nem vi qualquer alteração da primeira para a segunda parte do árbitro, errou na primeira e continuou a errar na segunda parte. Nós levámos pancada com fartura e em determinada altura estávamos com três amarelos e eles com dois. Tendo em conta que foi uma arbitragem má, porque é verdade, acabou por ser um jogo normal para o distrital. A mim também já me aconteceu estar do outro lado e achar-me mais prejudicado e reclamar mas reclamar é uma coisa e outra coisa é tratar mal e agredir. O que aconteceu foi que os jogadores foram aos poucos perdendo a cabeça, com o golo e a expulsão a coisa ficou presa por um fio mas depois foi partiu-se e foi o que foi.”
JOSÉ CARLOS SANTOS, treinador do Arrentela:
“Na Arrentela o presidente não vai à cabina dos árbitros ao intervalo”
“Começo por dizer que o principal culpado do que aconteceu foi o árbitro pela sua falta de qualidade. Na Arrentela, o nosso presidente não vai à cabina dos árbitros ao intervalo nem se ameaça a equipa de arbitragem para que as coisas passem a correr de outra maneira. São formas de estar no futebol que já não se usam mas ainda há quem as pratique, para mim é uma vergonha e digno de pena. Também não posso conceber que um elemento da equipa de arbitragem agrida um jogador, é natural que possa haver uma resposta depois disso. A equipa do Arrentela tinha preparado muito bem este jogo e era bem conhecedora da forma de jogar do Alfarim. Não contávamos era com o jogo fora do campo ao intervalo. O Alfarim nunca ia vencer este jogo de forma natural. Cedo percebi que tenho uma equipa preparada para disputar o campeonato e não envergonhar o clube. Continuaremos a trabalhar para alcançar o nosso objectivo que é a manutenção. Repito, iremos conseguir isso de certeza mesmo sem entrar na cabina dos árbitros ao intervalo”.
FICHA DO JOGO
Jogo no Complexo Desportivo, em Alfarim
ÁRBITRO: Rui Ramos (Núcleo de Setúbal)
ALFARIM: Sérgio Mata; João António (Elson, 45’), Tiago Dias, Paulo Vítor, Sandro; Bruno Correia, Jinelson, Tiago Carvalho; Bernardo Mata (Luís Leite, 51’), Bolacha e Mantorras.
TREINADOR: José Carlos Oliveira
ARRENTELA: Jeny; Flaviano, João Gémio, Antunes, Jorge Santos (cap); Brito, Elias, Serrinha; Abreu, Tozé e Latapy (Osvaldo, 55’).
TREINADOR: José Carlos Santos
Ao intervalo: 0-0
Marcador: 1-0, Bolacha (50’) gp.
Disciplina: Cartão vermelho para Antunes (50’), Serrinha e Tozé (63’)